Documentos raros resgatados

domingo, 14 de dezembro de 2008


Documentos raros resgatados
Após mais de 50 anos esquecido, o Arquivo Público e Histórico de Cristina,
no Sul de Minas, está sendo resgatado junto com a história de outros dez
municípios pertencentes à comarca daquela cidade - Carmo de Minas, Dom Viçoso, Virgínia, Olímpio Noronha, Conceição das Pedras, Natércia, Heliodora Pedralva, São José do Alegre e Maria da Fé.
O acervo permaneceu guardado, e praticamente esquecido, no porão da residência de Francisco Gomes Nogueira Filho – então tabelião do cartório de Cristina – por mais de cinco décadas, quando o antigo prédio do fórum foi destruído para construção de um novo. O material sofreu danos decorrentes da umidade e do mofo, além do manuseio e acondicionamento indevidos, o que provocou algumas perdas.
Quando tomou conhecimento do fato, o juiz de direito da Comarca, Luiz Fernando Rennó Matos, retirou a documentação do local e a transferiu para uma pequena casa alugada, onde ficou por mais de um ano. Por ser uma das cidades mais antigas de Minas, Cristina concentrou em sua comarca decisões importantes envolvendo todas as demandas processuais das áreas civis e criminais da região, constituindo seu acervo um importante patrimônio histórico. Por causa desta importância algumas pessoas da comunidade e pesquisadores de outras regiões, interessados em História, Direito e
Genealogia, passaram a solicitar que os documentos fossem disponibilizados
para pesquisa.
O grupo procurou o Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural que propôs a criação de uma Organização Não-Governamental (ONG) para cuidar de toda a documentação e, há quatro anos, com recursos financeiros do Fundo Estadual de Cultura, foi fundado o Centro de Documentação e Memória de Cristina “Luiz Barcellos de Toledo”. Hodgson Edmundo Rodrigues Castro, coordenador do projeto, informa que um historiador calculou 150 metros lineares de documentos, porém ao abrir as caixas percebeu-se que havia o triplo. “No acervo, estão, por exemplo, processos por devolução de escravos que não correspondiam às qualidades descriminadas por seus ex-donos, levantamentos do número de escravos em cada município pertencente à Comarca
de Cristina, e demandas diversas por divisas de terras”, revela Hodgson.
Atualmente o Arquivo Público e Histórico do município de Cristina está localizado em três salas, na Câmara Municipal, onde pode ser analisado por pesquisadores e estudantes. "A característica principal deste arquivo é a unidade pela qual os documentos se apresentam, ou seja, é um conjunto integrado de fontes de memória histórica, que possibilita o entendimento da transição do passado colonial para a nação independente que somos”, conta Hodgson.
Ubá também abre Arquivo Público Como Cristina, o município de Ubá, na Zona da Mata, também obteve verba do Fundo Estadual de Cultura para implantação do Arquivo Histórico Permanente do Município. O projeto foi elaborado pelo então secretário municipal de Administração e membro do Conselho de Patrimônio Cultural de Ubá, Evandro de Castro Doriguetto.
Em funcionamento desde 2007, o Arquivo é composto por documentos produzidos pela administração pública – Câmara e Prefeitura – durante os séculos XIX e XX. No acervo também podem ser encontrados 71 posteres em preto e branco produzidos em meados do século XX pelo arquiteto Fernando Afonso Carneiro Peixoto com o tema: “Ubá: Retrato de uma cidade” – um registro histórico da arquitetura da cidade, assim como dos eventos como casamentos, enterros, festas, bailes, formaturas, entre outros.
Segundo Beth Barros, da Divisão de Cultura, além da população de Ubá, a implantação do Arquivo Histórico é importante para os diversos municípios da região, principalmente aqueles que faziam parte do território ubaense, cuja história está registrada em boa parte do acervo que agora se encontra recuperado e preservado.
► Leia mais...

Lançamento:Histórias, Culturas e Territórios Negros - Reflexões docentes para uma reeducação das relações étnico-raciais


Histórias, Culturas e Territórios Negros na Educação:

Reflexões docentes para uma reeducação das relações étnico-raciais


Alexandre do Nascimento, Amauri M. Pereira,

Luiz Fernandes de Oliveira e Selma Maria da Silva(org.)



Ana Paula Venâncio, Andréa Santos Pessanha,

Cláudia Fabiana de O. Cardoso, Helena Theodoro,

Janete S. Ribeiro, Maria Teresa S. Telles, Maria Cristina S. Cardoso, Patricia A. Siqueira, Patrícia Freitas



Kitabu Livraria Negra
► Leia mais...

Artigo - Ronaldo Vainfas - Folha de S.Paulo (14/12/2008)


*Horas de desespero*

*Diminuição das aulas de história em benefício das de sociologia em SP é um
erro grave, que irá prejudicar ainda mais os alunos das escolas públicas***
-

RONALDO VAINFAS

ESPECIAL PARA A *FOLHA - 14/12/2008*

Mais uma vez a história sai prejudicada no ensino médio, e não digo isso com
o espírito de autocomiseração tão corriqueiro entre os professores de
história.
Mas esta decisão do governo do Estado de São Paulo -de reduzir a carga
horária letiva de história para abrigar a disciplina de sociologia e ampliar
a de filosofia- irá prejudicar os estudantes sem compensação à altura.
A obrigatoriedade da filosofia pode ser considerada positiva, pois dá um
toque de humanismo e um estímulo à reflexão ética muito salutares. Sobretudo
no mundo atual, onde o individualismo narcísico e o egoísmo possessivo
parecem ter se consagrado como valores universais.
Mas ampliar a carga de filosofia e introduzir sociologia já é discutível.
Trata-se de disciplina muito específica no campo das ciências sociais,
voltada, antes de tudo, para a discussão de modelos abstratos para o estudo
das sociedades.
Ficará o aluno obrigado, precocemente, a debruçar-se sobre o pensamento de
Weber, Durkheim e, decerto, o velho Karl Marx. Sabe-se lá como isso será
ensinado pelos professores ou recebido pelos alunos.
E, se entra a sociologia, por que não a antropologia ou a ciência política?
Qual é o critério de escolha da sociologia como representante das ciências
sociais no ensino médio? De todo modo, a inclusão da sociologia ou de
qualquer das outras chamadas ciências sociais é desnecessária nesta altura
da formação escolar.

*Fusão*
Tudo se agrava com a diminuição da carga de história, que já incorporou,
recentemente, a obrigatoriedade de disciplinas sobre histórias africana e
indígena. A primeira em 2003, pela lei nº 10.639, e, a segunda, em 2008,
pela lei nº 11.645.
Nesta última, a fórmula utilizada para denominar a disciplina é "história da
cultura afro-brasileira e indígena". Nada contra a inclusão desses novos
conteúdos que, sem dúvida, ajustam o ensino da história no Brasil às nossas
raízes culturais múltiplas, embora nada disso seja realmente novo.
Muito pelo contrário, pois já Karl von Martius, em meados do século 19,
dizia que a chave para compreender a história do Brasil residia no estudo da
fusão das três raças, a branca, a indígena e a negra. Deixando de lado o
linguajar "raciológico", hoje tão valorizado nas políticas afirmativas do
governo, a idéia de Von Martius era boa.
Tão boa que ninguém a seguiu naquele tempo em que a escravidão brasileira
estava no apogeu. Foi somente Gilberto Freyre quem viria a assumir esse
projeto em seu "Casa-Grande e Senzala", de 1933. E ainda foi acusado de
racista...
Seja como for, ensinar história não é o mesmo que ensinar somente história
do Brasil ou de tudo aquilo que guarda relação direta com a nossa história.
Esse "brasil-centrismo" (me perdoem pelo neologismo cacófono) é, por razões
óbvias, um equívoco que afetou muito o ensino da história.
Os estudos da Antigüidade e da Idade Média, por exemplo, saíram dos
currículos do secundário em reformas anteriores, e seus conteúdos acabaram
excluídos dos exames vestibulares. O que será cortado da história com esses
novos ajustes?
O grave risco é o de se formular um currículo de história centrado, de um
lado, numa história do Brasil ideologizada e, de outro, numa história geral
cada vez mais presentista.
A julgar pelos cortes cronológicos anteriores, a próxima vítima deve ser a
história moderna e, assim, o estudo da história geral corre o risco de
começar pela Revolução Francesa!

*Triunfo do clichê*
Que história será essa, que, de reforma em reforma, vai arqueologizando o
passado?
É o triunfo do clichê de que a história serve para compreender o presente,
quando o melhor dela, História, é conhecer o próprio, as diferenças de uma
mesma sociedade no tempo ou entre civilizações distintas.
E, agora, o ensino médio de São Paulo ainda vai amputar mais a história para
abrigar a sociologia. Decisão temerária e repleta de conseqüências negativas
para a formação dos alunos. Dos alunos do "ensino público", vale sublinhar.
Porque os colégios particulares não entrarão nessa onda de cortes, mantendo
sua carga de 500 horas ou mais, enquanto as escolas públicas paulistas terão
de contentar-se, segundo cálculos recentes, com cerca de 200 horas.
Moral da história: nos vestibulares futuros, os egressos das escolas
públicas de São Paulo sairão em grande desvantagem nas provas de história,
sobretudo os que optarem por carreiras humanísticas, onde a prova de
história é decisiva.
Assim, terão mais dificuldade, como sempre, de ingressar em universidades
públicas. O remédio das cotas, em si mesmo duvidoso, torna-se quase uma
piada de mau gosto num contexto como esse.
------------------------------
*RONALDO VAINFAS* é professor titular do departamento de história da
Universidade Federal Fluminense (UFF).
► Leia mais...

Luiz Felipe de Alencastro e os 200 anos da Corte no Brasil


*A terceira margem do Rio*

------------------------------
*Estudos sobre a vinda da família real ao Brasil ignoram que país estava inserido no contexto mais amplo do Atlântico Sul***------------------------------

*LUIZ FELIPE DE ALENCASTRO*
COLUNISTA DA *FOLHA*

No termo do ano do bicentenário, talvez ainda haja algo para ser dito sobre
a chegada da corte.
Eventos variados apresentaram as mudanças introduzidas em 1808.
Apontou-se o desenvolvimento comercial, a modernização social e institucional, o transplante da burocracia européia que forjou o aparelho estatal da nação, a não-fragmentação da América portuguesa e a singularidade monárquica brasileira no contexto americano.
Some-se a isso certa nostalgia da época em que o Rio de Janeiro era a capital política, econômica e cultural do país.
Com exceção deste último aspecto, os temas não foram muito distintos dos que haviam sido destacados cem anos atrás.
Como há um século, a comemoração da vinda da corte serviu para apregoar a preeminência do Brasil na história da expansão européia e a excepcionalidade
do destino brasileiro.
Pouco se falou a respeito da ofensiva inglesa no Atlântico Sul, ilustrada pelos ataques de 1806 e 1807 a Buenos Aires, cujo comércio seria em seguida aberto à Inglaterra.
Quase nada foi notado sobre o arrocho de Londres para que a corte viesse para o Brasil comboiada -subjugada pelos canhões da Royal Navy.
No entanto -respondendo à chancelaria britânica, que insistia, ainda em 1838, na generosidade da ajuda naval inglesa em 1808-, Sá da Bandeira, primeiro-ministro português, argumentou que a corte podia muito bem ter se estabelecido na ilha da Madeira, mais próxima de Lisboa e inacessível à Marinha de Guerra francesa (destruída em 1805 na batalha de Trafalgar).

*Pressão inglesa*
Para ele, a vinda da corte para o Rio de Janeiro fora imposta pelos ingleses, sobretudo interessados em ter livre acesso ao mercado da América portuguesa. Nessa perspectiva, o fator decisivo do translado da corte é a pressão inglesa para forçar a abertura do comércio do Brasil.
Assim, o plano de mudança da sede do reino, cogitado desde sempre por uma elite portuguesa ansiosa por vir morar em Pindorama -eixo central da historiografia e do comemoracionismo-, se torna aleatório.
Enviesada por uma interpretação territorial da história do Brasil que desconsidera a unidade do Atlântico Sul, boa parte das análises não atinou para o outro evento marcante de 1808: o engolfamento brasileiro nos portos africanos abandonados pelos negreiros da Inglaterra e dos EUA.
De fato, concretizou-se nesse mesmo ano a proibição do tráfico de africanos
ordenada aos comerciantes dos dois países por seus respectivos governos.
Atenta à mudança, a Mesa de Inspeção -órgão regulador do comércio do Rio-anunciou, em agosto de 1808, as grandes oportunidades abertas ao Brasil, "pela falta de concorrentes estrangeiros na costa [da África], sendo a todos vedado este comércio [de escravos]".
Na seqüência, as trocas diretas com a Inglaterra estimulam as exportações
brasileiras para a Europa, avolumando a importação de africanos.
Campeão absoluto do comércio negreiro, já considerado pirataria no século 19, o Brasil captou 1,5 milhão de africanos entre 1808 e 1850. Desses, 760 mil foram ilegalmente introduzidos no país, sobretudo entre 1831 e 1850.
Conforme a legislação brasileira de 1831, todos esses indivíduos eram considerados livres ao pisarem nas praias do império. Sua redução ao cativeiro constituía crime de seqüestro.
Porém a esmagadora maioria deles -e de seus filhos e netos- foi mantida na escravidão com a tolerância das autoridades e o conluio da sociedade.

*Livres e escravizados*
Desse modo, as duas últimas gerações de escravos simplesmente não eram
escravos. Trata-se de indivíduos plenamente livres e escravizados ao arrepio
da lei.
Nesse contexto, a transferência da corte ofereceu duas condições importantes
para a sobrevivência do sistema negreiro. Um governo português -e depois brasileiro- obstinado na continuidade do escravismo e um aparato diplomático competente, apto a neutralizar as ofensivas diplomática e naval inglesa, protelando o tráfico de africanos até 1850.
A visão irênica da chegada da corte propala a ocidentalização do Brasil pela
dinastia dos Bragança que reinava nas duas margens do Atlântico.
Mas houve também uma terceira margem no rio-oceano, formando a cadeia de trocas que conectou a barbárie ao progresso econômico: quanto mais cresceu a economia brasileira, mais gente foi arrancada da África e escravizada no Brasil.
O poeta alemão Heinrich Heine escrevia em 1833: "Cada época é uma esfinge que mergulha no abismo logo que o seu problema é decifrado".
Terá o Brasil decifrado as conseqüências do problema gerado em 1808?
------------------------------
*LUIZ FELIPE DE ALENCASTRO* é historiador e professor na Universidade de Paris 4. É autor de "O Trato dos Viventes" (Cia. das Letras) e escreve regularmente na seção "Autores", do *Mais!*.
► Leia mais...

Oito em cada dez brasileiros nunca ouviram falar do AI-5


Oito em cada dez brasileiros nunca ouviram falar do AI-5
*MAURICIO PULS* da *Folha de S.Paulo*
*NATÁLIA PAIVA* colaboração para a *Folha de S.Paulo*

Editado há 40 anos pelo general Costa e Silva, o AI-5, o principal símbolo
da ditadura militar, é totalmente ignorado por 82% dos brasileiros a partir
dos 16 anos. E, dos 18% que ouviram falar algo sobre ele, apenas um terço
(32%) respondeu corretamente que a sigla se referia ao Ato Institucional nº 5.

13.dez.1968/Iconographia O então ministro da Justiça Luís Antonio Gama e Silva anuncia o ato AI-5 na Agência Nacional ao lado do locutor Alberto Cury

Editado em 13 de dezembro de 1968 pelo então presidente, o general Costa e
Silva, o AI-5 autorizava o Executivo a fechar o Congresso, cassar mandatos,
demitir e aposentar funcionários de todos os poderes. O governo podia
legislar sobre tudo, e suas decisões não podiam ser contestadas
judicialmente. Em dez anos, o AI-5 serviu de base para a cassação de mais de
cem congressistas. A censura atingiu cerca de 500 filmes, 450 peças, 200
livros e 500 canções.

Passados quase 30 anos de sua extinção, a lembrança do AI-5 vem se
desvanecendo. Como observa o cientista político Marcus Figueiredo, do
Iuperj, isso resulta do fato de que boa parte da população nasceu após 1968:
"O fato tem 40 anos e não faz parte do calendário das datas nacionais". Mas
mesmo no estrato de pessoas com 60 anos ou mais (indivíduos que tinham ao
menos 20 anos quando o AI-5 foi editado), só 26% dizem ter ouvido falar
dele.

O conhecimento sobre o AI-5 cresce à medida que avança a escolaridade
formal. Só 8% das pessoas com ensino fundamental ouviram falar do AI-5. A
taxa sobe para 53% entre quem tem nível superior, mas só 12% desse grupo se
diz bem informado.

Para o sociólogo Leôncio Martins Rodrigues, professor aposentado da USP e da
Unicamp, "a variável decisiva é a escolaridade": "É natural que o
desconhecimento exista. A população comum é muito desinformada sobre
questões políticas. O pessoal mal lê jornal. Isso não é só no Brasil. Foi
feita uma pesquisa com jovens da Alemanha, e a grande maioria nunca tinha
ouvido falar de Hitler".

Na opinião do historiador Marco Antônio Villa, da UFSCar, a pesquisa não
revela "nenhuma surpresa": "Nós somos um país sem memória e despolitizado.
Se a política fizesse parte do cotidiano, isso não aconteceria. É um duplo
problema. Isso permite que quem colaborou com a ditadura possa se travestir
de democrata".

Para o historiador Carlos Guilherme Mota, da USP, a pesquisa do Datafolha é
previsível e resulta de um ensino ruim, da falta de financiamento às
universidades e da falta de interesse num projeto nacional calcado no
conhecimento histórico: "Vivemos num país em que as elites não têm
preocupação em incentivar a educação e a pesquisa histórica", diz.

Mais do que um fiasco do sistema escolar, a historiadora Denise Rollemberg,
da UFF, diz tratar-se de um processo que envolve esquecimento e reconstrução
da história: "No Brasil pós-abertura política, quando a democracia passa a
ser valorizada, há uma reconstrução do passado a partir do presente. Nessa
reconstrução esquece-se o que houve para esquecer-se do aval dado".

Daniel Aarão Reis, também da UFF, concorda. Diz que que sempre que uma
sociedade muda de valores surge o desafio de compreender por que se tolerou
a situação agora deixada de lado: "É muito mais simples não falar do
assunto, esquecer".

Um sintoma de que o apoio à ditadura foi mais amplo do que aparenta
transparece na pergunta na qual o pesquisador, após explicar o que foi o
AI-5, questiona se Costa e Silva agiu bem ou mal ao editá-lo: 48% avaliam
que ele agiu mal, e 26% acham que ele agiu bem. A pesquisa foi feita de 25 a
28 de novembro com 3.486 pessoas. A margem de erro é de dois pontos.
► Leia mais...