sociologia/geografia e tb de história
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26/12/2010
ÍTALA BYANCA MORAIS*
ESPECIAL PARA O CADERNO 3
A historiografia da educação no Brasil passou por diferentes tendências na história. Este ensaio traz por objetivo apontar essas tendências na historiografia da educação em alguns dos produtores de história da educação no Brasil, tais como: Afrânio Peixoto com a obra Noções de História da Educação, no ano de 1933; Fernando de Azevedo com A cultura Brasileira, na década de 40; Jorge Nagle com Educação e Sociedade na Primeira República, no ano de 1966; Carlos Roberto Jamil Cury na Ideologia e Educação Brasileira: católicos e liberais, em 1978; Marta Maria Chagas de Carvalho, com a obra Molde Nacional e Fôrma Cívica: higiene, moral e trabalho no projeto da Associação Brasileira de Educação (1924 – 1931), dissertação defendida em 1986 e publicada em 1997; além de apontar algumas tendências na historiografia recente, analisado no âmbito da Anped e da Sociedade Brasileira de História da Educação.
A obra de Afrânio Peixoto: Noções de História da Educação apresenta uma preocupação em retirar do passado, lições para o presente. Esta forma de produzir história perdurou por algum tempo. A preocupação com a história antiga, medieval e moderna apresenta exemplos a serem seguidos ou não na educação brasileira. Apenas no final da obra aparecem alguns pontos da história da educação brasileira, com ênfase na educação jesuítica. Afrânio Peixoto assume um modelo de narrar história da educação, baseado na divisão clássica da história: História Antiga, História Medieval e História Moderna. O autor produz sua obra voltada para uma clientela bem específica: alunos da escola normal, onde a disciplina de história da educação nasce como função de formar professores para o primário, com isso a obra de Peixoto não tem apenas uma função histórica, mas tem também uma função educativa.
A obra de Fernando de Azevedo, também ressalta uma história feita para o presente, no entanto, alguns pontos a distinguem daquela produzida por Afrânio Peixoto. Fernando de Azevedo produziu uma história permeada pelos campos da sociologia de Durkheim e da antropologia, privilegiando a relação da educação aos projetos sociais. Isso difere Azevedo da obra de Afrânio Peixoto que produzia uma história pela via das idéias. Fernando de Azevedo busca como divisão histórica, os marcos da história política e do Estado. Na produção de Azevedo nota-se uma ênfase fundamental no período Republicano, especialmente na era Vargas. No trato as fontes, nota-se que tanto na obra de Azevedo, assim como na de Afrânio Peixoto, não há a preocupação em apresentar fontes originais, produzem suas obras em cima de documentos já catalogados e obras sobre história brasileira.
Em 1966, Jorge Nagle produziu a obra: Educação e Sociedade na Primeira República, que conforme aponta Tanuri, encontra-se no período anterior a implantação da pós-graduação em educação no Brasil. Jorge Nagle, ao contrário da historiografia produzida por Fernando de Azevedo e Afrânio Peixoto trabalhou com uma grande quantidade de fontes, uma sólida base documental, na tradição do Instituto Histórico – Geográfico. Nagle faz a interlocução com a história, mas mostrava-se um homem de grande erudição já que também circulava pela literatura, política, economia, assim como pela sociologia. Por outro lado, Nagle apresenta a preocupação azevediana com a atuação do Estado, onde a história da educação é a história das legislações oficiais. De certa forma, o texto de Nagle é importante, pois além de sintetizar as tendências da historiografia anterior de Fernando de Azevedo, aponta para o futuro marxista da historiografia brasileira.
A obra Ideologia e Educação brasileira de Jamil Cury pode ser uma representante da historiografia marxista dos anos setenta. Cury propõem preocupações com as classes sociais (dominantes e dominados) e aponta o Estado como representante das classes dominantes. Fazendo a interlocução com a sociologia, o autor apresenta a ideologia de dois grupos que lutam pelo poder na ABE (Associação Brasileira de Educação) no início da década de 1930: católicos e liberais. O recorte temporal mostra a preferência das pesquisas da década de setenta pelo período da Revolução de 30. Como conclusão o autor aponta para os dois grupos representando facções diferentes das classes dominantes. A ação da história da educação aparece como forma de analisar a ação do capital dentro do âmbito nacional. Jamil Cury torna-se um grande representante da historiografia brasileira dos anos 70, produzindo uma obra de caráter marxista e permeada pelo viés da sociologia.
Marta Maria Chagas de Carvalho produziu uma nova forma de proceder dentro das pesquisas históricas em educação, pois além do trabalho exaustivo com fontes diferentes em sua tipologia, volta a fazer interlocução com a história, apontando uma tendência para a nova história cultural (terceira geração de annales), especialmente a de Roger Chartier na sua noção de representação. Carvalho analisa o trabalho na Associação Brasileira de Educação entre 1924 a 1931, e, para isso faz um grande exercício historiográfico, estudando e dialogando com os conhecimentos históricos anteriores ou da sua própria geração, imprimindo em seu trabalho, desta forma, uma crítica historiográfica. A obra de Carvalho assume um importante papel na historiografia da educação brasileira, já que está intimamente ligada com a nova tendência acadêmica da área: a história cultural. Esta expansão da história cultural trouxe um aumento significativo na tipologia das fontes catalogadas, na qual são contemplados não só documentos oficiais e legislação, mas revistas, fotografias, iconografia, plantas arquitetônicas, materiais escolar, fontes orais (resgate de memória), além de literatura e imprensa pedagógica.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Fernando. A cultura brasileira: introdução ao estudo da cultura brasileira. 4.ed. Brasília: UNB, 1963.
BASTOS, M. H; BENCOSTTA, M. L. A; CUNHA, M.T.S. Uma cartografia da pesquisa em História da Educação na Região Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (1980 – 2000). (prelo)
BONTEMPI, Bruno. História da Educação: o terreno do consenso. In: FREITAS, Marcos Cezar (org.). Memória intelectual da educação brasileira. Bragança Paulista: EDUSF, 1999.
BRANDÃO, Zaia. A intelligentsia educacional um percurso com Paschoal Lemme: por entre as memórias e as histórias da escola nova no Brasil. Bragança Paulista: EDUSF, 1999, p.07-54.
BURMESTER, Ana Maria. A (des)construção do discurso histórico: a historiografia brasileira dos anos setenta. 2.ed. Curitiba: Aos quatro ventos, 1998.
CARVALHO, Marta Maria Chagas de. Molde Nacional e fôrma cívica: higiene, moral e trabalho no projeto da Associação Brasileira de Educação (1924 – 1931). Bragança Paulista: EDUSF, 1998.
________. A configuração da historiografia educacional brasileira. In: FREITAS, Marcos Cezar (org.). Historiografia brasileira em perspectiva. São Paulo: Contexto, 1998.
________. O novo, o velho, o perigoso: relendo a cultura brasileira. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, Fundação Carlos Chagas, n.71, p.23-35, nov., 1989.
CATANI, D; FARIA FILHO, L. M. Um lugar de produção e a produção de um lugar: a história e a historiografia divulgadas no GT de História da Educação da ANPED (1985 – 2000). Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n.19, p.113 – 128, jan. /abr. 2002.
CURY, Jamil. Ideologia e educação brasileira: católicos e liberais. São Paulo Cortez: 1978.
GONDRA, José. Dos arquivos à escrita da história: educação brasileira entre o império e a república no século XIX. Bragança Paulista: USF, 2001, p.5-72.
NAGLE, Jorge. Educação e sociedade na primeira república. São Paulo: EPU, 1974.
NUNES, C. Ensino e historiografia da educação: problematização de uma hipótese. Revista brasileira de educação, n.1, p.67-79, 1996.
PEIXOTO, Afrânio. Noções de História da Educação. Rio de Janeiro: Companhia Edi8tora Nacional, 1933.
TANURI, L. M. A historiografia da educação brasileira: uma contribuição para o seu estudo na década anterior à instalação dos cursos de pós-graduação. In: MONARCA, C. História da Educação Brasileira: formação do campo. Ijuí: Uniluí, 1999.
XAVIER, Libânea Nacif. Particularidades de um Campo Disciplinar em consolidação: balanço do I Congresso Brasileiro de História da Educação (RJ/2000).
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Wilson Lemos Junior ou Junior Lemos é músico e arte-educador. Atualmente é professor de Artes e Música do instituto Federal Catarinense - campus Araquari. Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná na linha de pesquisa de História e Historiografia da Educação.
Ler outros artigos de Wilson Lemos Júnior
Em documentário de 1971, ativistas nacionais mostram como era a repressão na ditadura Evandro Éboli Quarenta anos depois, contundentes imagens de como se dava a tortura aplicada pela ditadura e desconhecidas no Brasil chegam timidamente ao país. No documentário "Brazil, a report on torture" ("Brasil, o relato de uma tortura"), parte do grupo de 70 ativistas da luta armada que foram trocados pelo embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher, em 1971, relata e encena práticas como pau de arara, choque elétrico, espancamento e afogamento. O objetivo era denunciar no exterior o que ocorria nos porões da ditadura brasileira. O filme foi realizado em 1971, em Santiago, no Chile, para onde os brasileiros foram banidos. O documentário foi uma iniciativa dos cineastas americanos Haskel Wexler e Saul Landau, que estavam no Chile para produzir material sobre o presidente Salvador Allende e souberam da presença dos brasileiros. Quase todos os guerrilheiros que deram depoimentos não assistiram ao filme até hoje. Dois deles se suicidaram alguns anos depois: Frei Tito e Maria Auxiliadora Lara Barcelos, uma das mais próximas amigas da presidente eleita, Dilma Rousseff, no período da Var-Palmares, no início da década de 70. Nas imagens, os ativistas simulam vários tipos de tortura, como uma pessoa tendo seu corpo esticado, com pés e mãos amarrados entre dois carros. Simulam a "mesa de operação": sem roupa, ou só de cueca, o torturado deita na mesa, tem os braços e pernas amarrados nas extremidades e sofre pressão na espinha. Uma barra de ferro, no alto, tem um barbante amarrado aos testículos. A pessoa era obrigada a ficar por duas ou três horas na posição, suportando o peso do corpo com as mãos e braços. O GLOBO enviou cópia a alguns dos protagonistas, que somente agora tiveram acesso ao documentário e relembraram o depoimento. Jean Marc Van der Weid, hoje diretor de uma ONG de agricultura alternativa, defendeu a luta armada no filme como única maneira de o povo chegar ao poder no Brasil ditatorial: — Nunca tinha visto. Era um filme de denúncia contra a ditadura e produto de um momento inteiramente diferente de hoje. Não me lembrava nem do que falei. A ideia da luta armada era generalizada em quase todas as organizações de esquerda — disse Jean Marc, que era presidente da UNE quando foi preso e atuou na Ação Popular (AP). Filme revela porões da tortura no país
(Trechos de "Brazil: a report on torture": http://www.youtube.com/watch?v=ukKtMCLkc7Y )
Sobre a mesa da confortável sala, a última edição da revista Pesquisa, os jornais Estado e Folha de S. Paulo e um romance da espanhola Elvira Lindo - Algo Más Inesperado Que La Muerte. Nada quebraria a tranquilidade de Boris Fausto anteontem, em sua bela casa - da lavra do arquiteto Sérgio Ferro - no Butantã, onde vive desde 1965. Na véspera, o historiador havia recebido amigos e admiradores para autografar suas Memórias de Um Historiador de Domingo.
Aos 80 anos, completados na quarta-feira, um dos maiores historiadores do Brasil consegue traduzir com clareza e bom humor fatos importantes do País, do Estado e da cidade. Não é de estranhar que a recém-lançada autobiografia - praticamente uma continuação de Negócios e Ócios (1997), ganhador do Jabuti - aproveite-se de fatos de sua vida para lançar luz sobre a própria história do Brasil: movimentos de esquerda, ditadura militar, Diretas Já... "De domingo é metáfora. Porque fui um historiador pegando brechas no tempo", explica.
Formado em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, Boris teve carreira dupla. Aos 32 anos, aconselhado pela mulher - a educadora Cynira Stocco Fausto (1931-2010) -, foi cursar História na USP. "Tinha me formado em Direito por exclusão, porque na cabeça da minha família só havia Direito, Engenharia e Medicina. Minha mulher, vendo minha insatisfação intelectual, deu-me a ideia da nova graduação."
O gosto pelas Ciências Humanas vem da adolescência. Por conta dele, trocou o Colégio Mackenzie, onde estudava desde o primário, pelo São Bento. "O Mackenzie estava preocupado apenas em formar engenheiros." No São Bento, primeiro teve de vencer a resistência religiosa. Filho de judeus - a mãe, Eva, nascida na Turquia; o pai, Simon, na região da Transilvânia, hoje Romênia -, precisou convencer os monges a aceitá-lo, sem o batismo católico.
Humanidades. No novo colégio, além da erudição proporcionada pela rica biblioteca, Boris tornou-se amigo dos irmãos Haroldo e Augusto de Campos, que depois se tornariam pais do concretismo. "Boris era o melhor aluno da aula de Filosofia. Simplesmente, sabia mais do que o professor", comenta Augusto.
A amizade e o convívio intelectual continuariam no Largo de São Francisco. E nos anos seguintes. "A vida nos levou para caminhos diferentes, ele para a História, eu para a poesia. Mas gosto de acompanhar na TV as suas intervenções nas discussões sobre questões de política nacional e internacional", completa Augusto. "Admiro sempre a lucidez intelectual e a clareza com que a expressa."
Antes da História, Boris se tornaria advogado e procurador do Estado. Depois, como consultor jurídico da USP, cargo que ocupou até a aposentadoria, em 1989, aproximou-se do meio acadêmico. "Aí me convidaram para ser professor na universidade. Fui por dez anos, até me cansar da rotina das aulas."
Paulistano de nascimento e coração, contesta quem diz que seu A Revolução de 30 - História e Historiografia, publicado em 1969, expresse um ponto de vista contrário a São Paulo. "Não desprestigio nosso Estado de forma alguma. Aliás, de vez em quando, até escorrego em uma visão pró-paulista."
Memórias de Um Historiador de Domingo relata outras passagens da vida de Boris, em especial sua militância política. Ou, como ele mesmo prefere, "micromilitância". De passado trotskista, chegou a ser preso por quatro dias, em 1969 - ainda vivenciaria outros entreveros com as forças policiais.
Paixões como cinema e futebol também ocupam espaço na narrativa. Atualmente, admite ter reduzido sua frequência às telonas. "Antes frequentava três vezes por semana. Hoje, não vou mais que duas vezes por mês."
O futebol não perdeu importância - ainda que as idas aos estádios também sejam menos comuns do que os jogos pela TV. Corintiano fanático, viu os dois filhos - o sociólogo Sérgio e o antropólogo Carlos - encantarem-se com o Palmeiras dos anos 1970. "Na época, vieram me pedir para torcer pelo Palmeiras", lembra. "Deixei. Nunca detestei o Palmeiras. Mas vou falar uma coisa politicamente incorreta: eu detesto os "bambis", diz, referindo-se aos são paulinos.
Hoje em dia, costuma sair pouco de casa. Com seus interlocutores, cultiva o bom humor - presente, aliás, nas páginas do livro. "O humor de Boris é um dos fios de nossa amizade, pontuada por conversas e jogos de pôquer", conta o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso. Os amigos se reúnem para jogar cartas - hobby de Boris desde a época do São Bento - uma vez por semana.
Com a recente viuvez - Cynira, a quem o livro é dedicado "in memoriam", morreu em junho -, a sensação é que a casa ficou grande demais. "Os móveis incham. A gente diminui com a idade", filosofa ele, um gigante que não mede mais de 1,60 metro.
GIRO POR SÃO PAULO
Estádio: "O Pacaembu é o que mais vezes fui na vida. Vi sua construção, quando garoto. Brincava na obra"
Livrarias: "Gosto da Cultura e da Livraria da Vila. Pela qualidade dos atendentes, o arranjo das instalações"
Restaurantes "Prefiro os de comida japonesa, como o Kinoshita, o Shundi e o Sushi Yassu, e os italianos, como o Piselli e o Pomodori"
Cinemas "O melhor cinema é o mais perto de casa. Mas não gosto dos de shopping: salas já vêm sujas de pipoca e não há cultura cinematográfica"
Parque: "Morei na esquina da Paulista com a Haddock Lobo, perto do Parque Trianon. Minha mulher levava os filhos pequenos ali. Bonita recordação"
SP como um todo: "Quem mora em São Paulo há muito tempo, sofreu um terremoto psicológico. Aqui se perdem as referências"
Para os interessados no assunto, a História Geral da África, publicada pela UNESCO em 8 volumes, está sendo divulgada em português. Os volumes I, II, III e V já estão disponíveis para download gratuitamente no portal da UNESCO. Resumo: Um dos projetos editoriais mais importantes da UNESCO nos últimos trinta anos, a coleção História Geral da África é um grande marco no processo de reconhecimento do patrimônio cultural da África, pois ela permite compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica, diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente. A coleção foi produzida por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos. Publicada em oito volumes, a edição completa da coleção História Geral da África está agora também disponível em português. A edição completa da coleção está publicada também em árabe, inglês e francês, sua versão condensada está editada em inglês, francês e em várias outras línguas, incluindo hausa, peul e swahili. Endereço: http://www.unesco.org/pt/brasilia/dynamic-content-single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese/back/20527/cHash/fa3a677a3d/
O Vasco da Gama foi um time que transformou a história do futebol brasileiro. Segundo o historiador João Manuel Casquinha Malaia Santos, a caminhada do clube entre os anos 1915 e 1934 definiu as características do esporte no Brasil. Graças ao Vasco, o mundo do futebol percebeu que conceber o esporte como negócio poderia produzir grandes espetáculos, lotar estádios, gerar renda para os clubes, dar prestígio aos dirigentes e sócios e até abrir meios para que pessoas das camadas menos abastadas do Rio de Janeiro conquistassem relativa e aparente visibilidade. A ascensão do time também significou para os portugueses a reafirmação de sua identidade na sociedade brasileira.
Malaia pesquisou o tema em sua tese Revolução Vascaína: a profissionalização do futebol e inserção sócio-econômica de negros e portugueses na cidade do Rio de Janeiro (1915-1934), realizada pelo Programa de Pós-Graduação em História Econômica da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. O estudo foi baseado em análises de documentos dos acervos de times cariocas e europeus, de documentos da Biblioteca Nacional, e da documentação do Arquivo Nacional.
De acordo com o pesquisador, até que o Vasco iniciasse o que ficou conhecido como Revolução Vascaína, o futebol praticado entre os clubes da principal liga do Rio de Janeiro, A Liga Metropolitana de Desportes Terrestres (LMDT), era quase uma exclusividade dos membros da elite carioca. Segundo o pesquisador, "A Revolução Vascaína colaborou para a transformação desse quadro".
"Iniciada pelo português Raul Campos, presidente do clube em 1919, ela foi o conjunto de medidas introduzidas pelo clube que culminaram no desenvolvimento do esporte como profissional no país, transformando o futebol no mais conhecido espetáculo de massa do Brasil."
A pesquisa mostra que os times que faziam parte da LMDT eram formados, em sua maioria, por jogadores brancos, alfabetizados e que exerciam profissão não braçal. Ou seja, representavam os membros das classes mais abastadas da sociedade.
As análises de Malaia revelaram que, contrariando a maré, Raul Campos percebeu que poderia utilizar o talento de homens pobres, oriundos do subúrbio do Rio de Janeiro, aliado a suas necessidades financeiras, para montar uma equipe de jogadores dedicada integralmente aos treinos e aos jogos. O Vasco passou então a contratar essas pessoas, mesmo que por debaixo dos panos, pagando-os para jogar. "O valor do salário era melhor que o pago por um serviço braçal fora dos campos, mesmo que muito baixo em relação ao que o clube começou a ganhar com o sucesso da equipe", revela o historiador.
Os negócios de Campos
No início da presidência de Campos, que Malaia chama de "o verdadeiro business man português", o Vasco ainda não era um dos grandes times do futebol carioca. "Mas a dedicação exclusiva dos jogadores, incentivada pelos salários, os capacitou para produzir os maiores 'shows' que os campos poderiam receber até então. E, além da inegável habilidade diferenciada dos jogadores, os jogos do Vasco começaram a contar com uma torcida cada vez maior", diz o pesquisador. "O povo no campo atraía o povo na arquibancada, e logicamente o Vasco e os outros clubes passaram a perceber isso", completa. "Inclusive, a partir do momento em que o futebol se torna um espetáculo, os casos de violência aumentam, mas existiam desde o início do futebol", afirma.
A ascensão do time formado por negros e pobres preocupou a elite que "achava que o futebol era dela", afirma o autor do estudo. Mesmo com todo o talento evidenciado nos jogos, o clube dos portugueses e suburbanos enfrentou muitas dificuldades para participar tanto da LMDT quanto da mais tarde Associação Metropolitana de Esportes (AMEA), uma liga criada em 1924 praticamente para excluir os jogadores vascaínos do futebol dos grandes clubes. "Os vários episódios com os quais o Vasco se deparou, como a restrição que determinava que sem estádio próprio o time não participava da liga, revelam a montagem da sociedade naquela época. Negros e pobres não tinham o mesmo espaço que os membros da elite tinham na comunidade carioca".
Mas foi a própria lógica capitalista que mudou tal situação. De acordo com o estudo, em 1927, a construção do Estádio do São Januário, considerado na época o maior estádio de futebol da América Latina, mostrou a força do time e tornou seu sucesso ainda mais inegável. "O estádio foi o resultado da mobilidade da comunidade dos sócios, como nunca visto antes na história de um clube. Ele foi totalmente construído com doações dos vascaínos, com os melhores materiais e melhor arquitetura", salienta o pesquisador.
Com o estádio próprio, a renda do clube era cada vez maior. Essa situação fez com que, para a principal Liga, ter o Vasco como um dos componentes passasse a ser até uma questão de necessidade. Afinal, como diz o historiador, "a venda de ingressos faz o capital circular no universo dos clubes, e isso é muito do que uma liga deseja". "Os jogos do Vasco eram com certeza os que mais vendiam ingresso", complementa Malaia.
Profissionalizado, mas não valorizado
Apesar da luta pela profissionalização dos jogadores, da popularização dos campos e das arquibancadas, a diretoria e os sócios do clube continuavam elitizados. No período entre o final da República Velha e o início da Era Vargas, os jogadores vascaínos, "verdadeiros artistas, responsáveis pela ascensão do time no Brasil e do futebol brasileiro até mesmo na Europa, não tinham seu espetáculo traduzido em suas contas bancárias", diz o pesquisador.
Segundo Malaia, essa não valorização do jogador do Vasco, assim como aconteceu também em outros clubes, reflete que a inserção do negro, morador do subúrbio, no universo do futebol se limitava aos campos e estava inserida na própria lógica capitalista. "Com a profissionalização, isso ficou mais evidente. O jogador torna-se empregado, e não sócio, abrindo espaço para que a discriminação continuasse mesmo no cotidiano do próprio clube".
Além disso, o pesquisador aponta que diversos episódios revelavam o descuido e desleixo que o clube tinha para com os jogadores, caso esses se machucassem em campo ou tivessem qualquer outro problema de saúde que os impedisse de jogar. Dessa forma, o aumento de ingressos vendidos não significava, para "empregados do clube", melhoria das condições de trabalho, ou mesmo de salário. Malaia conta que essa situação fez surgir, em meados da década de 1930, algumas tentativas de formação de sindicatos, por parte dos jogadores. "Isso não se consolidou porque o Brasil estava mergulhado no contexto da presidência de Getúlio Vargas, com seus sindicatos pelegos, controlados pelo Estado", explica.
A orientação do trabalho foi da professora Esmeralda Moura. A defesa aconteceu no dia 07 de junho de 2010 .
As imagens foram obtidas pelo pesquisador no acervo do Centro de Memórias do C. R. Vasco da Gama, no acervo do Centro de Memória do Fluminense Football Club e na página online da Biblioteca Nacional.
Mais informações: (21) 8116-3664, email jmalaia@gmail.com
110 anos de Gilberto Freyre.
A contribuição de Freyre para a historiografia brasileira
Jocemar Paulo de Lima*
Daniel Luciano Gevehr**
INTRODUÇÃO Ao completar 110 anos do nascimento de Gilberto Freyre, pretende-se através deste artigo analisar este intelectual do inicio do século passado como um estudioso adiante de seu tempo. Suas teorias, suas abordagens foram bastante reconhecidas em vários países, levando o mesmo a receber diversas vezes o prémio de Honóris Causa em várias universidades europeias e norte-americana. Assim como as relações raciais, a visão positiva do autor sobre a colonização foi interpretada por seus críticos como um esvaziamento do conflito entre colonizador e colonizado. Outros autores, como Sergio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil, obra contemporânea à de Freyre, viram na colonização portuguesa seu aspecto violento e predatório. Sendo este, o grande diferencial da ótica sobre as relações servis do Brasil Colônia e Império.
O pernambucano Gilberto Freyre retratou em Casa-grande & senzala as relações sociais e o cenário do Brasil colonial a partir de sua terra natal, sob a influência da antropologia cultural norte-americana, sua formação acadêmica. Estudou as características socioculturais dos povos formadores da sociedade brasileira sob a ótica do relativismo, valorizando a mestiçagem, antes, depreciada e a contribuição do negro, antes ignorada. Através da exteriorização da intimidade da sociedade colonial, revelou o contexto em que foram criados os antagonismos que compõem a ordem social no Brasil de hoje.
METODOLOGIA Esta pesquisa está centrada na biografia e nas analises histórica, sociológicas e antropológicas que Gilberto Freyre realizou em suas principais obras: Casa-Grande e Senzala, 1933 e Sobrados e Mucambos em 1936. Se Casa-Grande e Senzala, tem como fio condutor o encontro entre culturas na origem da nação, a partir das características gerais da colonização portuguesa e da formação da família brasileira, realçando as influências culturais e o problema da miscigenação, em Sobrados e Mucambos, a narrativa gilbertiana se concentra na decadência do patriarcado rural. Destacamos ainda, nesse segundo volume que Gilberto Freyre focaliza o crescimento do pólo urbano brasileiro, pontuando-o com antíteses culturais, o viés sempre presente em todas as suas descrições da formação da nossa sociedade. De impacto forte nesse outro Brasil do século XIX, o processo modernizador descrito por Freyre é apresentado nas mudanças dos hábitos de vestir, de leitura, de consumo, Assim como em Casa-Grande e Senzala o patriarcalismo é chave explicativa da natureza da nossa formação social, da sua estruturação e mudanças, tal noção também é estratégica em Sobrados e Mucambos. No primeiro livro, a família é a unidade básica da sociologia freyriana, já que as instituições e o Estado português se encontravam distante da empresa colonial
brasileira. Gilberto Freyre, como se sabe, torna esse conceito fundamento da sua explicação de questões tanto sociais como psicológicas que segregam, aproximam e tornam íntima a vida do homem brasileiro.
Em Casa-Grande e Senzala, o autor mostra que o sistema das casas-grandes e senzalas acomodava relações sociais; em Sobrados e Mucambos, ele exibe com clareza as alterações das mesmas casas-grandes que se urbanizam em sobrados com requintes arquitetônicos europeus e passam a expressar novas relações de distanciamento entre ricos e pobres, brancos e gente de cor, casas-grandes e casas pequenas, conferindo grande importância à condição dos homens dentro de seu ambiente de moradia.
RESULTADOS Parte dos resultados desta pesquisa sobre a contribuição de Gilberto Freyre para a construção da pesquisa histórica do Brasil e as semelhanças entre a Nova História associada aos Annales e a história social, psico-história ou antropologia histórica de Gilberto Freyre; semelhanças que vão desde um interesse pela cultura material (alimentação, vestimenta e habitação) até um interesse pelas mentalidades e pela história da infância, temas que marcaram a publicação de Casa-grande & senzala. Estas semelhanças de abordagem foram reconhecidas tanto por Febvre como por Braudel quando descobriram a obra de Freyre no fim dos anos 30. Podemos destacar nesta breve pesquisa biográfica que Freyre aprendera seu estilo interdisciplinar na Universidade Columbia, um centro do movimento americano da 'nova história' no início do século.
DISCUSSÕES E CONCLUSÕES Contudo, pretendemos através deste artigo, destacar a grande contribuição de Freyre para a historiografia brasileira. O motivo desta pesquisa deu-se através da comemoração dos 110 anos do nascimento de Gilberto Freyre. Entendemos que já houve a superação da teoria da modernização da formação social brasileira, que fazia de Gilberto Freyre um teórico da "democracia racial", por ele descrever aquele processo de superação da condição do negro em mestiço embranquecido, inserindo-o na estrutura social. A nova valorização do pensamento gilbertiano, intrinsecamente relacionado com o realce conferido ao compartilhamento dos valores burgueses, vem trazendo uma nova apreciação da sua trilogia, dedicada ao estudo sobre a decadência do patriarcado rural e o desenvolvimento do urbano no Brasil. Se lermos Gilberto Freyre de Casa-Grande e Senzala e também de Sobrados e Mucambos, veremos que se trata de dois textos encadeados, mas bastante diferenciados: o primeiro, focalizando a miscigenação e sua relação com o processo de democratização social e o segundo, voltado para o tema da modernização social do Brasil.
Graças á mudanças do olhar marxista, Gilberto Freyre estudioso da Antropologia histórica, está sendo aproximado à história das mentalidades. Esta justamente veio situar-se no ponto de junção entre o indivíduo e o coletivo, o longo tempo e o cotidiano, o inconsciente e o intencional, o estrutural e o conjuntural, o marginal e o geral.
Contudo, este ensaio é uma tentativa de investigar um paralelo que não recebeu a merecida atenção, o paralelo entre a chamada "nova história" pregada e praticada na França a partir da década de 60 e a história que Gilberto Freyre escreveu a partir da década de 30.
*Graduando em História pelas Faculdades Integradas de Taquara - FACCAT
**Professor do curso de História das Faculdades Integradas de Taquara - FACCAT. Doutor em História pela Universidade do Vale dos Sinos - UNISINOS.
REFERÊNCIAS
CARDOSO Ayres, M. Bandeira. Carlos Leão e Gilberto Freyre. Rio de Janeiro: Record, 2002, 892 p.
Estudos Sociedade e Agricultura, 18, abril, 2002: 191-196.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos. Rio de Janeiro. Editora Record. 9ª edição. 1996.
___________ Ordem e progresso: processo de desintegração das sociedades patriarcal e semipatriarcal no Brasil sob o regime de trabalho livre, aspectos de um quase meio século de transição do trabalho escravo para o trabalho livre e da monarquia para a república. Lisboa: Livros do Brasil, s.d. 2v.
____________ CASA-GRANDE & senzala: formação da família brasileira sob o regime de economia patriarcal. Lisboa: Livros do Brasil, [1957].
____________ Brasis, Brasil e Brasília: sugestões em torno de problemas brasileiros de unidade e diversidade e das relações de alguns deles com problemas gerais de pluralismo étnico e cultural. Lisboa: Livros do Brasil, 1960.
HOLLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. 26ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Referência ao autor:
110 anos de Gilberto Freyre. contribuição de Freyre para a historiografia brasileira publicado Hoje por Jocemar Paulo de Lima Paulo de Lima em http://www.webartigos.com
É com alegria que lhes comunico a realização de evento internacional sobre Inquisição que se realizará no em agosto próximo na cidade de Salvador, Bahia.
Confiram o site, inscrevam-se!
http://www.ufrb.edu.br/simposioinquisicao/
História & Luta de Classes - n.º 12
Revolução e Contra-Revolução
Prezados(as) colaboradores(as) de História & Luta de Classes
A Revista História & Luta de Classes, fruto do trabalho coletivo de seus associados, encontra-se já com dez números publicados. O número 11 - Dossiê Violência e Criminalização está em em fase de organização e será lançado no primeiro semestre de 2011. Em vista disto, divulgamos a chamada de artigos para o número 12, com publicação prevista para o segundo semestre de 2011, que terá como tema do dossiê REVOLUÇÃO E CONTRA-REVOLUÇÃO. O período para encaminhamento de proposições de artigos e resenhas é até 30 de março de 2011, de acordo com as Normas da revista abaixo indicadas. Salientamos que a revista publicará também artigos e resenhas sobre temas livres, além da temática estabelecida no dossiê. Este número será coordenado pelos professores Carlos Zacarias de Sena Júnior (UFBA) e Gilberto Calil (UNIOESTE). Pedimos a todos colaboração para a difusão desta chamada, enviando a seus contatos e possíveis interessados na proposição e artigos e resenhas.
Normas para os autores da Revista História & Luta de Classes
7.1. Livros: Nome Sobrenome. Título
7.2. Capítulo de livros: Sobrenome, nome. Título do capítulo. In: Sobrenome, nome (org.). Título do livro
7.3. Artigo de periódico: Sobrenome, Nome. Título do artigo. Nome da revista em itálico, v. (volume), n. (número), mês e ano de publicação, página citada. Ex.: BARRETO, Teresa Cristófani; GIANERA, Pablo; SAMOILOVICH, Daniel; Piñera, VIRGILIO. Cronologia. Revista USP, n. 45, out. 2000. p. 149.
ANEXO Apresentação do Número 1 da Revista História & Luta de Classes
Em tempos de domínio social da barbárie neoliberal e de hegemonia conservadora no pensamento acadêmico, com destaque para a área da História e das Ciências Sociais, a REVISTA História & Luta de Classes procura servir como ferramenta de intervenção daqueles historiadores e produtores de conhecimento que se recusam a aderir e se opõem a essa dominação. As diferentes manifestações dos conflitos sociais ao longo do tempo; a história social do mundo do trabalho; as propostas e processos revolucionários; os temas políticos e as contradições econômico-sociais atuais e passadas; a cultura vista por uma perspectiva materialista são alguns dos temas e áreas de estudo que serão abordados nos artigos publicados por REVISTA História & Luta de Classes.
Diante do atual predomínio das anódinas e pacificadoras histórias narrativas desprovidas, ao menos em forma explícita, de referenciais conceituais, REVISTA História & Luta de Classes pretende também servir de canal para reflexão teórica, particularmente para aquela orientada pelos ventos constantemente renovados do marxismo. Nesse sentido, um dos seus objetivos será a retomada do debate sobre os sistemas, formas e modos de produção conhecidos através da história, tema semi-abandonado após a vitória da contra-revolução neoliberal de fim dos anos 1980, que proclamou prepotente o "fim da história" e o domínio atemporal do modo de produção capitalista.
Nosso público alvo privilegiado é o dos estudantes e dos professores de História, bombardeados constantemente, em suas salas de aula, nas bibliografias de cursos, nos manuais, revistas e textos historiográficos pelos arautos de uma História reduzida à narrativa do pitoresco e em geral reprodutora de uma história oficial, em que pitadas de culturalismo, de subjetivismo e episódios picantes formam uma receita valorizada no mercado cultural, mas descartável pelos critérios acadêmicos científicos rigorosos e pela irrelevância social de suas propostas.
Interessa-nos, igualmente, atingir outros universitários, não apenas dos diversos ramos das Ciências Sociais, que conosco compartilhem essa perspectiva crítica. Pretendemos, também, que a REVISTA História & Luta de Classes sirva de instrumento para os militantes engajados em movimentos e organizações comprometidas com a confrontação com o mundo do capital.
A REVISTA História & Luta de Classes possuirá editoriais, dossiês, artigos de temas livres, resenhas, transcrição de documentos, entrevistas e notícias. Como em qualquer outro periódico científico, haverá procedimentos de análise dos artigos por pareceristas e de adequação às normas editoriais da revista.
Porém, tratando-se de periódico com compromissos políticos e sociais explícitos, os artigos devem se adequar à proposta político-editorial sintetizada nessa apresentação. Inicialmente, REVISTA História & Luta de Classes organizou- se em torno de um pequeno núcleo de historiadores e cientistas sociais que assumiram, transitoriamente, as funções de editores. A partir desse núcleo organizou-se grupo de membros fundadores sobre o qual repousa grande parte da responsabilidade dessa iniciativa, através da proposta de artigos, da formulação de pareceres, da divulgação e venda da revista, da gestão de seus rumos e organização [Nota complementar: atualmente a revista é constituída por um coletivo de 70 associados e conta com um editor e uma comissão editorial integrada por nove membros, indicados em assembléia geral dos associados realizada a cada dois anos. A adesão de novos associados é livre, nos termos acima indicados]
E mais...
Vida e obra de Noel Rosa
Veja como o estudante de medicina se transformou em um dos principais músicos brasileiros de todos os tempos. [ leia mais ]
História do campeão brasileiro de futebol de 2010 se confunde com o nascimento do esporte no Brasil, saindo da elite e indo para as massas. [ leia mais ]
Capa da segunda edição especial da revista 'História da Ciência' lembra das contribuições brasileiras para o mundo. [ leia mais ]
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Organizadores: Francisco Carlos Teixeira da Silva, Karl Schurster, Igor Lapsky, Ricardo Cabral & Jorge Ferre.
Editora: Multifoco/TEMPO
Número de páginas: 976 + caderno de imagens
ISBN: 978-85-7961-265-7
Ya puede consultar en la edición electrónica de Anuario de Estudios
Americanos los contenidos publicados en la revista entre 1994 y 1998,
volúmenes 51 a 55, que suman un total de 170 documentos:
http://estudiosamericanos.revistas.csic.es/index.php/estudiosamericanos/issue/archiveEste periodo incluye los monográficos:Vol 55, No 1 (1998): En torno al 98Vol 51, No 2 (1994): El Caribe de Colonia a RepúblicaGracias por mantener el interés en nuestro trabajo.Edición Electrónica Revistas CSIC - AEAeditor.revistas@csic.esanuario@eehaa.csic.es
Anuario de Estudios Americanos http://estudiosamericanos.revistas.csic.es
Representantes de diversos segmentos religiosos, além de estudantes e professores participam, na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), do 3º Seminário do Centro de Pesquisa das Religiões com o tema Religião: Historiografia e Memória. O evento será realizado terça e quarta-feira (23 e 24) no Auditório Victor Meyer, localizado no módulo 7, campus universitário.
Serão realizadas conferências, mesas redondas e debates sobre assuntos como Festas e Identidades Religiosas; Catolicismo e Política; e Protestantismo: Identidade e Política.
O Centro de Pesquisas das Religiões (CPR) é um grupo vinculado ao Departamento de Ciências Humanas e Filosofia (DCHF) da Uefs e desenvolve pesquisas sobre as diversas formas de manifestação do fenômeno religioso, bem como sua relação com os variados campos sociais. Fazem parte do CPR professores e estudantes de variados níveis de formação/atuação acadêmica, em especial do curso de História. Contato através do telefone (75) 3224-8172.
PROGRAMAÇÃO
23 DE NOVEMBRO TERÇA
Manhã
8:30h Mesa de Abertura
9:00h às 10:30h: Conferência de Abertura
Prof. Cândido Costa e Silva
Coordenação: Prof.ª Elizete da Silva
10:45h às 12:30h: Mesa Festas e Identidades Religiosas
Profª. Edilece Couto
Prof. Júlio Braga
Prof. Onildo Reis Davi
Coordenação: Luciane Almeida
Tarde
14:00h às 16:30h: Mesa Catolicismo e Política
Prof. Dr. Iraneidson Costa
Prof.ª Rita Evejania dos Santos
Prof. Marcos Roberto Brito
Coordenação: Rafael dos Santos
16:40h às 18:30h: Mesa Protestantismo: Identidade e Política
Prof.ª Adriana dos Santos
Prof. Igor José Silva
Prof.ª Luciane Almeida
Prof. Zózimo Trabuco
Coordenação: Prof.ª Ana Maria Carvalho
24 DE NOVEMBRO QUARTA
Manhã
8:30h às 10:00h: Mesa Memórias e Experiências Religiosas I
Profª. Áurea Barreto
Prof. Eloi Barreto
Prof. José Jerônimo de Moraes
Profª. Ana Angélica de Moraes
Coordenação: Kesia Caroline
10:15h às 12:30h: Sessão de Comunicações de pesquisadores do CPR
Alexandre Goés, Chablink Oliveira, Daiane Pires, Gabriela Silva, Jeovanne
de Jesus, Kesia Caroline, Lizandra Santana, Marcos Vitório, Messias Brito e
Rafael dos Santos.
Coordenação: Marcos Roberto Brito
Tarde
14:00h às 16:30h: Mesa Memórias e Experiências Religiosas II
Reverendo João Dias
Prof.ª Itamar Araujo
Prof. Jorge Nery
Coordenação: Messias Brito
16:45h às 18:00h: Mesa Memórias e Experiências Religiosas III
Prof. Anunciação
Representante da Federação dos Cultos Afros (regional Feira de Santana)
Zélia Maria
Coordenação: Prof. Edmar Ferreira
18:00h Lançamento de Livros
FSA, 19/11/10