A Crise do marxismo

sábado, 24 de outubro de 2009


Texto de Sergio Fonseca
>
> *A CRISE DO CONCEITO MARXISTA DE HISTÓRIA
>
http://sfonseca.my1blog.com/2007/02/17/a-crise-do-conceito-marxista-de-historia/
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> **
> Marx foi o filósofo da história por excelência. A conversão da história
> ao domínio científico foi obra sua, que a fez com competência digna de
> registro. Na sua obra mais elegante /A Ideologia Alemã/, a história é
> elevada ao panteão de única disciplina que pode se regozijar de ser
> científica. Mas, o que Marx entedia por ciência?
> Nessa obra ele refere-se a "pressupostos empíricos". Ou seja, a
> realidades que podem ser efetivamente demonstradas e comprovadas. Uma
> vez aceito a teoria materialista de que o homem é um ser natural, Marx
> procedeu a identificação do primeiro ato histórico. Como, anteriormente,
> no /Manuscrito econômico-filosófico/, ele já havia liquidado com o
> conceito idealista de /essência humana/, a idéia sobre o homem que tem
> em mente é a de caráter processual, isto é, um vir-a-ser.
> Mas para que o homem concreto e empiricamente real do Marx possa fazer a
> história, ele tem antes que comer, beber, fazer sexo, morar…
> Com isso identificamos o primeiro ato histórico, ou seja, a satisfação
> das necessidades básicas do homem. Como já foi amplamente debatido, Marx
> não refere ao homem enquanto uma categoria abstrata e/ou individual,
> como é corrente nas filosofias idealistas e burguesas. Homem é a
> espécie, o conjunto das relações sociais. Aqui o naturalismo e o
> materialismo vulgar não têm vez.
> Ciência é o estudo das condições empíricas nas quais o homem, enquanto
> ser genérico, atua e realiza-se. As relações sociais de produção são o
> objeto da ciência histórica.
> Marx não se ocupou com problemas específicos de metodologia, técnicas de
> pesquisa, mensuração estatística, análise comparativa e outras funções
> da feitura do conhecimento científico. Não o fez porque, munido de uma
> metodologia hegeliana depurada, houve por bem apenas fazer referencias,
> algures e alhures, sobre a dialética.
> E a dialética hegeliana é que permitiu a Marx fundamentar a filosofia da
> história em base científica. Na verdade, é pouco provável que depois de
> tudo o que foi feito, ainda restasse espaço para que a filosofia pudesse
> se auto-afirmar enquanto disciplina legítima. O mais correto, é
> entendermos que ele operou um desmonte no discurso filosófico,
> degradando-o ao nível da ideologia (1).
> Nós, interpretes, é que ainda falamos numa filosofia da história como
> parte integrante do discurso do Marx porque temos boas razões para
> suspeitar que o materialismo histórico e/ou dialético, longe de ser um
> discurso rigoroso, é mais uma metafísica da história.
> As assim chamadas /eternas necessidades naturais do homem/, o seu
> metabolismo com o meio circundante, a dependência vital da natureza, o
> próprio ser como porção natural, indicam que o Marx tinha alguma razão
> ao acreditar que tivesse alcançado o porto seguro da ciência porque
> agora o materialismo poderá fazer afirmações pautadas em contextos
> concretos e efetivamente comprováveis.
> Doravante essas indicações empíricas do Marx podem ser resumidas no que
> o filosofo da comunicação J. Habermas (2) define como paradigma
> produtivista do trabalho. Ou seja, a descoberta do Marx do trabalho como
> uma categoria sociológica fundamental para descortinar o verdadeiro
> processo histórico.
> O trabalho enquanto chave dos processos sociais e históricos vincula-se
> ao paradigma das filosofias do sujeito ou da consciência, que o discurso
> pragmático e neo-pragmático, interpela com a lógica da conversação e
> suspeita da sua eficácia e operacionalidade.
> Numa outra entrada, mais de cunho sociológico, Klaus Off, defendeu a
> tese de que o trabalho não pode ser mais considerado chave explicativa
> dos processos sociais (3).
> A sua tese fundamenta-se na constatação empírica de que as
> transformações tecnológicas, a automação e reengenharia, alteraram a
> rotina da produção, suplantaram a teoria marxista do valor-trabalho e
> descaracterizaram, de gambito, a teoria das classes sociais.
> De sorte que isso vem produzindo uma fragmentação na consciência
> operária que pulveriza a identidade de classe. Os interesses operários
> já não são universais, se é que foram algum dia, e a negação da ordem
> capitalista foi substituída, isso ainda no tempo de Kautsky, por
> vantagens relativas numa melhor distribuição do produto social.
> Quanto a questão da determinação, em última instancia, pelo econômico,
> do social, político e cultural, houve diversas criticas, mas a mais
> interessante, para o nosso contexto, é a que acusa esse discurso de
> causalidade mecânica.
> É correto que o Marx procurou de todas as formas evitar o mecanicismo
> determinista e o Engels, após a morte do mestre, passou a referir-se a
> uma última instancia localizada no econômico, contornando assim a
> sedução da simplificação e consequentemente a dogmática.
> Mais tarde certos marxistas chegaram a falar em sobre-determinação e
> autonomia relativa das instancias. Foram tentativas para resolver os
> problemas da ordem do saber, do poder político e da vida cultural e
> artística, que obviamente não poderiam ser explicadas pelo nível do
> desenvolvimento econômico.
> O problema da determinação está relacionado com a questão do estatuto da
> teoria da evolução que carrega fortes conotações positivistas e é o pano
> de fundo de nossa discussão acerca da crise do conceito de história.
> O determinismo calcado no trabalho, como chave explicativa, é uma teoria
> positiva do progresso histórico, ou seja, é uma forma cientifica, assim
> pensou Marx, que efetivamente explica o modo como a história evolui no
> tempo.
> A história hegeliana, como referencia para Marx, não tinha algo real
> sobre o que pudesse se desenvolver. O espírito hegeliano era por demais
> abstrato e ideal para lhe servir como salvo-conduto de processos históricos.
> Agora não. Com a identificação das condições reais nas quais os homens
> constróem suas vidas, isto é, as condições do trabalho social, Marx pôde
> visualizar algo concreto e que é o fio condutor dos processos históricos.
> Creio que o Marx buscou algo em que pudesse apalpar a história, toca-la
> como se fosse tangível, mensura-la. Todo esse desejo de tocar a história
> tem a sua justificativa no fato de que, do ponto de vista da razão, é
> possível modificar a história e fazê-la conscientemente de acordo com
> metas e valores planejados coletivamente.
> A industria e as forças tecnológicas deram provas de que a natureza pode
> ser a nossa serva. A natureza foi subjugada conforme um plano de
> exploração que a disponibilizou para o uso das necessidades humanas.
> Ora, se a natureza foi domada e domesticada, porque a história não
> poderia sofrer o mesmo processo?
> A sociedade comunista como meta da história equacionava o sentido do
> poder humano sobre as forças que, aos olhos dos filósofos anteriores,
> eram irracionais e indomáveis. O que impulsiona a história e qual o seu
> objetivo?
> A história é obra dos homens em condições determinadas. O problema de
> Marx, como vimos, foi identificar essas condições, que ele as encontrou
> na produção e no trabalho social. Já a meta da história, o sentido,
> deveria ser explicitada pelos homens politicamente engajados.
> Em Hegel, a história é que se servia dos homens para realizar seus
> desígnios. Marx rejeita tal idealismo e parece projetar no processo
> histórico valores morais que não ficaram muito claros.
> Se indagarmos, a realização da história é o bem? Não teremos como
> responder com base na ciência da história do Marx. O problema com a
> filosofia da história de Marx é que ele quer, por um lado, tratar a
> história como grandeza científica, processos absolutamente comprovados
> empiricamente; de outro lado, parece que a história de Marx possui, de
> uma forma não explicita, um conteúdo moral que a torna um plano
> previsível e racionalmente factível.
> Já vimos que a existência da história estava, para Marx, assegurada pelo
> fato de que os homens concretos a fazem com base em suas próprias
> necessidades. Todavia, como que necessidades podem se tornar liberdades
> no sentido da construção de uma forma de sociedade em que a exploração e
> domínio do homem pelo homem fossem extintos?
> Toda a história que conhecemos até o presente momento não é a verdadeira
> história. Não porque seja ideologia. Mas porque, o homem ainda não tomou
> consciência de que é o seu protagonista. Marx chama essa fase da
> exploração que chega até o sistema capitalista de pré-história. O
> comunismo encerraria essa pré-história e inauguraria o reino
> propriamente da história que é a liberdade realizada, ou seja, os homens
> agiriam com plena liberdade e consciência de seus atos. É o fim da
> alienação!
> Como temos visto, o trabalho não pode mais servir de estofo para a
> explicação da história e tampouco a consciência operária, que brota da
> experiência do trabalho, assume feição universal e vocação racional.
> Talvez, sorrateiramente, o trabalho tenha se tornado um estorvo para os
> ideais da emancipação social.
> A presença da tecnologia, que Aristóteles acreditou ser a redenção da
> humanidade porque livrar-nos-ia do fardo do trabalho, converte-se, na
> representação sindical moderna, em vilã da desgraça do trabalhador. O
> que outrora fora concebido como libertação, metamorfoseia-se em cativeiro!
> Ao subtrairmos o trabalho e a consciência de classe do núcleo racional
> da história marxista, o que restará?
> Para alguns, o materialismo histórico pode muito bem ser rearticulado
> com base em outras mediações sociais. Para Habermas, por exemplo, o
> desenvolvimento tecnológico não recobre os processos de aprendizagens
> sociais.
> A sociedade progride materialmente; a espécie, ao contrário,
> qualifica-se na ampliação dos processos educacionais, na tolerância
> política, no aprofundamento do conhecimento científico e na autonomia da
> mundo da vida, da razão comunicativa em face da razão instrumental.
> O materialismo histórico terá então que descerrar o véu dos processos de
> aprendizagem, as formas políticas do viver bem e da convivência e
> particularmente denunciar o nivelamento, próprio da forma moderna de
> vida, entre esfera instrumental das necessidades e esfera comunicativa
> dos interesses nobres da espécie que não são de ordem econômica.
> Podemos ainda falar em progresso histórico?
> Para Marx, o progresso histórico era empiricamente verificado no avanço
> das relações sociais de produção. Essa é a razão pela qual, apesar de
> Marx ter sido um critico assaz azedo do capitalismo, ele nunca foi
> adepto de teses populistas, ordinárias na Rússia pré-revolucionária, que
> condenavam sumariamente o capitalismo.
> Como bem demonstrou Marshall Berman, o /Manifesto Comunista/ é um livro,
> sob vários aspectos, otimista quanto as ações históricas da burguesia.
> Marx aqui saudou a burguesia como uma classe legitimamente
> revolucionária e afinada com as urgências e planos de sua inserção no
> processo produtivo.
> O proletariado parece ser herdeiro desse /espírito/ revolucionário
> burguês. Pelo modo objetivo de sua inserção no processo de produção,
> essa classe assume as dores de toda a humanidade e marcha para emancipa-la.
> A história que havia sido desnudada nas ações burguesas, agora é o pomo
> da racionalidade porque fundiu numa única classe necessidade e liberdade
> históricas.
> Todavia, como o proletariado não levou adequadamente sua tarefa
> histórica a bom termo, a história privou-se de sua realização.
> Como Marx saiu de cena em 1883, não podemos afirmar se ele iria
> confirmar a revolução bolchevique como a realização da história. É pouco
> provável que encontrasse alguma coisa parecida com o seu comunismo.
> Independentemente da exegese, temos que considerar que o clamor das
> tarefas históricas ou das necessidades objetivas como meios de acesso ao
> reino da liberdade e da história, esfumou-se.
> Não há mais urgência histórica, estratégia de ação para obtenção de
> avanços históricos e tampouco privação de prazeres no presente para o
> deleite no futuro.
> Como a política não é mais um epifenômeno dos processos econômicos e
> como não há uma universalidade avançando mundialmente por sobre as
> particularidades culturais e regionais, então falar em progresso
> histórico pode soar profundamente reacionário e autoritário.
> De fato, na fase Stalinista, a motivação para o trabalho estafante e
> absurdo estava na idéia jocosa de que aqueles esforços eram necessários
> para a realização da sociedade comunista e que nesse futuro todos seriam
> felizes.
> O reino da história e da liberdade não chegou. A história como um
> processo evolutivo de etapas menos desenvolvidas para outras mais
> desenvolvidas, não tem mais nenhum significado para os indivíduos concretos.
> Nesse contexto, colocamos a questão: o que é a história?
> Experiências singulares que não autorizam falarmos em progresso ou
> realização.
> As experiências dos grupos étnicos, de gays, de prostitutas,
> presidiários, famílias, e assim por diante, acontecem, como vem
> demonstrando os trabalhos da historiografia francesa ( do grupo dos
> Annales ),e como já havia demonstardo o Gilberto Freyre antes, em
> dimensões temporais e espaciais que geram significados sociais que não
> são traduzidos em termos de uma universalidade abstrata. Igualmente, a
> comparação, que a antropologia já demonstrou ser falaciosa, entre
> sociedades /primitivas/ e /desenvolvidas/.
> Os critérios históricos que estabelecem uma linha evolutiva são também
> falaciosos e, como dissemos, podem desembocar em novas formas de
> autoritarismo e intolerância cultural.
> Ao meu ver, o conceito filosófico de história do século XIX a qual Marx
> foi um legítimo representante, explodiu juntamente com o socialismo
> burocrático. A história universal e racional mostrou-se ser um mito e um
> veículo para justificar formas absurdamente totalitárias de sociedade.
> Podemos falar num fim da história enquanto uma pretensão universal que
> força a homogeneização das culturas e experiências sociais dos diversos
> povos, etnias e grupos das sociedades. Somente nesse sentido.
> Não possuímos um critério racional, legitimamente aceito por todos os
> habitantes do planeta, com base no qual pudéssemos julgar dos progressos
> da história.
> Na falta desse critério, temos que nos contentar com avaliações
> flexíveis e heterogêneas que os indivíduos singulares fazem de suas
> vidas e de suas experiências intersubjetivas.
> *Sergio Fonseca*
>
> *NOTAS*
> 1) O debate acerca do valor de ciência para a história apenas ocorreu na
> Alemanha após a morte de Marx, no final do século XIX. Surgiu no ultimo
> quartel desse século uma questão, digamos, kantiana sobre a história, ou
> seja, qual a possibilidade do conhecimento histórico?, qual a sua
> validade? Especialmente na obra "Einleitung in die
> Geisteswissenschaften", datada de 1883, Dilthey propôs a psicologia
> analítica e descritiva como disciplina competente para ter acesso ao
> passado. Em oposição as ciências naturais que operam na base das leis
> mecânicas, o historiador recorre a empatia, a introspecção e ao reviver
> para descortinar os sentidos das ações dos agentes históricos.
> Windelband e Rickert participaram desse debate com a delimitação dos
> domínios das ciências históricas e das ciências naturais. Assim, eles
> criaram os conceitos de ciências nomotéticas, que são as ciências
> naturais generalizantes, e as ideográficas, ou seja, as ciências
> históricas que são individualisantes. Outros nomes ainda vieram a compor
> o debate sobre a historiografia na Alemanha desse período: Simmel,
> Troeltsch, Meinecke, e o mais ilustre, que é Max Weber.
> 2) Jürgen Habermas, nascido em 1929, é o principal estudioso da segunda
> geração da Escola de Frankfurt ( ou Teoria Crítica, como é
> ordinariamente conhecida ) um grupo de filósofos, críticos culturais e
> cientistas sociais associados com o Instituto de Pesquisa Social,
> fundado em Frankfurt em 1929. As figuras comumente associadas com a
> escola são Horkheimer, Adorno, Marcuse, Fromm e Habermas. Habermas era
> um estudante de Adorno e se tornou assistente dele em 1956. Ensinou
> filosofia primeiro a Heidelberg e depois se tornou professor de
> filosofia e de sociologia na Universidade de Frankfurt. Em 1972,
> mudou-se para o Instituto Max-Planck em Starnberg, mas em meados de
> 1980, retornou para o seu posto de professor em Frankfurt. Atualmente
> faz conferencias em diversas instituições de ensino, inclusive já esteve
> no Brasil: Rio, São Paulo e Porto Alegre, para falar de temas
> relacionados com a ética e a filosofia.
> 3) O livro de Off " Capitalismo desorganizado", foi traduzido aqui no
> Brasil no final da década de 80. No Capitulo "Trabalho: categoria
> sociológica chave?", ele investigou as mudanças no mundo do trabalho nos
> países europeus, principalmente a Alemanha, e nos EUA. A sua abordagem
> demonstrou que o crescimento econômico já não mais significava a
> incorporação das massas trabalhadores desempregadas ao setor produtivo.
> A tecnologia reduz a presença da mão-de-obra humana e aumenta a
> produtividade e os lucros. O setor terceiro estava suplantando o setor
> secundário e estava gerando novas demandas de habilidades profissionais,
> como o turismo, a informática e as atividades científicas e
> tecnológicas. Nesse setor, o trabalhador não se comporta como o operário
> clássico do Marx. Não há unidade de classe e o individualismo é a regra.
> Diferente do coletivismo proletário. A sociedade pós-industrial do fim
> do trabalho, eis o seu diagnóstico, produz uma massa de gente ociosa e
> por outro lado, complexifica a inserção do trabalhador no mercado de
> serviços.
> 4) Refiro-me aqui ao debate que teve inicio na França no final da década
> de 50 em diante, em torno da obra do filósofo marxista L. Althussser.
>
> *BIBLIOGRAFIA
> *
>
>    1. *ARENDT, Hannah. O TOTALITARISMO: O PAROXISMO DO PODER
>       (DOCUMENTÁRIO). SÃO PAULO .CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA. 1999 *
>    2. *Coutinho, C. N. Gramsci – UM ESTUDO SOBRE SEU PENSAMENTO
>       POLÍTICO. RJ. *
>    3. *DEUSTSCH, Karl. OS NERVOS DO GOVERNO. SÃO PAULO. ED. BLOCH 1971 *
>    4. *EASTON, DAVID. UMA TEORIA DE ANALISE POLÍTICA. RIO DE JANEIRO ED.
>       ZAHAR 1968 *
>    5. *HABERMAS ETALLI. TEXTOS ESCOLHIDOS, OS PENSADORES. SÃO PAULO ED.
>       AB. CULT. 1983 *
>    6. *Habermas, Jürgen. LEGITIMATION CRISIS (Boston: Beacon Press, 1976). *
>    7. *HABERMAS, Jürgen COMMUNICATION AND THE EVOLUTION OF SOCIETY
>       (Boston: Beacon Press, *
>    8. *HABERMAS, Jürgen THEORY OF COMMUNICATIVE ACTION VOL. 1: REASON
>       AND THE RATIONALIZATION OF SOCIETY (Cambridge: Polity Press, 1984). *
>    9. *HABERMAS, Jürgen THEORY OF COMMUNICATIVE ACTION VOL. 2: LIFEWORLD
>       AND SYSTEM: A CRITIQUE OF FUNCTIONALIST REASON (Cambridge: Polity
>       Press, 1987). *
>   10. *PORTELL HUGHES. GRAMSCI E O BLOCO HISTORICO. RIO DE JANEIRO ED.
>       PAZ E TERRA 1982 *
>   11. *SANTOS, WANDERLEY GUILHERME DOS. PARADOXOS DO LIBERALISMO. SAO
>       PAULO. ED. *
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