Informe do Gabinete Real Português de Leitura: PRÓXIMA REUNIÃO PPRLB - 19 abril

segunda-feira, 12 de abril de 2010


Informe do Gabinete Real Português de Leitura

Caríssimos:

Na última reunião do Pólo -- a primeira de 2010, a 23 de março -- fixamos a data de 14 de abril para a próxima reunião. No entanto, por motivos diversos (que oportunamente explicaremos), não é possível mantê-la e, consultadas as coordenadoras do PPRLB, foi transferida para o dia 19 de abril, 2a. feira, às 14:30.

Houve problemas na divulgação da reunião de março, que esperamos agora não se repitam. É muito importante a presença de vocês e dos demais colegas, estudantes e interessados que possam avisar/convidar.

O assunto principal continua a ser o planejamento do 5º Colóquio, de 13 a 17 de setembro, como amplamente divulgado.

Contando com a colaboração de sempre,

Saudações,

Gilda Santos
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I Colóquio Regional de História Colonial


 

 
 

I Colóquio Regional de História Colonial

Fonte: UFRB

Os estudos acerca do período colonial têm sido gradativamente objeto de pesquisas e reflexões nas universidades públicas baianas. Com o objetivo de promover um maior estreitamento dos laços entre os pesquisadores dessas instituições e uma maior divulgação dos estudos que envolvam esta temática, será realizado nos dias 29 e 30 de Abril o I Colóquio Regional de História Colonial.

O Colóquio será realizado no Auditório do CAHL, veja abaixo a programação completa:

Programação:
1º dia – 29 de abril
09h00 – 09h30 – Abertura
09h30 – 11h30 – Mesa 1
História religiosa: práticas e instituições
Humberto José Fonseca (UESB) – Rituais da corte: ritualidade, sociabilidade e poder na América portuguesa
Evergton Sales Souza (UFBA) – As constituições primeiras do arcebispado da Bahia
Fabrício Lyrio Santos (UFRB) – As cartas de Nóbrega e a conversão do gentio
Camila Fernanda Guimarães Santiago (UFRB) – Produção, comércio e consumo de gravuras religiosas no mundo luso-brasileiro: incentivos e controle do Estado Português na segunda metade do século XVIII e início do XIX
Mediador: Leandro Antônio de Almeida (UFRB)

14h30 – 16h30 – Mesa 2
Modos de repressão no Império Colonial português
Roque Felipe Oliveira Filho (UESB) – Crimes e perdões na ordem jurídica colonial. Bahia (1750-1808)
Marco Antônio Nunes da Silva (UFRB) – A Bahia nos cadernos do Promotor: perspectivas de pesquisa
Grayce Bonfim Souza (UESB) – Pontas dos longos tentáculos: agentes do Santo Ofício português na Bahia setecentista
Suzana Severs (UNEB) – Relações de vizinhança: cotidiano da Bahia setecentista em processos inquisitoriais
Mediador: Antonio Liberac Cardoso (UFRB)

19h00 – Conferência I
Conferencista: Kalina Vanderlei Paiva da Silva (UPE)

2º dia – 30 de abril
09h00 – 11h00 – Mesa 3
Economia e relações de poder na América portuguesa
Caio Figueiredo Fernandes Adan (UEFS) – Soberania e territorialidade na América Portuguesa: a colonial comarca dos Ilhéus (1763-1808)
Luiz Antonio Araújo (UFRB) – Contratos, fiscalidade e comércio na Bahia (1641-1730): notas de pesquisa
Maria José Rapassi (UFBA) – Viver honradamente na Salvador do século XVIII
Avanete Pereira Sousa (UESB) – Poder, política e economia na Bahia colonial
Mediadora: Rita Almico (UFRB)

15h00 – 17h00 – Mesa 4
Escravidão e identidades afro-brasileiras
Adriana Dantas Reis Alves (UEFS) – Beleza negra, cultura sexual e escravidão
Carlos Eugênio Líbano Soares (UFBA) – Nações africanas na Bahia escravista
Lucilene Reginaldo (UEFS) – André Couto Godinho, preto, natural do Brasil, missionário no Congo: trânsitos atlânticos da "gente de cor" no Império Português (1779-1788)
Tânia Maria Pinto de Santana (UFRB) – Os negros e a devoção mariana na concepção do clero baiano colonial
Mediador: Walter Fraga (UFRB)


19h30 – Conferência II
Conferencista: Maria Hilda Baqueiro Paraíso (UFBA)

Comissão organizadora:
Marco Antônio Nunes da Silva (UFRB), Fabrício Lyrio Santos (UFRB), Tânia Maria Pinto de Santana (UFRB), Grayce Bonfim Souza (UESB) e Avanete Pereira Sousa (UESB).

Fonte: GEHB

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Concurso professor America UFRRJ


Estao abertas as inscricoes para o concurso de professor adjunto (40 horas/DE) na area de historia da America colonial na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), campus de Seropedica.

Para mais informações sobre a inscricao e a realizacao do concurso consulte o site:
www.ufrrj.br/concursos
 
Fonte: [historiacultural]
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Livro revela 'Classe C' no tempo do Brasil colônia (Folha de S.Paulo, 11/04/2010)


Caldeira fervente

Em nova obra, historiador diz que esquerda brasileira se enganou na interpretação do Brasil e afirma que país não era refém da metrópole

RAFAEL CARIELLO
DA EQUIPE DE EDITORIALISTAS

Processos de revisão histórica exigem trabalho redobrado. Não basta chamar atenção para fatos que antes passavam despercebidos ou explicar, de maneira inédita, o passado.

Uma vez estabelecida a nova interpretação, é hora de perguntar: como foi possível que os pesquisadores de décadas passadas não vissem isso? O que levou historiadores, por tanto tempo, a se "enganar"?

Já faz mais de duas décadas que a visão sobre o passado colonial brasileiro tem mudado radicalmente. O novo livro de Jorge Caldeira, "História do Brasil com Empreendedores", cumpre o importante trabalho de sintetizar e divulgar boa parte dos trabalhos acadêmicos recentes que contribuíram para essa empreitada.

Mas vai além, ao buscar uma explicação para a vigência da interpretação anterior, que prevaleceu na maior parte do século passado.

Ficou para trás, como mostra Caldeira, a ideia de uma América portuguesa pobre e espoliada pelas metrópoles europeias. Passou a prevalecer a interpretação de uma economia mais dinâmica e uma sociedade muito mais complexa do que as explicações que colocavam ênfase na dependência colonial deixavam ver.

As razões do atraso do país são mais recentes e determinadas não pela transferência de recursos para Portugal, mas pelas escolhas que uma elite política e econômica, residente no Brasil, fez.

A contribuição inédita de Caldeira, autor da importante biografia de Irineu Evangelista de Sousa, "Mauá - Empresário do Império" (Cia. das Letras), está na segunda tarefa, para a qual é dedicada metade de seu novo livro.

Ele diz ter descoberto, de maneira fortuita, uma espécie de véu ideológico no trabalho de Caio Prado Jr. (1907-90), pai das explicações hegemônicas sobre o país entre os anos de 1930 e 1980.

Há mais de uma década, enquanto pesquisava para seu doutorado em ciência política, na USP, ele notou semelhanças impressionantes entre trechos das obras de Prado Jr. e do historiador conservador Oliveira Vianna (1883-1951).

A visão que Prado Jr. -autor marxista e referência para gerações de pesquisadores de esquerda- tinha do Brasil havia sido cunhada, em grande medida, por Vianna, pensador antiliberal e crítico da democracia representativa, diz.

Parte da esquerda brasileira, portanto, seria herdeira direta do pensamento conservador da virada do século 19 para o 20. Ambas, às vezes pelas mesmas razões, às vezes por motivos diversos, leram mais de quatro séculos de história como a narrativa de um país cronicamente inviável.

Foi Vianna, antes de Prado Jr., quem colocou o "latifúndio" no centro de seu modelo explicativo sobre as razões do atraso brasileiro. Para o conservador, as consequências da importância exacerbada da fazenda exportadora eram sobretudo políticas.

A sociedade brasileira se via reduzida à oposição entre senhores e escravos, e entre eles uma massa de homens dependentes dos proprietários, incapazes de se associar livremente e criar o substrato social necessário para a vigência, mais tarde, da democracia.

Daí por que o modelo liberal -incluindo o voto direto- era estranho ao país e não deveria ser importado, dizia Vianna. Prado Jr. foi diretamente influenciado por esse modelo.

O capital ficava aqui

Caldeira compara trechos extensos das obras dos dois autores para mostrar os empréstimos interpretativos do historiador marxista -que, no entanto, centrou esforços na explicação das consequências econômicas do "latifúndio agrário-exportador".

Por ser montada sobre uma base material de grandes fazendas voltadas para o comércio externo, a América portuguesa -segundo o modelo de Prado Jr. e da explicação hegemônica sobre o país depois dele- era pobre, dependente, desprovida de lógicas política e ideológica próprias tanto quanto de dinamismo econômico interno.

Versão falhada, mero simulacro, da sociedade europeia e, mais tarde, da americana. Pesquisas recentes, citadas por Caldeira, demonstram que a explicação estava errada. O país não só dispunha de um dinâmico mercado interno já no século 18 como boa parte da riqueza que sua elite acumulava não era transferida para Portugal -ao contrário, era reinvestida na própria colônia.

Do ponto de vista social, a maior parte da população não era composta por senhores ou escravos, mas por homens livres, mestiços, que estavam longe de ser meros agregados dos poderosos.

Muitos eram lavradores ou comerciantes, e a forma mais comum de propriedade não era o latifúndio, mas o sítio, o pequeno pedaço de terra trabalhado pela família. Apenas um décimo da população livre era proprietária de escravos.

Forçando bastante a analogia com os tempos atuais, é como se as pesquisas das últimas décadas tivessem descoberto uma enorme "classe C" no passado colonial do país -além de uma pujante elite financeira.

São esses os "empreendedores" da obra de Caldeira: não só os traficantes de escravos e "banqueiros" que se encontravam no topo da pirâmide econômica mas também os pequenos comerciantes e lavradores, bandeirantes e proprietários de pequenas manufaturas.

O comércio era intenso, a colônia enriqueceu e, ao final do século 18, o Brasil já era indubitavelmente mais rico que sua metrópole, Portugal. O caminho para a acumulação não estava na produção em grande escala de mercadorias, como viria a acontecer em todo o mundo depois da Revolução Industrial. Na América portuguesa, exatamente como nos países europeus do Antigo Regime, eram os grandes comerciantes que enriqueciam.

Acumulavam recursos e emprestavam dinheiro aos proprietários. Mas também havia comércio e investimento em menor escala, espalhados de forma capilar pela colônia. Eram esses canais que permitiam a acumulação de recursos, o reinvestimento na produção e o enriquecimento material -para falar em termos atuais, o "crescimento do PIB".

Não se trata ainda de capitalismo. Não havia relações contratuais ou de troca monetária em larga escala, como hoje. Para investir, e enriquecer, os "empreendedores" dependiam de relações de confiança, da teia de vínculos sociais que criavam. Ao casar, criar laços de compadrio ou de dependência, a sociedade colonial se reproduzia segundo uma lógica que não era "utilitarista", que não visava simplesmente o lucro, mas que não excluía o ganho material.

Fiado e dote

Esse modelo misto já foi flagrado por outros historiadores, e Caldeira tenta uma sistematização para o caso brasileiro. O adiantamento de bens ou recursos, a instituição do "fiado", o empréstimo e o dote criavam canais que levavam ao enriquecimento do credor ao mesmo tempo em que se baseavam em relações pessoais.

Sem esse "capital", não se poderia explicar de onde o interior da colônia tirava recursos para se reproduzir materialmente, para ampliar seus negócios -da criação de gado ao plantio de alimentos para a venda no mercado interno.

Como se vê, há analogias óbvias, da "classe C" à expansão do crédito, entre essa interpretação renovada do Brasil Colônia e certa euforia econômica atualmente vivida pelo país. Mas seria um erro fazer de uma o reflexo da outra. As pesquisas que mudaram a compreensão sobre o passado do país tiveram seu grande impulso em um momento completamente diferente, entre o final dos anos 80 e início dos 90, quando o ambiente político e econômico no Brasil era outro.

Não será surpresa, no entanto, se a atual atenuação do secular complexo de vira-latas dos brasileiros contribuir para uma maior difusão desses trabalhos.


HISTÓRIA DO BRASIL COM EMPREENDEDORES

Autor: Jorge Caldeira
Editora: Mameluco (tel. 0/ xx/11/ 3123-0110)
Quanto: R$ 49 (336 págs.)


Fonte: GEHB
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Memória e Cinzas - Vozes do Silêncio


A  ASA - Associação Scholem Aleichem de Cultura e Recreação convida para o debate sobre o livro
Memória e Cinzas - Vozes do Silêncio, coletânea de ensaios sobre o Holocausto, organizada por Edelyn Schweidson, no dia 18 de abril, às 17 horas, na sala de vídeo.
                        
O encontro contará com a presença de três dos autores: o cientista político Sérgio Paulo Rouanet
e os psicanalistas Edelyn Schweidson e Eduardo Vidal.
A entrada é franca

A ASA está localizada na Rua São Clemente n. 155, Botafogo, Rio de Janeiro e possui estacionamento pago.
 
 
Fonte: GEHB
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