Organizadores: Francisco Carlos Teixeira da Silva, Karl Schurster, Igor Lapsky, Ricardo Cabral & Jorge Ferre.
Editora: Multifoco/TEMPO
Número de páginas: 976 + caderno de imagens
ISBN: 978-85-7961-265-7
Divulgação de cursos, seminários, palestras, simpósios e artigos de História e troca de informações e discussões sobre História do Brasil, Mundial, Antiga, Moderna, Contemporânea...
Você está em: Home » Arquivos de 11/01/2010 - 12/01/2010
Organizadores: Francisco Carlos Teixeira da Silva, Karl Schurster, Igor Lapsky, Ricardo Cabral & Jorge Ferre.
Editora: Multifoco/TEMPO
Número de páginas: 976 + caderno de imagens
ISBN: 978-85-7961-265-7
Ya puede consultar en la edición electrónica de Anuario de Estudios
Americanos los contenidos publicados en la revista entre 1994 y 1998,
volúmenes 51 a 55, que suman un total de 170 documentos:
http://estudiosamericanos.revistas.csic.es/index.php/estudiosamericanos/issue/archiveEste periodo incluye los monográficos:Vol 55, No 1 (1998): En torno al 98Vol 51, No 2 (1994): El Caribe de Colonia a RepúblicaGracias por mantener el interés en nuestro trabajo.Edición Electrónica Revistas CSIC - AEAeditor.revistas@csic.esanuario@eehaa.csic.es
Anuario de Estudios Americanos http://estudiosamericanos.revistas.csic.es
Representantes de diversos segmentos religiosos, além de estudantes e professores participam, na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), do 3º Seminário do Centro de Pesquisa das Religiões com o tema Religião: Historiografia e Memória. O evento será realizado terça e quarta-feira (23 e 24) no Auditório Victor Meyer, localizado no módulo 7, campus universitário.
Serão realizadas conferências, mesas redondas e debates sobre assuntos como Festas e Identidades Religiosas; Catolicismo e Política; e Protestantismo: Identidade e Política.
O Centro de Pesquisas das Religiões (CPR) é um grupo vinculado ao Departamento de Ciências Humanas e Filosofia (DCHF) da Uefs e desenvolve pesquisas sobre as diversas formas de manifestação do fenômeno religioso, bem como sua relação com os variados campos sociais. Fazem parte do CPR professores e estudantes de variados níveis de formação/atuação acadêmica, em especial do curso de História. Contato através do telefone (75) 3224-8172.
PROGRAMAÇÃO
23 DE NOVEMBRO TERÇA
Manhã
8:30h Mesa de Abertura
9:00h às 10:30h: Conferência de Abertura
Prof. Cândido Costa e Silva
Coordenação: Prof.ª Elizete da Silva
10:45h às 12:30h: Mesa Festas e Identidades Religiosas
Profª. Edilece Couto
Prof. Júlio Braga
Prof. Onildo Reis Davi
Coordenação: Luciane Almeida
Tarde
14:00h às 16:30h: Mesa Catolicismo e Política
Prof. Dr. Iraneidson Costa
Prof.ª Rita Evejania dos Santos
Prof. Marcos Roberto Brito
Coordenação: Rafael dos Santos
16:40h às 18:30h: Mesa Protestantismo: Identidade e Política
Prof.ª Adriana dos Santos
Prof. Igor José Silva
Prof.ª Luciane Almeida
Prof. Zózimo Trabuco
Coordenação: Prof.ª Ana Maria Carvalho
24 DE NOVEMBRO QUARTA
Manhã
8:30h às 10:00h: Mesa Memórias e Experiências Religiosas I
Profª. Áurea Barreto
Prof. Eloi Barreto
Prof. José Jerônimo de Moraes
Profª. Ana Angélica de Moraes
Coordenação: Kesia Caroline
10:15h às 12:30h: Sessão de Comunicações de pesquisadores do CPR
Alexandre Goés, Chablink Oliveira, Daiane Pires, Gabriela Silva, Jeovanne
de Jesus, Kesia Caroline, Lizandra Santana, Marcos Vitório, Messias Brito e
Rafael dos Santos.
Coordenação: Marcos Roberto Brito
Tarde
14:00h às 16:30h: Mesa Memórias e Experiências Religiosas II
Reverendo João Dias
Prof.ª Itamar Araujo
Prof. Jorge Nery
Coordenação: Messias Brito
16:45h às 18:00h: Mesa Memórias e Experiências Religiosas III
Prof. Anunciação
Representante da Federação dos Cultos Afros (regional Feira de Santana)
Zélia Maria
Coordenação: Prof. Edmar Ferreira
18:00h Lançamento de Livros
FSA, 19/11/10
HISTÓRIA & LUTA DE CLASSES NÚMERO 10
Militares e Luta de Classes
DOSSIÊ MILITARES E LUTA DE CLASSES
Vida, luta e Morte do Sargento Revolucionário Manoel Raimundo Soares
Mário Maestri & Helen Ortiz
Formação militar: aspectos da liderança de Benjamin Constant no âmbito do exército
Cláudia Alves
O "Rendez-Vous da soldadesca": favela e militares de baixa patente na Primeira República
Rômulo Costa Mattos
Defesa e contra-ataque! Uma breve reflexão sobre o "dispositivo militar" de João Goulart
Fabiano Faria
A controvérsia sobre o dispositivo sindical-militar na crise dos anos sessenta: notas de pesquisa
Demian Mello
A revista Veja e os grupos guerrilheiros no Brasil (1968/1972)
Edina Rautenberg
As AESI's de Itaipu e a suspeição aos civis: controle na Tríplice Fronteira.
Jussaramar da Silva
Quando os soldados não obedecem
Oficiais, Soldados e Trabalhadores na Revolução dos Cravos (1974-75)
Raquel Varela
DEPOIMENTO
Brizola, os sargentos e a luta armada
Sgto. Araken Vaz Galvão
ARTIGO
Crise do sistema partidário na Argentina, algumas reflexões
Paula Schaller
RESENHA
Los Argentinos Somos Derechos y Humanos
Waldir Rampinelli
Ela já foi comparada à rebelião no Encouraçado Potemkin, quando marinheiros do navio russo tomaram a embarcação em protesto contra os mal-tratos aplicados. Mas a comparação é modesta, se pensarmos em termos numéricos. Se na Rússia foram cerca de 500 marinheiros, na Revolta da Chibata, que completa 100 anos no dia 22 de novembro, foram em torno de 2,3 mil homens. Todos pediam o fim dos castigos físicos, como a chibata e o bolo, aumento dos soldos, melhor comida e condições de trabalho em geral.
19/11/2010 Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional
A Revolta da Chibata também projetou o nome de seu principal líder, o almirante negro João Cândido Felisberto. Cândido se transformou em um herói nacional, estátua em praça pública, símbolo do movimento negro, foi chamado de mestre-sala dos mares por Aldir Blanc e João Bosco, em música cantada por Elis Regina, e já virou enredo de escola de samba. E como todo homem que fica para a História, sua biografia e importância já foi rebatida, dissecada, revisitada, mas ele continua firme e, como sempre, forte.
Essa revolta é tão importante dentro do contexto nacional que aparece em diversas edições da "Revista de História da Biblioteca Nacional", tendo, inclusive, aparecido na capa da edição nº 9, "Marujada em fúria". Só para citar um exemplo mais recente: na última edição, um artigo do historiador Álvaro Pereira do Nascimento um dos maiores especialistas no período fala sobre os novos achados que revelam detalhes sobre a origem de João Cândido.
Além disso, em comemoração aos cem anos da rebelião, o grupo Teatro Popular União e Olho Vivo (Tuov) vai encenar, gratuitamente, a peça "João Cândido do Brasil - A Revolta da Chibata", no sábado, às 17h, na Associação Brasileira de Imprensa, no Centro do Rio. "Foi feito um levantamento minucioso dos costumes, músicas e principalmente foi levantada a situação sócio, econômica, cultural e política do período. Mais de 200 fichas levaram ao quadro dramático que resultou no roteiro de encenação, privilegiando o trabalho coletivo", explica o autor e diretor César Vieira. Mais informações: www.cesarvieiratuov.com.br
Muito citado, pouco conhecido
Mas João Cândido, um dos símbolos do movimento negro brasileiro, não fez tudo sozinho. Nem seria possível. Na edição de fevereiro, por exemplo, em artigo assinado por outros dois dos maiores especialistas no período, os historiadores Marco Morel e Sílvia Capanema, aparece outro nome ligado à revolta: Adalberto Ribas. Citado pelo próprio João Cândido em seu livro de memórias "O sonho de liberdade" como um homem branco e com domínio da cultura letrada, além de um dos integrantes da oficialidade rebelde do cruzador Bahia, ele pode ser o autor do manifesto com as reivindicações do movimento contra os castigos corporais enviado ao governo do marechal Hermes da Fonseca, presidente que tinha tomado posse na semana da revolta.
Polêmicas à parte já que o importante não é saber quem é o dono da letra, mas que o bilhete era um reivindicação coletiva um dos principais nomes da revolta, apesar de muito repetido, permanece desconhecido. Francisco Dias Martins (1888-1945) é sempre citado ao lado de Cândido como um dos principais nomes do episódio. Até a própria Marinha, que considera a revolta "um acontecimento deplorável", "um motim planejado e premeditado, que causou mortes e sofrimento a pessoas que não eram criminosas", admite que Dias Martins era um dos líderes desse capítulo que a Força Armada não gosta de lembrar.
Edmar Morel, avô do historiador Marco e o jornalista que fez, provavelmente, o livro mais conhecido sobre o caso, "A Revolta da Chibata", conta em uma nota de pé de página de sua obra um pouco sobre a biografia de Dias Martins. Fala sobre a carreira na Marinha desse cearense, de 1906 até 1910, e descreve atitudes quase bipolares na armada: ora era preso por permitir ou cometer atos violentos, ora recebia elogios por bom comportamento e disciplina.
Sobre o episódio da revolta, Edmar Morel escreve que Dias Martins "costuma ser apontado como 'mentor intelectual' da rebelião". O marinheiro era o faroleiro do navio Bahia e, "logo depois do episódio, pediu baixa do serviço militar foi trabalhar numa casa de comércio, o que não impediu que ficasse dois anos preso." Continua Edmar Morel: "julgado pelo Conselho de Guerra, acusado de exercer 'predomínio moral' sobre os revoltosos, foi absolvido, como os demais."
"Em abril de 1916, a polícia acusou-o de participar de uma conspiração que visava obter, pelas armas, reformas políticas na Primeira República [...]. Entre os planos, estaria a reintegração na ativa dos marujos da rebelião de 1910."
Mas, o mais importante, o que entra em conflito com uma informação divulgada pela Marinha sobre desavenças entre os dois personagens mais conhecidos do episódio, fica para o final. Segundo Edmar Morel, "Dias Martins manteve amizade com João Cândido até falecer, em 1946".
Citado em bordados
Historiador e membro da Academia Brasileira de Letras, José Murilo de Carvalho escreveu um artigo sobre João Cândido publicado em seu livro "Pontos e bordados: Escritos de história e política" e naedição de abril de 2006 da RHBN, que aborda en passant sua relação com Dias Martins.
Como sugere o título, o texto de Murilo de Carvalho fala sobre o hábito um tanto curioso de João Cândido: bordar. Em uma das peças analisadas, chamada "O adeus do marujo", há as iniciais de seu nome (JCF) e as palavras "Ordem" e "Liberdade", separadas por mãos que se cumprimentam, atravessadas por uma âncora. (Antes de prosseguir, é curioso lembrar que Edmar Morel, em sua nota explicativa sobre Dias Martins, escreve: "[Dias Martins] aparecia nas fotos com uma faixa no pescoço com a inscrição 'Ordem e Liberdade'.") Voltando ao texto de Murilo de Carvalho: "Abaixo da âncora, o nome F. D. Martins, referência a Francisco Dias Martins, comandante rebelde do cruzador Bahia. Embaixo, do lado esquerdo, a palavra 'Liberdade'; do lado direito, a data 'XXII de novembro de MCMX', dia do início da revolta."
Murilo de Carvalho interpreta: "A leitura mais óbvia do bordado é que ele retrate a despedida de João Cândido e Francisco Dias Martins. Este era marinheiro de primeira classe, paioleiro do cruzador Bahia. Tinha apenas 21 anos, alguma educação, e foi por muitos considerado a cabeça pensante da revolta. Ele a teria preparado em várias reuniões realizadas nos navios e em uma casa de cômodos da rua dos Inválidos. Esteve preso na ilha das Cobras com João Cândido e estavam sempre juntos. Aparentemente, mantiveram relações cordiais após a libertação de ambos em 1912."
No segundo bordado, "vêem-se duas pombas que sustentam pelo bico uma faixa com a inscrição 'Amôr'. Abaixo da inscrição, um coração atravessado por uma espada jorra rubras gotas de sangue". "O coração de João Cândido sangrava por alguém", conjectura Murilo de Carvalho e sugere: "Seria Dias Martins?" Para em seguida contestar: "Não parece provável". "Embora fosse Dias Martins um jovem de 21 anos, de boa aparência, simpático, diante de quem os próprios juízes do Conselho de Guerra se enterneceram, as relações entre os dois não poderiam ter tido a característica de amor de marinheiro. Apesar da pouca idade e da aparência modesta, Dias Martins fora o organizador da revolta e era superior aos companheiros em capacidade intelectual. Além disso, era marinheiro de primeira classe, como João Cândido, igual na hierarquia. Não consta também que os dois tivessem servido juntos."
Em segundo plano?
Mas, por que, apesar de ser o "cérebro", a "cabeça pensante", o "organizador da revolta" e "superior aos companheiros em capacidade intelectual", por que Dias Martins não recebeu tantas homenagens e é tão lembrado como João Cândido hoje em dia?
O historiador Marco Morel discorda da hipótese de que Dias tenha ficado à margem da História.
"Dias Martins não ficou em segundo plano. Em uma revolta de 2,3 mil marinheiros, ele é um dos poucos lembrados e citados até hoje. No momento que eclode a rebelião, João Candido virou símbolo, expressão e rosto, não só para a fama, mas também para a repressão", argumenta o historiador, lembrando das perseguições que Cândido sofreu mesmo anos após a revolta. "Dias Martins foi considerado uma figura de bastidor, por ser associado a um homem com cultura letrada. É um homem bastante reconhecido."
Já o historiador Álvaro Pereira do Nascimento acredita em outra tese: a falta de documentos confiáveis sobre o personagem. "Falta mesmo pesquisa sobre Dias Martins. Falta fonte. O que eu sei: Dias Martins não ficou em segundo plano. João Cândido é que foi elevado ao primeiro plano", explica, dando, como argumento o tempo de trabalho: "ele tinha 15 anos de serviço militar".
Marco Morel também não enxerga uma divisão tão clara dos trabalhos, como Dias Martins sendo o "pensador" e João Cândido, o "executor".
"Quando ocorre a rebelião, não existe a mesma hierarquia militar. Há uma maneira mais coletiva de agir. Não acredito que tenha havido apenas um mentor e um executor."
Álvaro Pereira do Nascimento concorda com essa posição, levando em conta o caráter coletivo da ação.
"Ele pode ter sido mentor intelectual, mas várias reuniões foram feitas. Foi fundamental, mas não acho que foi somente mentor intelectual ou o único."
Há apenas um único ponto de desavença entre as versões dos dois historiadores: quem é o verdadeiro Mão Negra. O personagem assinou um bilhete colocado sob a porta do comandante do navio que levava a delegação brasileira para as comemorações do centenário do Chile em setembro de 1910. O texto já alertava para a questão da violência contra os marinheiros: "Venho por meio destas linhas pedir não maltratar a guarnição deste navio, que tanto se esforça para trazê-lo limpo. Aqui ninguém é salteador, nem ladrão. Desejamos paz e amor. Ninguém é escravo de oficiais e chega de chibata. Cuidado!"
Marco Morel levanta a hipótese do autor do famoso manifesto ser outro personagem. Já Álvaro Pereira do Nascimento acredita que é Dias Martins. Álvaro leva em consideração uma segunda carta, dessa vez para o presidente, já durante a Revolta, que pedia a saída de "oficiais incompetentes e indignos de servir à Nação brasileira", mudanças no código "imoral e vergonhoso" da Marinha, "a fim de que desapareça a chibata, o bolo e outros castigos corporais semelhantes", o aumento do soldo e a educação de marinheiros "que não têm competência para vestir a orgulhosa farda", terminando com uma frase forte: "tem Vossa Excelência o prazo de 12 horas para mandar-nos a resposta satisfatória, sob pena de ver a Pátria aniquilada".
"A mensagem para o presidente era do mesmo teor", diz Pereira do Nascimento. "Ele tinha reflexão, sabia dos direitos e deveres da República. Ela era um homem que tinha visão muito clara."
Mas, mesmo na discordância, Marco Morel e Álvaro Pereira do Nascimento afirmam que o importante era o caráter universal do pedido. "Esse manifesto expressa uma demanda coletiva", argumenta Morel: "Expressa uma reivindicação comum a todos. Nisso, ele se destaca por ter o domínio da cultura letrada. Mas podem ter sido várias pessoas. Havia um conjunto maior de pessoas."
Mais que heróis, a Revolta da Chibata deixou também a ideia de propostas que englobam todos, não apenas os líderes.
A Editora Humanitas, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP lança neste mês A Territorialização dos Judeus na Cidade de São Paulo (264 páginas, R$ 28,00), de Carlos Alberto Póvoa.
As imigrações integram o conjunto das relações entre sociedade, espaço e sociedade, natureza, espaço e tempo, ao longo da história da civilização humana. As distintas passagens imigratórias dos judeus no Brasil e sua inserção no espaço urbano lhes permitiram construir o "seu lugar", bem como sua identidade, por meio da materialidade religiosa e cultural.
Ao longo do século XX, a comunidade judaica de São Paulo vivenciou forte redistribuição espacial de suas atividades econômicas e sociais, que se concretizaram em uma trajetória que caminhou do bairro do Bom Retiro ao Morumbi, marcando singularmente a paisagem desta metrópole.
A Territorialização dos Judeus na Cidade de São Paulo encontra-se à venda em no site e na Livraria Humanitas-Discurso, na FFLCH, que fica na Rua do Lago, 717, Cidade Universitária, São Paulo.
Mais informações: (11) 3091-3728 / 3091-3796, email editorahumanitas@usp.br site www.editorahumanitas.com.br
A memória histórica como campo da luta de classes (I)
Se perguntássemos para qualquer pessoa comum o que é história, elarapidamente nos diria: É algo que trata de fatos e personagens que existiram num passado mais ou menos distante. Estes três elementos (fatos, personagens e passado), sem dúvida, entrariam em duas de cada três definições do que seria História. E, ao referir-se ao passado, pensavam-na como uma coisa morta, que nada poderia nos dizer e, muito menos, nos ensinar sobre o presente. O artigo é de Augusto Buonicore.
Augusto Buonicore
Publicado originalmente no site da Fundação Maurício Grabois
Não é sem razão que no interior das salas de aula a história muitas vezes foi tida como uma disciplina chata. Isto se deu especialmente devido a pouca relação estabelecida entre o que era ministrado e os problemas concretos vividos pelos alunos. Não existia qualquer convicção de que o aprendizado da história pudesse ajudá-los desvendar e, principalmente, transformar o mundo em que viviam.
O problema é que o passado do historiador não deveria ser e não é - algo morto, como o fóssil de um dinossauro encravado numa rocha ou exposto num museu. Os fatos, como uma espécie de matéria-prima da história, não são coisas mortas que apenas devem ser coletados e colocados numa seqüência rigorosamente cronológica.
Repito, não é possível estudar uma comunidade humana e seu desenvolvimento histórico como se fosse uma colméia ou um conglomerado de rochas. Estranhamente, este passado continua vivendo e produzindo seus efeitos sobre nós e é, justamente, por isso que deve ser estudado e melhor compreendido.
No caso das ciências humanas ao contrário das ciências naturais e exatas não há uma muralha da China separando o objeto a ser estudado (as sociedades) e o sujeito que o estuda (o historiador, o sociólogo etc.), mesmo tratando-se do estudo de agrupamentos que viveram há milhares de anos.
Para os antigos historiadores, de tendência positivista, os fatos eram como coisas brutas. Eles estavam permanentemente atrás dos fatos puros, duros e irretorquíveis.
Contra os fatos não há argumentos, gostavam de dizer. Contudo, os fatos não falam por si mesmos, como afirma o senso comum positivista. Segundo o historiador inglês Edward Carr, "os fatos falam apenas quando o historiador os aborda: é ele quem decide quais os fatos que vem à cena e em que ordem e em que contexto". E conclui: "A convicção num núcleo sólido de fatos históricos que existem objetiva e independentemente da interpretação do historiador é uma falácia absurda, mas que é muito difícil de ser erradicada".
No entanto, o historiador que se propõe fazer perguntas ao passado não é um ser desencarnado, separado do mundo. Ele é membro de uma determinada sociedade, de uma determinada época, de uma determinada classe social. Ele se encaixa no interior de determinadas ideologias e perspectivas teórico-metodológicas, que, na maioria das vezes, têm um forte sentido classista. Portanto, o historiador não é neutro diante dos conflitos e dos problemas que aparecem à sua frente durante a pesquisa que realiza.
É sua situação no mundo que determina as perguntas e as escolhas cotidianas que faz. Isto, é claro, vai direcionar as respostas que ele procura encontrar. Um historiador liberal-burguês, por exemplo, jamais colocaria a questão: De onde vem a exploração do trabalho? Para ele, o conceito exploração nada teria de científico, não passaria de uma excrescência ideológica - invenção de alguns socialistas inconformados.
A história não é a simples catalogação neutra de fatos ocorridos no passado. A missão dos historiadores é relacioná-los numa totalidade concreta (processo histórico) e, principalmente, interpretá-los. E a interpretação sempre tem por base determinada teoria ou ideologia. A partir dos mesmos fatos podemos construir várias e contraditórias interpretações.
O historiador marxista tem como objetivo fornecer uma explicação coerente das origens e desenvolvimento das sociedades humanas em suas diversas dimensões. Compreender as inúmeras transformações por que elas passaram. As mudanças sociais devem ser, em última instância, os verdadeiros objetos da história.
As sociedades humanas como tudo no universo - estão num constante movimento. Elas nascem, desenvolvem-se - conhecem várias fases e depois fenecessem. Estas transformações podem se dar lentamente quase imperceptíveis - ou de maneira abrupta, como ocorre nas guerras e nas explosões revolucionárias.
Mas, qual é o motor dessas permanentes mudanças? São as contradições existentes no seio de cada sociedade, que se traduzem naquilo que os marxistas chamaram de lutas de classes.
Por que os trabalhadores devem conhecer a história?
Em todas as comunidades humanas existe um combate surdo pela memória. Este combate faz parte de uma luta ainda maior que é a travada pela conquista da hegemonia. Em outras palavras, a história é um espaço no qual grupos sociais se enfrentam para decidir qual deles dirigirá os rumos da nação e mesmo do planeta.
Por isso, as classes dominantes sempre procuraram reconstruir o passado para, no presente, justificar sua própria dominação. Os líderes das nações imperialistas também buscaram se utilizar da chamada história universal para justificar a dominação e a exploração que exerciam sobre outros povos, considerados inferiores.
Vejamos alguns exemplos extremos destas tentativas: os faraós do Egito foram transformados em filhos diletos do Deus Rá, alguns governantes gregos e romanos também foram transformados em descendentes de deuses e heróis olímpicos. Para justificar a escravidão africana, os negros foram considerados descendentes de Cam, o filho amaldiçoado de Noé. Deveriam pagar, através da servidão, pelos pecados de seus antepassados. Estes são apenas exemplos mais descarados da reconstrução mítica da história feita pelos membros das classes proprietárias no poder e seus escribas. Existem outros exemplos mais sutis, menos perceptíveis, mas, nem por isso, menos perversos.
Os deserdados da terra, os povos explorados, escravizados - ou mesmo eliminados - deixaram poucos rastros na história. Os escravos do Egito, Roma e Grécia não nos deixaram nenhuma obra escrita, apresentando seu ponto de vista sobre a situação na qual viviam. Quem escreveu a história dessas sociedades antigas foram homens livres e, na sua quase totalidade, proprietários de terras e de escravos. Alguns imperadores, também, aventuraram-se no oficio de escrever história. É claro que para enaltecer os seus próprios feitos e dos seus antepassados.
No Brasil, as coisas não podiam ser diferentes. Aqui, também, não foram os índios e negros escravizados que escreveram a história do país. Afinal, a quase totalidade deles não sabia ler e escrever era lhes proibido freqüentar escolas. O que sabemos deles, num primeiro momento, nos foram contados por viajantes estrangeiros e jesuítas. Relatos que muitas vezes descreviam o martírio desses povos, mas, em geral, vinham carregados de inúmeros preconceitos e graves incompreensões.
Somente na segunda metade do século XIX, ao começar ser questionada a escravidão, surgiu pela pena dos abolicionistas uma outra história, mais crítica ao passado escravista. Mesmo assim, apesar de sua boa vontade, os abolicionistas não poderiam expressar adequadamente as opiniões dos explorados. E aqui não vai nenhum demérito a eles. Pois, foi através dos óculos desses escritores que começamos conhecer um pouco mais da evolução e vicissitudes de nossa sociedade.
Não quero dizer com isto que se os índios e os negros escravizados soubessem ler e escrever produziriam uma interpretação exata da sociedade na qual viviam. Eles ainda não tinham o instrumental teórico necessários para isso. Mas, com certeza, seus depoimentos nos permitiram ver a realidade por outros ângulos e acabar de montar o quebra-cabeça do que foi a nossa sociedade colonial e escravista. O olhar da senzala jamais será o mesmo da Casa Grande, mesmo que por ela pudesse ser fortemente influenciado. Este, inclusive, o erro daqueles que pretendem generalizar as conclusões de Gilberto Freyre na sua obra magna.
Podemos dizer que somente com o advento do capitalismo e a formação de uma classe operária moderna, que sabia ler e escrever podendo, assim, produzir seus próprios intelectuais orgânicos -, é que foi possível construir uma história mais coerente das classes exploradas. Apesar disso, por um bom tempo, esta nova história (socialista) tendeu a ser marginal, fora dos grandes circuitos, como as academias e o mercado editorial. Afinal, as idéias dominantes são sempre ou quase sempre as idéias das classes dominantes.
Somente tendo a consciência que a história é um espaço de luta de classes, os trabalhadores poderão se dedicar com mais afinco ao seu estudo e elaboração. O domínio da história e da dinâmica das sociedades em que vivem como das experiências de resistência desenvolvidas por seus antepassados - os ajudará travar, de maneira mais conseqüente, as lutas do presente, avançando rumo ao socialismo.
Saber que as sociedades se transformam que nada é imutável -, e que o principal instrumento dessas mudanças é a ação consciente dos homens, tem um efeito decisivo no processo de constituição da classe dos trabalhadores, como agente ativo de sua própria história.
Bibliografia
BORGES, Vavy Pacheco, O que é história, Ed. Brasiliense, SP, 1980
CARR, E. H., Que é História, Ed. Paz e Terra, RJ, 1978
CHESNEAUX, Jean, Hacemos tabla rasa del pasado? Ed. Siglo Veintiuno, México, 1991
HOBSBAWM, Eric, Sobre História, Ed. Companhia das Letras, SP, 1998
MICELI, Paulo, O Mito do Herói Nacional, Ed. Contexto, SP, 1988
PINSKY, Jaime (org), O Ensino de História e a Criação do Fato, Ed. Contexto, SP, 1988
PLEKHANOV, A Concepção Materialista da História, Ed. Paz e Terra, RJ, 1980
RODRIGUES, José Honório, Filosofia e História, Ed. Nova Fronteira, RJ, 1981
SCHAFF, Adam, História e Verdade, Martins Fontes, SP, 1983
(*) Esta é a primeira parte do texto que foi apresentado na mesa "A importância da história na formação do ser social" que compôs a programação do XX Encontro Nacional de Educadores, promovido pela Secretaria Municipal de Educação de Paulínia (SP)entre 26 e 28 de julho de 2010.
Por
Na luta pela substituição da monarquia pela República também se chocaram duas estratégias distintas. Uma defendia que essa mudança deveria se dar dentro da ordem, sem grande mobilização popular, outra advogava a derrubada revolucionária da monarquia.
Essas duas correntes do republicanismo estavam ligadas a distintas bases sociais. A reformista era composta, fundamentalmente, por elementos vinculados à aristocracia agrária. Os radicais às parcelas urbanas, especialmente às classes médias. O republicanismo moderado ou conservador tinha maior força em São
Entre os republicanos mais exaltados se encontravam Silva Jardim e Lopes Trovão. Acreditavam que a República precisava "ser feita nas
No mesmo sentido, em 1885, afirmou o republicano e grande fazendeiro paulista Prudente de Moraes: "não aceitamos a revolução como meio (...) é nosso dever representar as funções públicas como cooperadores de reformas, que operam, por partes, essa eliminação. Portanto (...) os deputados republicanos não pertencem à maioria nem à oposição governamental, não apoiam nem combatem governos, não disputam o poder no atual regime".
No decorrer da década de 1880 estabeleceu-se uma aliança entre os "republicanos históricos" paulistas, os reformistas e positivistas do Rio de Janeiro, que isolou a ala radical do Partido Republicano Nacional. Silva Jardim, como Lopes Trovão, acabaram sendo postos à margem do movimento quando ele estava
1. O surgimento do movimento republicano
Em 1868, desrespeitando as regras do jogo parlamentar, D. Pedro II indicou um membro do Partido Conservador para formar o novo governo. Caiu, assim, o ministério chefiado pelos liberais. As novas eleições, controladas pelos conservadores, deram maioria absoluta a estes. Antes
O
Em 1873 realizou-se uma convenção republicana em São Paulo, que lançou os alicerces do Partido Republicano Paulista (PRP). Diferente do que ocorreu no Rio de Janeiro, dos seus 133 convencionais 79 eram proprietários de terra. Dois anos depois vários clubes republicanos provinciais se reuniram para formar o Clube Republicano Federal. O seu principal dirigente foi Saldanha Marinho. As figuras mais expressivas, Quintino Bocaiúva presidente do partido na capital imperial e Aristides Lobo, chefe de sua ala radical.
A secção mais forte do movimento republicano foi a
Mas, por que os grandes fazendeiros escravistas paulistas aderiram prontamente ao republicanismo? O que os levou ao campo de oposição ao segundo reinado?
Os fazendeiros do café do Vale
O centro mais dinâmico da economia agroexportadora se transferiu para o Oeste paulista e o Estado brasileiro não refletiu essa mudança. Nas décadas
No ministério do império, raros foram os representantes dos fazendeiros do Oeste paulista. Ali também predominavam os representantes das oligarquias de Vale do Paraíba, Bahia, Pernambuco e Minas. Tudo isso era agravado pelo fato de o presidente da província não ter sido eleito pelos paulistas, e sim indicado pelo imperador, e, geralmente, não representava os setores mais dinâmicos e poderosos das classes dominantes locais e, às vezes, nem mesmo era paulista.
Aos olhos dessas oligarquias, tão grave quanto a subrrepresentação política seria a forma
Isso provocava um grande descontentamento na nova e poderosa elite econômica paulista, e a República passava a ser encarada como o melhor meio para galgar o poder no Estado brasileiro e desalojar as outras frações das classes dominantes adequando o poder político ao poder econômico. A grande bandeira foi o federalismo e alguns chegaram mesmo a fazer propaganda ativa pela separação de São Paulo.
No Rio de Janeiro o movimento republicano teve uma base social diferente: as camadas médias urbanas. Na capital do império se destacavam as figuras de Saldanha Marinho, Aristides Lobo, Lopes Trovão, Quintino Bocaiúva e Silva Jardim. Os fazendeiros do Vale do Paraíba não tiveram qualquer relação
Esse partido, no entanto, tinha menos expressão eleitoral que
A fragilidade
2. Republicanos e abolicionistas
A existência de várias classes e frações de classe no interior do movimento republicano o levou a se dividir em torno de uma série de questões importantes, entre elas
O Clube Republicano do Rio de janeiro apresentou, ainda em 1871, três propostas para solucionar o problema da escravidão: 1º) Deixar o problema da Abolição para as províncias; 2º) decretar a
Os republicanos paulistas, num documento de 1873, também deixaram
Não sem razão o intelectual comunista Leôncio Basbaum chegou a afirmar: "O movimento republicano no Brasil não era de modo algum um movimento de caráter burguês, como querem alguns autores, e muito menos popular (...). E no que se refere particularmente ao PRP (...) nem mesmo se pode dizer que tenha sido progressista". Não o foi porque estavam ausentes do seu programa a Abolição da escravidão e a reforma agrária.
Havia, no entanto, republicanos defensores da Abolição imediata e sem indenização. Silva Jardim, ironicamente, apresentou aquela que seria a sua proposta de lei para pôr fim à escravidão. Declarou ele: "essa lei teria apenas dois artigos". O primeiro seria "Fica abolida a escravidão no Brasil", e o segundo: "Pedimos perdão ao mundo por não tê-la feito há mais tempo".
O peso dos fazendeiros no movimento levou certos republicanos abolicionistas menos consequentes a fazerem concessões aos escravistas. Quintino Bocaiúva chegou a criticar José do Patrocínio por este ser antes de tudo um abolicionista e somente depois um republicano.
3. O golpe militar
Apesar da resistência dos seus setores mais conservadores, a ala radical buscou se integrar ao povo e mobilizá-lo contra a monarquia. Um exemplo desse movimento foi a Revolta do Vintém, ocorrida na capital imperial em 1880. Ela começou quando o governo criou um imposto que onerou as passagens de bonde em 20 réis. Setores de oposição, encabeçados pelos republicanos Lopes Trovão e José do Patrocínio, realizaram várias manifestações de repúdio. No dia 1º de janeiro um comício foi atacado pela polícia. A população reagiu e começou um quebra-quebra de bondes. Os distúrbios continuaram por vários
Como resultado dos conflitos, três manifestantes foram mortos e 28 feridos. Isto acarretou a queda do gabinete e a abolição do imposto. O Partido Republicano se absteve de apoiar o movimento. Em outubro de 1881 um comício de Lopes Trovão foi interrompido por policiais e no conflito que seguiu o tribuno republicano quase foi assassinado. Esses comícios foram condenados por Quintino Bocaiúva, mas este teve de se solidarizar com os companheiros agredidos.
Em 1887 começou a crescer no interior
Depois da Abolição, sem indenização, aumentou o tom da oposição ao PRP. No seu manifesto de 24 de maio de 1888 afirmou: "O Partido Republicano, pelos seus representantes reunidos em congresso, para tornar eficaz esse trabalho de integração das forças revolucionárias resolveu: I. Combater o 3º reinado em todos os terrenos em que a circunstâncias o coloquem".
A radicalização tinha duas razões: 1ª) o ingresso de fazendeiros escravistas descontentes com a monarquia; e 2ª) a necessidade de marcar posição em relação à monarquia que poderia angariar apoio popular graças à Abolição. Este movimento contraditório levou o renomado republicano e abolicionista José do Patrocínio, entre outros, a abandonar o movimento e aderir à monarquia moribunda.
O último ministério do Império, empossado em julho de 1889, tentou jogar a última cartada avançando o sinal e propondo uma reforma política e social bastante ousada para a época. Isto isolou completamente o governo imperial junto aos setores conservadores e selou o seu fim. Os escravocratas descontentes já haviam se desinteressados pelo destino da coroa, agora passavam
O novo ministro dirigindo-se a D. Pedro II afirmou: "Vossa Majestade terá seguramente notado que em algumas províncias agita-se uma propaganda ativa cujos intuitos são a mudança de Governo (...). No meu humilde conceito é mister não desprezar essa torrente de ideias falsas e imprudentes cumprindo enfraquecê-la, inutilizá-la, não deixando que se avolume (...). Chegaremos a este resultado, senhor, empreendendo
No dia 11 de julho foi apresentada a proposta de reforma: Ampliação do colégio eleitoral, exigindo que o eleitor soubesse ler
Aproveitando-se da crise política os republicanos aumentaram a sua propaganda junto ao Exército. No dia 11 de novembro Rui Barbosa, Benjamim Constant, Aristides Lobo, Quintino Bocaiúva e Francisco Glicério se reuniram na casa do marechal Deodoro da Fonseca para convencê-lo a comandar um golpe de Estado contra o imperador. Ele ainda não havia se decidido, pois era contra o governo e não contra o regime. Apenas se decidiu às vésperas e, em 15 de novembro, liderou o golpe que pôs fim à monarquia.
A Proclamação da República foi um dos marcos da revolução burguesa no Brasil um momento de nossa ruptura incompleta. Houve um deslocamento das frações mais arcaicas da classe dos grandes proprietários rurais, passando o poder político para a sua fração mais dinâmica: a dos produtores e exportadores de café de São Paulo. Isto explica a manutenção de uma estrutura econômica assentada no latifúndio, no trabalho semisservil e na agroexportação.
Como já afirmou o professor
Como já afirmei em capítulo anterior "o Brasil conheceu no final da década
As transformações políticas do Estado antecederam as transformações econômicas e a própria hegemonia política do setor industrial sobre o Estado. Existiu uma natural defasagem entre o ritmo da transformação política e o da transformação econômica. A primeira abriu caminho para que a segunda pudesse se desenvolver mais rapidamente. Mais do que exceção essa parece ter sido a regra das revoluções políticas burguesas.
* Capítulo do livro "Marxismo, história e revolução burguesa: encontros e desencontros" da editora Anita Garibaldi.
** historiador, mestre em ciência política pela Unicamp e secretário-geral da Fundação Maurício Grabois.´
Fonte: [Carta O BERRO]
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