CHAMADA PARA INSCRIÇÕES DE COMUNICAÇÕES NO V SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA CULTURAL

quarta-feira, 25 de agosto de 2010


ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA COMUNICAÇÕES NOS SIMPÓSIOS TEMÁTICOS DO "V SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA CULTURAL", A SER REALIZADO ENTRE OS DIAS 08 E 12 DE NOVEMBRO DE 2010, NAS DEPENDÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UnB).

APROVEITAMOS A OPORTUNIDADE PARA DIVULGAR    A PROPOSTA DE SIMPÓSIO TEMÁTICO:
 
15- A VIDA AO RÉS-DO-CHÃO: A ESCRITA DA HISTÓRIA ATRAVÉS DE CRÔNICAS E FOLHETINS

*PROPONENTES:

*PROFA. DRA. MARINA HAIZENREDER ERTZOGUE-
frtzogue@terra.com.br- (UFT)

*PROFA. DRA. LUCÍLIA ALMEIDA NEVES-
lucilianeves@terra.com.br- (UNB)

*PROFA. DRA. MARIA DO ESPÍRITO SANTO ROSA CAVALCANTE-
mariarosacavalcante@gmail.com (PUC GO)
 

*RESUMO: 

Em "Balas de Estalos," entre as crônicas publicadas no ano 1886, Machado de Assis profetizou: "Diz-me alguma coisa, que os livros e folhetos desta espécie hão de ser lidos com grande avidez, lá pelos idos de 1980, e ainda mais tarde, se Deus lhes der vida e saúde.A história estuda-se em documentos assim, não preparados, mas ingênuos e sinceros;é deles que se pode sacar a vida e a fisionomia de um tempo." A crônica, então considerada efêmera; escrita do "rés-do-chão" na imprensa finissecular tornar-se-ia no futuro um documento para o estudo de uma época. Antonio Candido, em 1922, denominou a crônica de "relato da vida ao rés-do-chão." Para Sandra Pesavento, a crônica possibilita realizar uma leitura sensível do tempo.
Pela sua capacidade de registro do cotidiano e das sensibilidades ela constitui-se numa fonte muito rica e especial para o historiador. Tanto a História como a Literatura movem-se num espaço comum que é a narrativa, em uma perspectiva de re-construção do imaginário, dos eventos e das idéias. De acordo com White, em Trópicos do Discurso, "a história não é menos uma forma de ficção do que o romance é uma forma de representação histórica." Em contrapartida, na A Ordem dos Livros, Chartier diz que a própria leitura não é somente uma operação abstrata de intelecção, ela é também engajamento do corpo, inscrição num espaço, relação consigo e com os outros. A literatura é desta forma, atravessada pelas questões sociais de cada época. O objetivo desse simpósio é agregar pesquisas que contemplem crônicas e folhetins, como fonte ou objeto de pesquisa na perspectiva de uma história das sensibilidades e de diálogo com a literatura. O simpósio pretende dar ênfase as narrativas que considerem a problemática do tempo e da paisagem na escrita da história que tenham como fonte: crônicas e folhetins publicados na imprensa ou compilados em obras literárias.
 
AS INSCRIÇÕES PODERÃO SER FEITAS ATÉ 19 DE SETEMBRO DE 2010.
PARA MAIS INFORMAÇÕES, CONSULTE O SITE:  http://soac.bce.unb.br/index.php/SIHC/VSIHC/schedConf/trackPolicies.
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Newsletter CPDOC


 
Newsletter CPDOC
25 de agosto de 2010   
  Nesta edição:
  1. Seminário 100 anos da revolução mexicana
  2. Arquitetos do Poder – sessão conjunta do Cineclube FGV, do Laboratório de Estudos Políticos e do Laboratório de Jornalismo e Sociedade
  3. Archivists and historians: exploring an evolving relationship
  4. Pós-graduação em Cinema documentário (Rio)
  5. MBA em Gestão e Produção cultural (Rio)
1. Seminário 100 anos da revolução mexicana sobe

O CPDOC convida para o Seminário 100 anos da Revolução Mexicana, que contará com as apresentações de Javier Garciadiego e Guillermo Palacios (El Colegio de México), seguidas de comentários de Alexandre Fortes (UFRRJ). O evento tem a coordenação de Celso Castro (FGV/CPDOC).

http://cpdoc.fgv.br/noticias/eventos/27082010

Local: Fundação Getulio Vargas. Praia de Botafogo, 190. Auditório 318 (3º andar)
Data: 27 de agosto de 2010, sexta-feira
Horário: 15h
A entrada é gratuita e não é preciso fazer reserva. A FGV não permite o acesso de pessoas com shorts ou bermudas nem com sandálias tipo havaiana.

2. Arquitetos do Poder – sessão conjunta do Cineclube FGV, do Laboratório de Estudos Políticos e do Laboratório de Jornalismo e Sociedade sobe

O Cineclube FGV, o Laboratório de Jornalismo e Sociedade e o Laboratório de Estudos Políticos convidam para a exibição do documentário Arquitetos do Poder de Alessandra Aldé e Vicente Ferraz. O filme faz uma investigação sobre as relações entre mídia e política e a evolução no uso das técnicas do marketing político ao longo da história recente do Brasil. Jornalistas, políticos e marqueteiros, como Duda Mendonça, Paulo de Tarso, Ronald de Carvalho e outros comentam diversos episódios dramáticos das campanhas eleitorais de 1989, 1994 e 2006 - como a famosa edição do debate dos candidatos Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Mello, em 1989. Após a exibição dos filmes haverá debate com a diretora Alessandra Aldé.

http://cpdoc.fgv.br/noticias/cineclube/27082010

Local: Fundação Getulio Vargas. Praia de Botafogo, 190. Sala 1027 (10º andar)
Data: 27 de agosto de 2010, sexta-feira
Horário: 15h30
A entrada é gratuita e não é preciso fazer reserva. A FGV não permite o acesso de pessoas com shorts ou bermudas nem com sandálias tipo havaiana.

3. Archivists and historians: exploring an evolving relationship sobe

O Laboratório de Acervos, Memória e Informação (LAMI) do CPDOC convida para a palestra Archivists and Historians: Exploring an Evolving Relationship com o prof. Tom Nesmith (University of Manitoba, Canadá), a ser proferida no dia 31 de agosto de 2010, às 15h, na sala 1014. Haverá tradução consecutiva.

http://cpdoc.fgv.br/noticias/eventos/31032010

Local: Fundação Getulio Vargas. Praia de Botafogo, 190. Sala 1014 (10º andar)
Data: 31 de agosto de 2010, terça-feira
Horário: 15h
A entrada é gratuita e não é preciso fazer reserva. A FGV não permite o acesso de pessoas com shorts ou bermudas nem com sandálias tipo havaiana.

4. Pós-graduação em Cinema documentário (Rio) sobe
Estão abertas as inscrições para a quinta edição no Rio da Pós-Graduação em Cinema Documentário. Sob coordenação acadêmica de Eduardo Escorel, o programa combina as experiências dos professores do CPDOC e a de profissionais de cinema que, além de produzirem documentários, têm reflexão intelectual sobre o gênero. O curso fornece bases teórica e prática para os interessados em realização, pesquisa e reflexão na área de Cinema Documentário.

Inscrições Abertas

Início: 20/09/2010
Horário: Segundas e Terças das 18h30 às 22h
Mais informações em mba.botafogo@fgv.br ou pelo telefone (21) 3799-5900. Atendimento de 2ª a 6ª-feira, das 8h30 às 20h.

5. MBA em Gestão e Produção cultural (Rio) sobe
Uma parceria entre o CPDOC e a EBAPE (Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas) da FGV, o curso oferece um elenco de disciplinas especialmente voltado para a melhor preparação do profissional da área de cultura nos âmbitos público e privado, seja ele gestor de organizações, produtor cultural ou formulador de políticas para o setor. Ao final do curso, este profissional deverá estar melhor preparado para conduzir de forma sustentável projetos complexos, posicionando-os de forma a explorar as melhores oportunidades em cada área de atuação no setor. Esse profissional estará em melhor posição para formatar, promover e financiar seus projetos, bem como dar conta dos resultados para financiadores e para a sociedade.

Inscrições Abertas

Início: 20/09/2010
Horário: Segundas e Terças das 18h30 às 22h
Mais informações em mba.botafogo@fgv.br ou pelo telefone (21) 3799-5900. Atendimento de 2ª a 6ª-feira, das 8h30 às 20h.

CPDOC/FGV
Praia de Botafogo, 190, 14° Andar - Botafogo  •  Rio de Janeiro  •  22253-900  • 
Tel.:(21) 3799.5676  •  Fax: (21) 3799.5679  •  e-mail: faleconosco.cpdoc@fgv.br  • 
Internet: http://www.fgv.br/cpdoc
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1º Seminário Igreja e Bens Culturais - Belo Horizonte


Será realizado em Belo Horizonte nos dias 26,27 e 28 de Outubro de 2010, o 1º Seminário  Igreja e Bens Culturais.

Palestrantes:
Dom Gil Moreira
Ivo Porto de Menezes
Dalmo Vieira
Bernadete Porto
Luiz Gonzaga Teixeira
Mônica Eustáquio Fonseca
Mônica Elisque do Carmo
Leonardo Barreto Oliveira
Luís Souza
Jair Mongelle Junior

Com início às 7:00h da manhã do dia 26 e encerramento às 12:00h do dia 28 de Outubro 2010
Inscrição R$250,00 ( diárias de 03 dias, deslocamentos em atividades do curso e materiais)
Bradesco Ag 2180 Conta Corrente 774477-3
Informações CNBB Leste II
0xx31 3224 2434
comunicação@cnbbleste2.org.br 
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Palestra sobre EGITO ROMANO na UFF


O CEIA-UFF e o PPGH-UFF, através do Fórum Marc Bloch, vem convidá-los para assistir a Conferência

"Egito Romano: arqueologia e religião funerária"

em 26 de agosto (quinta-feira) às 10 horas, na Universidade Federal Fluminense (UFF).

Mais informações, acessar: www.ceiauff.wordpress.com

Atenciosamente,

Prof. Me. Manuel Rolph De V. Cabeceiras
Centro de Estudos Interdisciplinares da Antiguidade  (CEIA) /
Departamento de História - ICHF &
Pós-Graduação "Lato Sensu" de Cultura, Língua e Literatura Latina - IL da
Universidade Federal Fluminense

Lattes: http://lattes.cnpq.br/5282475495829462
Site: http://www.historia.uff.br/ceia
Blog: www.ceiauff.wordpress.com

CAIXA POSTAL 37070
CEP 22621-971
Rio de Janeiro - RJ
 
Fonte: ceiauff_eventos

 

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Uma agressão à história" (Silvia Hunold Lara - professora de História da UNICAMP) - Folha de S.Paulo, 25/08/2010


TENDÊNCIAS/DEBATES

Uma agressão à história

SILVIA HUNOLD LARA


Um artigo do projeto de novo Código de Processo Civil viola regras arquivísticas básicas e reforça a moda de limpar o passado destruindo fontes
Uma nova versão do Código de Processo Civil está em discussão no Senado. Certamente, haverá polêmica. Mas há pelo menos um artigo que precisa ser modificado desde já: o de número 967, que restaura o antigo artigo 1.275 do atual código, de 1973, que autorizava a eliminação completa dos autos findos há mais de cinco anos, "por incineração, destruição mecânica ou por outro meio adequado".
O texto atropela a obrigação do Estado de preservar documentos históricos, viola regras arquivísticas básicas e reforça a moda burocrática de limpar o passado destruindo fontes importantes para a memória do país. Se o artigo proposto se transformar em lei, um número incalculável de processos cíveis pode ser destruído.
A medida tem antecedentes históricos. Em 1890, Rui Barbosa mandou queimar os documentos referentes aos escravos existentes na Tesouraria da Fazenda, para impedir que ex-senhores insatisfeitos com a abolição reclamassem indenizações.
O acesso aos documentos do Judiciário, sobretudo da área cível, permitiu aos historiadores contornar parcialmente esse ato lesivo, possibilitando recuperar cópias dos registros da propriedade escrava, com dados indispensáveis para o estudo da demografia e da economia escravistas.
Além da vida cotidiana das fazendas e engenhos, essa documentação permitiu conhecer melhor as negociações em torno da alforria e reconstituir a atuação de abolicionistas negros radicais, como Luiz Gama, e acabou por redimensionar a história da escravidão e da liberdade no Brasil.
Basta substituir "fazendas e engenhos" por "empresas e fábricas", "escravo" por "operário" e "abolicionistas" por "sindicalistas" nas linhas acima para se ter a dimensão do estrago que a autorização proposta pelo artigo 967 pode causar.
Em 1975, depois da gritaria de historiadores, juristas e arquivistas, o tal artigo 1.215 foi suspenso pela lei nº 6.246. Isso não impediu que, em 1987, a lei nº 7.627 voltasse a usar os mesmos termos para autorizar a eliminação de processos da Justiça do Trabalho.
Nessa área, argumentos facilmente contestáveis, como a necessidade de reduzir custos de armazenamento ou uma interpretação retrógrada e restritiva da cláusula que manda recolher aos arquivos públicos os "documentos de valor histórico", têm sido usados para justificar a destruição de centenas de milhares de processos trabalhistas, apesar da intensa movimentação de pesquisadores, arquivistas e magistrados.
Rui Barbosa pelo menos lidava com questões mais concretas. No caso do atual projeto de lei, nada justifica tal barbaridade. O Senado tem agora o dever de corrigir esse atentado à cidadania -ou será cúmplice desse crime?
Por que não aproveitar a ocasião para mudar, inscrevendo em lei a necessidade de proteger de fato o patrimônio público nacional, do qual fazem parte os processos judiciais (cíveis, criminais e trabalhistas)? Isso, sim, seria um bom modo de entrar para a história! Com a palavra, os senadores.


SILVIA HUNOLD LARA é professora do departamento de História da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

"A História é o passado ressignificado"
 
Fonte: GEHB
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