Disputa por Amazônia motivou vinda de D. João VI

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009


Disputa por Amazônia está na raiz da fuga da família real, diz historiador

Português disse que fuga foi 'grande saída' de D. João 6º, sob pressão de
Napoleão.

Fonte: O Estado de São Paulo, 07 de Março de 2008.

Um historiador português defende a tese de que uma disputa territorial na
região da Amazônia envolvendo a França e Portugal está na raiz da fuga da
família real portuguesa para o Brasil em 1808, depois que os franceses
invadiram o país europeu.

Para o historiador Jorge Couto, antes da invasão das tropas de Napoleão em
1807, os franceses pretendiam ampliar a Guiana Francesa até a margem norte
do rio Amazonas.

"A reivindicação territorial foi feita em 1797 pelo Diretório, ainda antes
de Napoleão assumir como imperador da França. Uma das atribuições do
Diretório era a de fixar as fronteiras", disse Couto à BBC Brasil.

O historiador, que é diretor da Biblioteca Nacional de Lisboa - uma das
principais fontes de pesquisa sobre a história de Portugal - indicou quais
eram os três objetivos da invasão francesa de Portugal: Dividir o território
português com os espanhóis, tomar posse das colônias portuguesas e colocar a
marinha portuguesa a serviço dos franceses.

Construção da história

Para Couto, a ida para o Brasil foi uma grande saída do regente português D.
João 6º.

"Portugal era a única parte da Europa continental que não estava sob o
domínio de Napoleão. Não havia alternativa. Entre os franceses e os
ingleses, D. João escolheu o mal menor, os imperialistas mais
inteligentes."

Ele conta que Portugal ainda tentou negociar com os franceses.

"Foi oferecido direito de os franceses negociarem nos portos portugueses da
mesma forma que os ingleses; foram oferecidas possessões na África, mas não
no Brasil."

O historiador acredita que, por motivos políticos, procurou-se caracterizar
a fuga da família real para o Brasil como atabalhoada e D. João 6º como uma
figura caricata.

"Foi uma construção da história. Os países, para se firmarem como
independentes tendem a diminuir o papel do colonizador, ridicularizá-lo."

Os portugueses tinham nessa época 21 navios de guerra e 33 mercantes.

Couto explicou que o objetivo francês de ter a Marinha portuguesa a serviço
dos franceses e espanhóis se deve às derrotas marítimas desses países pelos
ingleses nas batalhas de Abuquir, em 1798, e Trafalgar, em 1805.

Eles pretendiam usar os navios portugueses para combater o domínio inglês do
mar.

"A Marinha portuguesa era a terceira maior do mundo, atrás da inglesa e da
americana. A espanhola e a francesa tinham sido destruídas e a dinamarquesa
havia sido bombardeada pelos ingleses em 1805, no porto de Copenhague,
quando a Dinamarca aderiu ao bloqueio continental à Inglaterra."

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"O talento educa-se na calma, o caráter no tumulto da vida."
(Goethe)
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Fabrício Augusto Souza Gomes
fabricio.gomes@gmail.com
MSN: fabriciosgomes@msn.com
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Aberto o Edital PRÓ-CULTURA Capes/Minc - apoio a pesquisa em cultura

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009


Edital PRÓ-CULTURA Capes/MinC
Foi lançado, como parte do programa *Pró-Cultura*, o *Edital PRÓ-CULTURA
Capes/MinC - apoio à pesquisa em cultura*. Serão concedidas 48 bolsas de
ensino para estudantes de mestrado (stricto sensu) e para pesquisas na área
cultural. O programa é fruto de um trabalho conjunto entre a Secretaria de
Políticas Culturais do Ministério da Cultura (SPC/MinC) e a Capes e visa
fomentar a pesquisa universitária, bem como o aperfeiçoamento e a formação
de pessoal de nível superior em Cultura.

As áreas temáticas da Cultura prioritárias para o desenvolvimento das
pesquisas são: Cultura, Arte e Novas Tecnologias; Cultura, Manifestações
Artísticas e Conhecimentos Tradicionais; Cultura, Memória e Patrimônio;
Cultura Populações e Territórios; Cultura, Cidadania e Inclusão Social;
Cultura, Estado, Legislação da área de Cultura e Políticas Públicas;
Cultura, Economia e Desenvolvimento; e Cultura, Globalização e Diversidade.

O valor das bolsas a serem concedidas é de R$ 1.200,00, cada uma. As
inscrições estão abertas até 31 de março de 2009 e deverão ser feitas por
instituições de ensino superio. A divulgação dos selecionados será realizada
a partir de abril de 2009.

A preferência para a seleção dos bolsistas, conforme o edital, será dada a
projetos que promovam o diálogo e a interação das pesquisas com os
conhecimentos da cultura tradicional do país; promovam a articulação das
universidades com empresas; realizem a apresentação de conteúdos em formatos
audiovisual e/ou digital; façam a divulgação dos resultados em seminários,
oficinas e eventos culturais, entre outros aspectos. O Edital está
disponível no endereço www.cultura.gov.br/site/wpcontent/uploads/2008/11/edital_minc_capes.pdf .

Mais informações pelo e-mails cii@capes.gov.br e pablo.martins@cultura.gov.br ou pelos telefones (61) 2104-8944 (Capes) e (61) 3316-2358 (Secretaria de Políticas Culturais).
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UFF-RJ: Seleção LATO SENSU Cultura, Língua e Literatura Latina


Abertas as inscrições p/ o preenchimento de vagas no Curso de Pós Graduação Lato Sensu (Especialização) em CULTURA, LÍNGUA E LITERATURA LATINA na Letras da Universidade Federal Fluminense (UFF)
Período de inscrição: de 19/01 a 18/02/2009.
Tx de inscrição: R$ 60,00.
Seleção: prova, entrevista e exame de curriculum na primeira quinzena de março de 2009.
Pré-requisito: Graduação em Letras, História, Direito ou Filosofia
Uma vez aprovado(a) na seleção, o curso é gratuito.
Mais informações pelo telefone da secretaria ou pelo site.
www.uff.br/latosensuletras
Horário de Funcionamento da Secretaria do Lato Sensu (tel.: 21- 2629-2612):
Dias úteis, de 10 às 19h (nos meses de janeiro e fevereiro).
Esta mensagem foi enviada por Pós-Graduação Lato Sensu Letras da UFF.
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IV Encontro Ministério Público em Defesa do Patrimônio Cultural

sábado, 10 de janeiro de 2009


IV Encontro Ministério Público em Defesa do Patrimônio Cultural

A Associação Brasileira do Ministério Público de Meio Ambiente promoverá nos
dias 11 a 13 de março de 2008, no Centro de Convenções da UFOP, na Cidade de
Ouro Preto MG (Monumento Nacional e Patrimônio Cultural da Humanidade) , o
IV Encontro Ministério Público em Defesa do Patrimônio Cultural, o mais
importante evento nacional do Ministério Público em prol da preservação de
nossas riquezas culturais.

O evento contará com a participação de palestrantes nacionais e internacionais de alto nível, e de consagrados ícones da defesa do patrimônio cultural brasileiro.

Os principais objetivos do evento são:

- Debater os principais instrumentos judiciais e extrajudiciais aptos à tutela do patrimônio cultural.

- Discutir as normas existentes sobre a defesa e a promoção dos bens culturais.

- Traçar estratégias para a atuação integrada do Poder Público e da Sociedade para a efetiva tutela do patrimônio cultural brasileiro.

- Aprofundar os debates sobre aspectos de vanguarda na ação em defesa do
patrimônio cultural, tais como: Tráfico de bens culturais; Crimes contra o
patrimônio cultural; Turismo Cultural; Improbidade Administrativa; Tutela
jurisdicional e extra-jurisdicional; Museus, Quantificação de danos,
Urbanismo e Patrimônio; Unidades de Conservação; Educação Patrimonial;
Patrimônio Cultural e Desenvolvimento Sustentável etc.

- Promover intercâmbio entre as diversas instituições e atores envolvidos com a tutela do patrimônio cultural em âmbito nacional e internacional.

- Difundir boas práticas desenvolvidas em defesa do patrimônio cultural.

Também estão previstas a realização de mini-cursos práticos e a apresentação de casos de sucesso na defesa do patrimônio cultural.

Você é nosso convidado para participar desse momento único na luta pela preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro.

Esperamos contar com sua presença.

Informações e inscrições (vagas limitadas): http://www.abrampa.org.br/ouro_preto


Diretoria da Abrampa
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PASSAGENS - Revista Internacional de História Política e Cultura Jurídica


Temos a satisfação de anunciar que está no ar o n. 1 de PASSAGENS - Revista Internacional de História Política e Cultura Jurídica.

Gisálio Cerqueira e Gizlene Neder
http://www.historia.uff.br/revistapassagens/
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Vaga na ONG Repórter Brasil - projeto "Escravo, nem pensar!"


Os requisitos para a vaga são os seguintes:


• Ser profissional formado em pedagogia, jornalismo, ciências sociais, história ou geografia ou estudante que esteja cursando os últimos dois anos desses cursos;

• Ter disponibilidade para viagens longas pelo interior de Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste;

• Apresentar um bom domínio da língua portuguesa, ter um bom texto, ser bem articulado;

• Residir na região metropolitana de São Paulo;

• Experiência com projetos de educação popular e/ou com projetos de comunicação comunitária;

• Interesse em dar aulas e trabalhar com movimentos sociais;

• Disponibilidade para início imediato na vaga.


É desejável, porém não fundamental, que o candidato tenha:

• Conhecimento sobre os seguintes temas: trabalho escravo e degradante, questão ambiental, questão agrária, economia solidária, leis trabalhistas, exploração sexual de crianças e adolescentes;


Remuneração: R$ 1.500,00 (bruto), com dedicação média de seis horas por dia, de segunda a sexta-feira.


Por favor, enviar currículo, com telefone para possível entrevista, para o endereço: escravonempensar@reporterbrasil.org.br, aos cuidados de Fernanda Sucupira, até dia 15 de janeiro de 2009.

Programa “Escravo, nem pensar!”


O programa “Escravo, nem pensar!”, coordenado pela ONG Repórter Brasil, tem como objetivo diminuir, por meio da educação e da criação de redes de prevenção, o número de trabalhadores das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste aliciados para o trabalho escravo na fronteira agrícola, e conscientizar a população de locais onde há incidência desse crime. Nos municípios com alto índice de aliciamento ou de ocorrência de trabalho escravo, são realizadas formações de lideranças populares, professores e educadores sobre trabalho escravo contemporâneo e temas relacionados, para que possam multiplicar, na sala de aula e nas comunidades, as informações sobre esse tipo de violação dos direitos humanos.

A idéia é que estudantes e comunidades atingidas possam se munir de informações para não caírem na rede do trabalho escravo. Desse modo, mesmo que migrem para a região da fronteira agrícola em função da pobreza e da falta de acesso à terra e a emprego nos seus municípios de origem, eles terão consciência das armadilhas do aliciamento e do endividamento fraudulento. Com isso, será mais difícil a ação de gatos, fazendeiros e donos de pensões que contam com a falta de conhecimento do trabalhador.

Desde 2004, quando o programa foi criado, já participaram das formações mais de duas mil pessoas, em 33 municípios, no Maranhão (Açailândia, Bom Jesus da Selvas, Balsas, Riachão, Santa Luzia, Paraibano e Dom Pedro), no Piauí (Barras, União, São Raimundo Nonato, Uruçuí, Corrente, Nossa Senhora dos Remédios e São Lourenço), no Pará (Breu Branco, Xinguara e Marabá), no Tocantins (Axixá, Araguaína, Ananás, Xambioá, Wanderlândia e Campos Lindos), na Bahia (Rui Barbosa, Itaberaba, Andaraí, Casa Nova, Pindobaçu, Ibotirama e Barreiras) e no Mato Grosso (Cuiabá, Colíder e Alta Floresta).

Em cada um dos municípios abrangidos, a meta é formar 50 professores e educadores. Gestores das secretarias de educação também participam das formações para que possam articular as escolas envolvidas em atividades conjuntas e para que seja possível inserir o tema de forma estrutural nos conteúdos programáticos dos municípios.

O programa não se restringe à formação dos participantes. Ela é apenas o ponto de partida para todo um trabalho que é desenvolvido no município. A equipe da Repórter Brasil faz pesquisa e levantamento de dados do Estado sobre os temas abordados na formação, permanece em intenso contato com as pessoas que fazem parte do programa, produz novos materiais didáticos, financia projetos elaborados pelos participantes, planeja e organiza encontros e outras atividades que potencializem a atuação deles, entre outras atividades.

Oferecemos aos beneficiários apóio técnico por tempo indeterminado, mas são eles que espalham esse conhecimento, apropriando-se dele e adaptando-o de acordo com as necessidades da comunidade.

Após a formação, a Repórter Brasil faz visitas de acompanhamento a cada município, reunindo os educadores de seis em seis meses, durante um ano e meio. Acreditamos que o acompanhamento é fundamental para a implantação e capilarização do projeto. Nesses encontros, os participantes têm contato com novos materiais e notícias sobre o assunto, discutem o que tem sido feito para prevenir o trabalho escravo, conversam sobre como superar as dificuldades e planejam ações futuras.

Ainda que as atividades desenvolvidas pelos professores e líderes populares a partir do “Escravo, nem pensar!” seja de baixíssimo custo, restringindo-se muitas vezes a material de consumo e podendo ser financiado facilmente por uma escola ou um sindicato, a Repórter Brasil também articula apoio financeiro àqueles que queiram desenvolver seus projetos.

Apesar de ser coordenado pela Repórter Brasil, o “Escravo, nem pensar!” conta com a participação de organizações e movimentos locais, também responsáveis por sua implantação, monitoramento e avaliação. Entidades como o Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia, no Maranhão, a Comissão Pastoral da Terra, em todos os estados onde o projeto foi implantado, secretarias municipais de educação, sindicatos de trabalhadores rurais, paróquias e associações de assentamentos rurais participam das discussões de concepção dessas ações e já inseriram o “Escravo, nem pensar!” como uma de suas prioridades.

Esses parceiros locais têm papel fundamental para que o programa seja implantado nos municípios. São eles que organizam a divulgação do curso e a inscrição dos participantes, assim como a estrutura necessária para a sua realização, como local do encontro, equipamentos de áudio e vídeo, alimentação dos participantes, hospedagem e alimentação dos educadores da Repórter Brasil.

Além dos parceiros locais, o programa também conta com a parceria de instituições dos três setores e também de organismos internacionais, articulados sob a coordenação da Repórter Brasil. São nossos parceiros: a Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a Comissão Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), as Delegacias Regionais do Trabalho (DRTs), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Secretaria do Trabalho, Renda e Esporte do Governo da Bahia, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia (CDVDH), o Projeto “Trilhas de Liberdade”/CRS, a Fundação Doen, a Ação Educativa, o Instituto Carvão Cidadão (ICC), o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a TAM Linhas Aéreas, a Universidade de São Paulo (USP), o Sindicato dos Bancários de São Paulo, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a Comissão Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Escravo do Piauí (Cepete), os Sindicatos de Trabalhadores Rurais (STRs) e Sindicatos Municipais de Professores.

Metodologia

Durante as atividades que integraram a programação do curso piloto do “Escravo, nem pensar!”, ouviu-se da boca de professores participantes a seguinte frase: “eu nunca imaginei que isso [aliciamento para trabalho escravo] acontecesse aqui na minha cidade”. Também era comum ouvir deles próprios a idéia de que as informações adquiridas ao longo das discussões traziam consigo não só conhecimento: carregavam, acima de tudo, a noção de responsabilidade. Mais do que
fomentar a formação crítica de cidadãos que lutem para fazer valer princípios de justiça social, o “Escravo, nem pensar!” sugere uma metodologia para que escolas e entidades consigam contornar os desafios cada vez mais espinhosos que se apresentam no dia-a-dia.Essa metodologia se baseia em alguns princípios. O primeiro deles é a construção coletiva do aprendizado, com participação ativa dos professores e lideranças. Durante a formação, o conteúdo e as atividades são produzidos em encontros dialógicos. Com isso, pretendemos explorar o conhecimento dos participantes e fazer com que sejam co-autores do conteúdo construído e não apenas receptores, partindo da realidade local, mostrando que o trabalho escravo está inserido no cotidiano deles, o que pode sensibilizá-los para o problema e mobilizá-los para o combate a ele.

Durante esses encontros de formação, o ciclo de aliciamento do trabalho escravo é o fio condutor. Assim, no início, é criado um trabalhador, que passará por situações contínuas, crescendo e se complexificando ao longo dos dias. Os educadores são narradores invisíveis da história dessa personagem e interferem nela para conduzi-la de modo a abordarem todo o conteúdo previsto.

Os temas tratados se relacionam às causas estruturais do trabalho escravo ou às conseqüências desse tipo de exploração, conferindo a essa questão sua dimensão social, política, econômica e ambiental, que não pode ser ignorada para sua total compreensão. Assim, são discutidos: o trabalho na nossa sociedade; questão agrária e movimentos de luta pela terra; questão ambiental e fronteira agrícola amazônica; migração, tráfico de pessoas e aliciamento; trabalho infantil e exploração sexual de crianças e adolescentes; desenvolvimento e agronegócio; economia solidária e formas de autonomia.

Especificamente sobre o trabalho escravo contemporâneo, são abordados, além de sua definição: o perfil dos trabalhadores escravizados, as condições de trabalho, a comparação entre a escravidão colonial e imperial e a nova escravidão, as principais atividades em que é utilizada a mão-de-obra escrava, a fuga, a denúncia, a fiscalização, as formas de combater o problema, o papel da Justiça do Trabalho e da Justiça Comum, a impunidade, etc.

Para abordar esses temas, as atividades são muito variadas, tendo em vista os princípios metodológicos já citados: dinâmicas e atividades lúdicas em duplas ou grupos; vídeos, músicas e poemas; dramatização; pesquisa em casa e na comunidade; diagnóstico da situação do município; leitura de textos de apoio e utilização de mapas, gráficos e tabelas; construção coletiva de personagens, cenários e histórias; chuva de idéias em grupo para buscar saídas pontuais e estruturais para os trabalhadores escravizados; produção de desenhos e textos; construção do ciclo do aliciamento por meio de tarjetas.

Nessas atividades, utilizamos material didático produzido pela equipe de educadores da Repórter Brasil, como uma apostila, que serve de apoio durante toda a formação. Nela, encontram-se algumas das atividades com dados a serem preenchidos por professores e lideranças durante os encontros, além de textos sobre os assuntos abordados. Também é utilizado o “Almanaque do Alfabetizador” – cartilha produzida pela equipe do “Escravo, nem pensar!” – que traz o conteúdo abordado em uma linguagem bem simples, ideal para ser reproduzida e utilizada em sala de aula ou em reuniões comunitárias. Além disso, são fornecidos aos participantes materiais de outras entidades.

Para aprofundar os temas, durante a formação, recebemos convidados da sociedade civil e da Justiça do Trabalho ou auditores fiscais para “rodas de conversa”. Os professores são preparados para elas, elaborando um roteiro de perguntas. O objetivo é que eles tenham contato com pessoas de atuação significativa no combate ao trabalho escravo.

Como não poderia deixar de ser, com os professores trabalhamos com dois eixos que se misturam ao longo do curso: conteúdo sobre trabalho escravo e discussão metodológica da abordagem desse conteúdo na sala de aula. São abordadas as formas de utilização de cada atividade realizada durante o dia, dando especial atenção para a importância da interdisciplinarida de. Isso quer dizer que pretendemos contribuir para a união de várias áreas do conhecimento em torno do mesmo tema.

Para isso, a concepção de projetos interdisciplinares pode gerar a mobilização necessária para que o conhecimento transponha os muros das salas de aula e faça a diferença na rua e nas casas da comunidade. Por meio dessa metodologia, tanto professores e lideranças como estudantes e moradores de uma comunidade tornam-se autores responsáveis pelo sucesso do projeto que estão construindo juntos. Todos passam a ser sujeitos de um aprendizado colaborativo e horizontal, superando as práticas comumente autoritárias do ensino mais conservador.

Durante a formação de professores, são elaborados pequenos projetos, apresentados em uma noite cultural no quarto dia de curso, que permitem avaliação da apreensão dos conteúdos. Eles têm linguagem variada: cordel, repente, paródia, teatro, programas de TV e de rádio, jogos, reizada, etc.

No último dia, tanto professores quanto lideranças elaboram um plano de ação, que é discutido com o grupo. Dessa forma, eles saem do curso com uma proposta concreta a ser apresentada na escola e na entidade, e colocada em prática no período subseqüente, incluindo: formação e sensibilização de professores e lideranças que não participaram do curso; abordagem do tema em sala de aula por diferentes disciplinas; abordagem do tema em atividades comunitárias das entidades; atividades em datas comemorativas, como Dia do Trabalho e Dia da Consciência Negra; inserção em projetos da escola como feiras de conhecimento e ciclos de debates; elaboração de projetos educacionais específicos sobre o tema, em diferentes formatos, e elaboração de projetos específicos em consonância com a atuação das organizações. Eles também são estimulados a articular diferentes escolas e entidades na realização dos projetos.

Por haver uma grande dificuldade de buscar informações mais aprofundadas sobre o tema nesses locais, a cada formação é levada uma coletânea de textos de referência, para pesquisa posterior dos professores e lideranças, deixada com os gestores que participam do curso. A idéia é que, durante a formação, seja abordado o conteúdo essencial para entender o processo, indicando para a pesquisa o aprofundamento, com números e estatísticas que não são fundamentais.

Desde setembro de 2007, a Repórter Brasil iniciou a implantação de um escritório no município de Araguaína, no Tocantins, para que haja mais proximidade entre a instituição e professores e lideranças formados.

A ONG também acompanha as repercussões do programa na política local, prestando apoio às entidades parceiras em âmbito regional. Além disso, aciona os membros da Comissão Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), caso haja necessidade de que providências sejam tomadas para garantir a liberdade de expressão e a integridade dos parceiros locais.

Podemos citar algumas idéias e ações concretizadas por professores e lideranças que participaram do “Escravo, nem pensar!”. A secretaria municipal de educação de Breu Branco, no Pará, por exemplo, inseriu a realização de projeto sobre trabalho escravo no conteúdo programático da 4ª etapa do EJA-2007, na disciplina de Estudos Amazônicos; lideranças de Barras, Uruçuí e São Raimundo Nonato, no Piauí, e de Bom Jesus das Selvas, no Maranhão fizeram um trabalho de conscientizaçã o nos ônibus que saem do município com trabalhadores rurais; em Axixá, no Tocantins, a Escola Municipal Osvaldo Reis elaborou um projeto que envolveu todos os professores e alunos, lideranças e outras duas escolas, na realização de palestras, gincanas, passeatas, peças de teatro nas zonas urbana e rural. São só alguns exemplos do que os professores e lideranças formados têm realizado em seus municípios após o curso.


Primeira experiência nacional de prevenção

Para erradicar o trabalho escravo, as medidas de prevenção são consideradas essenciais. De um lado, é preciso que haja políticas de geração de emprego e renda nos municípios alvo do aliciamento, como o investimento em reforma agrária e economia solidária, para que os trabalhadores rurais não mais precisem migrar para garantir o sustento. Infelizmente, ainda não existem políticas específicas de prevenção ao trabalho escravo nesse sentido em âmbito nacional.

De outro, faz-se necessária a conscientizaçã o da população, principalmente nos locais de origem dos trabalhadores libertados, sobre as condições degradantes a que eles são submetidos, as precauções que devem ser tomadas para não caírem nessa situação e os direitos trabalhistas. É justamente nesse segundo eixo em que se insere o programa “Escravo, nem pensar!”, da Repórter Brasil.

O “Escravo, nem pensar!” nasceu em resposta às demandas do Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (PNETE), documento elaborado por representantes do poder público, da sociedade civil e de organismos internacionais, e lançado em março de 2003 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O programa é considerado pelo governo federal e pelas entidades participantes da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) como o primeiro grande projeto nacional de prevenção à escravidão, implantado de forma sistemática no país. Por isso, no segundo PNETE, lançado em setembro de 2008, o programa foi incluído nominalmente, por decisão unânime dos membros da Conatrae.

O “Escravo, nem pensar!” também foi inserido nominalmente em alguns planos estaduais, como os do Pará, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.


Prêmio “Escravo, nem pensar”

Professores e líderes comunitários de cidades do interior do Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Mato Grosso que passaram pelas formações do programa “Escravo, nem pensar!”, nas etapas 2004/2005, 2005/2006, 2006/2007 e 2007/2008 receberam apoio técnico e financeiro para colocarem em prática projetos sobre o trabalho escravo contemporâneo no Brasil. O concurso foi organizado pela ONG Repórter Brasil, com recursos financeiros da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, e com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da TAM Linhas Aéreas. As propostas selecionadas receberam até R$ 1 mil reais, cada uma, para executar ações locais que mobilizassem alunos de escolas e a comunidade na prevenção ao aliciamento de mão-de-obra escrava. Em 2007 foram 9 projetos selecionados e concretizados com sucesso. Em 2008, foram 16 propostas.

As atividades propostas são diversificadas e interdisciplinares, vão desde peças de teatro até grafitagem, passando por programas de rádio, palestras, encontros, caminhadas, pesquisas, simulação de júri, oficinas de artesanato, produção de panfletos e cartilhas, confecção de cartazes e camisetas. Em comum, elas têm o objetivo aumentar o nível de consciência sobre esse problema, com informações sobre os riscos a que os trabalhadores estão expostos e os seus direitos, para evitar que eles sejam enganados.


Repórter Brasil

A Repórter Brasil é uma organização não-governamental, sediada em São Paulo, fundada em 2002 para atuar na área de jornalismo social. Hoje, ela é uma das entidades da sociedade civil que integra a Comissão Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) e atua em três frentes nesse sentido: por meio de uma agência de notícias sobre o tema e o programa de rádio “Vozes da Liberdade”, com o objetivo de aumentar a circulação de informações sobre o problema na mídia; um grupo de pesquisas sobre trabalho escravo, agrocombustíveis e outros temas relacionados; e o “Escravo, nem pensar!”.

Em 2008, a Repórter Brasil e a Comissão Pastoral da Terra receberam o prêmio internacional “Freedom Awards 2008” concedido por uma das principais organizações mundiais na luta contra a escravidão contemporânea, a Free the Slaves, dos Estados Unidos. Nesse mesmo ano, a Repórter Brasil também recebeu o “Prêmio Nacional Direitos Humanos 2008”, na categoria Erradicação do Trabalho Escravo, como pessoa jurídica, concedido pela Secretaria Especial de Direitos Humanos do governo federal.


ASSISTA AO VÍDEO:


http://www.reporter brasil.com. br/videos. php?id=65&video=http:/ /www.youtube. com/v/4JKyJJIz1J k
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"Dicionário de biografias científicas"

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009


A editora Contraponto publicou em 2007 o "Dicionário de biografias científicas", uma alentada obra em três volumes com centenas de biografias de pensadores, pesquisadores e cientistas das mais variadas áreas do conhecimento humano, indo desde a Matemática até a Psicologia, passando pela Astronomia, Física, Química, Biologia e Sociologia, além da Filosofia.

Apesar de um tanto salgado o seu preço, é uma obra excelente.

http://www.contrapontoeditora.com.br/produtos/detalhe.php?id=140
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Informe da programação da Casa Rui Barbosa 1-31/01/09

terça-feira, 6 de janeiro de 2009


Cineclube ABDeC
No verão, foram programadas sete sessões extras do cineclube. Na primeira, será exibido o documentário Preservação das imagens em movimento, de Philip Johnson. Dia 14 de janeiro, às 16h, no auditório. Entrada franca. Informações: (21) 3289-4645.

Cineclube ABDeC - Sessão Cinemina Re-visão

Exibição de quatro vídeos, dirigidos por mulheres, que abordam o racismo institucional. Dia 16 de janeiro, às 16h, no auditório. Entrada franca. Informações: (21) 3289-4645.

Cineclube ABDeC - Jacy Inspiração
Projeção do documentário Jacy Inspiração - a cara do Brasil, de Clément Crauste. Dia 21 de janeiro, às 16h, no auditório. Entrada franca. Informações: (21) 3289-4645.

Cineclube ABDeC - Sessão Trilogia Carioca
Exibição de três documentários experimentais dirigidos por Dario Gularte. Dia 28 de janeiro, às 16h, no auditório. Entrada franca. Informações: (21) 3289-4645.

Cineclube ABDeC - Sessão Dia internacional da animação 2008
Apresentação de 13 curtas-metragens. Dia 4 de fevereiro, às 16h, no auditório. Entrada franca. Informações: (21) 3289-4645.


Cineclube ABDeC - Línguas - vidas em português
Exibição do documentário Línguas - vidas em português, de Victor Lopes. Dia 11 de fevereiro, às 16h, no auditório. Entrada franca. Informações: (21) 3289-4645.

Cineclube ABDeC - Quanto vale ou é por quilo?

Projeção do longa-metragem Quanto vale ou é por quilo, dirigido pelo cineasta Sérgio Bianchi. Dia 13 de fevereiro, às 16h, no auditório. Entrada franca. Informações: (21) 3289-4645.
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Chamada para Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009


A Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades ligada ao NEPCON (Núcleo de Estudos e Pesquisas da Contemporaneidade - USP/UFV) está recebendo propostas de artigos, resenhas, opiniões e ensaios críticos para a próxima edição (nº4). A revista é especializada em fenômenos ligados à História do Tempo Presente (século XX e XXI). O link para a revista é: http://www.revistacontemporaneos.com.br/
Dúvidas: contemporaneosufv@yahoo.com.br
Abaixo as Normas de Publicação.
Abraços a todos,
Prof. Leandro Gonçalves

Normas de Publicação
A Revista Contemporâneos é uma publicação eletrônica que tem como objetivo retratar a diversidade da História do Tempo Presente, em seus múltiplos aspectos e correlações com outras áreas do conhecimento.

Nesse sentido, a Contemporâneos, de periodicidade semestral, tem um fluxo contínuo para o recebimento de artigos, resenhas, ensaios, opiniões, traduções, além de documentos inéditos que mereçam ser divulgados. Para tanto, solicitamos aos nossos colaboradores que enviem seus trabalhos para o endereço eletrônico contemporaneosufv@yahoo.com.br, atendendo as seguintes especificações:

Os artigos aqui publicados são de inteira responsabilidade dos autores.

1- A Revista Contemporâneos publica artigos, resenhas e edição crítica de documentos. Todas as contribuições deverão ser digitadas em fonte Times New Roman, tamanho12, com espaçamento 1,5, justificado. Devendo ser acompanhados de resumo (máximo 10 linhas), palavras-chave (quatro).

2- Os artigos deverão ter no máximo 30 páginas (com bibliografia), resenhas; 10 páginas e opiniões; 1 página.

3- Título, resumo e palavras-chave devem ser apresentados em português.

4- No assunto do email deverá constar o tipo de documento enviado, se artigo, resenha, edição crítica ou opinião.

5- As traduções de artigos deverão vir acompanhadas de autorização do autor e do original do texto.

6- As notas deverão ser reservadas para comentários críticos. As referências bibliográficas deverão vir entre parênteses após as citações dentro do texto, contendo em caixa alta o nome do autor seguido pelo ano da publicação. Ex. "O terrorismo é um fenômeno ainda pouco estudado". (MENEZES, 2001).

7- As citações devem vir em espaço simples e recuo quatro se excederem 3 linhas.

8- As referências bibliográficas deverão ser listadas em ordem alfabética no final do artigo.

9- A publicação reserva-se o direito de executar revisão ortográfica e gramatical nos textos publicados.

10- A simples remessa de texto implica autorização para a publicação e cessão gratuita de direitos autorais.

11- Os textos poderão vir acompanhados de ilustrações e/ou gráficos, desde que as fontes sejam devidamente mencionadas, respeitando a legislação em vigor. As imagens devem ser enviadas em arquivos JPG.

12- As legendas deverão ter corpo 9, Times New Roman e constada abaixo da foto ou ilustração.

13- O nome do autor deve ser acompanhado por titulação, filiação e função exercida no momento do envio do texto.

14- Todos os artigos apresentados dentro das normas serão analisados pela comissão editorial.

15- Caso os artigos enviados não estejam de acordo com as normas de publicação, eles serão devolvidos a seus autores.

16- Caberá ao Conselho Editorial, a decisão referente à oportunidade da publicação das contribuições recebidas.

17- Os textos deverão vir acompanhados de fotos, ilustrações e/ou gráficos, e legendas elucidando o significado da imagem para a compreensão do texto. As fontes serão devidamente mencionadas, respeitando a legislação em vigor. As imagens devem ser enviadas em arquivos JPG.
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