Sítios arqueológicos da Amazônia correm risco de desaparecer

sábado, 20 de setembro de 2008


Achei muito interessante a fala do colega historiador e reproduzo aqui para vocês.

Sítios arqueológicos da Amazônia correm risco de desaparecer
Um vasto conhecimento sobre os primeiros habitantes da região amazônica pode
se perder para sempre por conta da ação humana desordenada na região.
Sítios arqueológicos lá existentes correm o risco de serem destruídos por
causa de atividades agrícolas, especialmente aquelas que levam à mecanização
do solo, desmatamento, desenvolvimento de pecuária - que implica no pisoteio
do sítio arqueológico pelo gado e normalmente também expõe os sítios ao uso
do fogo na limpeza de pastagens- implantação de grandes obras de
infra-estrutura etc.

Para Marcos Vinicius Neves, historiador e arqueólogo, atualmente exercendo a
função de diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura Garibaldi
Brasil, existe uma ameaça ainda mais perigosa do que essas de caráter físico
que são as oriundas daquilo que chama de má interpretação dos sítios. "Uma
divulgação de caráter sensacionalista atrai um tipo de público que não está
interessado na conservação dos sítios, mas sim em sua exploração
indiscriminada e feita sem critérios científicos para tirar deles o máximo
de proveito e lucro. Com isso passam a ser atraídos para esses sítios
pessoas místicas e aventureiros de todas as naturezas, além do que a
sociedade local cria uma imagem distorcida de sua existência e importância,
prejudicando sensivelmente os processos de educação patrimonial", explica

Segundo especialistas, outro risco iminente aos sítios arqueológicos é a
construção/pavimentação da BR-317, que ligará o Acre ao Pacífico e passará
pela área de maior concentração de geoglifos do Estado, trazendo consigo
todos os problemas que as estradas causam na Amazônia: desmatamento,
ocupação desordenada, entre outros.

Histórico - Descobertos em 1977 pelo professor Ondemar Dias e uma equipe do
Instituto de Arqueologia Brasileira do Rio de Janeiro, os geoglifos acreanos
são valetas escavadas na terra que formam figuras geométricas, como círculos
e quadrados, de dimensões e diâmetros variados. Em algumas regiões essas
figuras são ligadas por estradas, caminhos que atingem até três quilômetros
de extensão. Alguns arqueólogos acham possível utilizar esse termo -
geoglifo - para designar esse tipo de sítio arqueológico, enquanto outros
acham inadequado. "Usando um ou outro nome, o mais importante é o sentido
com que usamos tais nomenclaturas", diz Neves.

Os sítios apresentam ocorrência ampla, numa área que se estende do norte da
Bolívia até o sul do Amazonas, passando pelos vales dos rios Acre, Purus e
Iquiri no Estado do Acre. No sentido leste-oeste eles vão de Sena Madureira
até Rondônia. Por conta dessa dimensão territorial, muitos estudos ainda
estão sendo feitos na área. Até agora já foram identificados ao menos cem
estruturas desse tipo.

Dentre as possíveis explicações até agora aventadas para a utilização feita
dos geoglifos pelos habitantes do passado, destacam-se três: a primeira diz
que as estruturas de terra foram feitas para defesa os povos que ali
habitavam; outra sustenta que os sítios tinham função econômica
(determinadas técnicas de plantio ou criação de animais); e a terceira alega
que tinham finalidade simbólica para os povos que as construíram. Segundo
Neves, seria prematuro afirmar categoricamente qualquer uma dessas
alternativas como verdadeira. O momento é para novos questionamentos, e nem
mesmo o uso combinado das possibilidades acima descritas está descartado.

Para o arqueólogo, "é importante entender que o sítio arqueológico por si só
ou o material que nele ocorre são inexpressivos até que se realizem
pesquisas que valorem essas ocorrências. Entretanto, cabe ressaltar que
todas as atividades desenvolvidas pelos homens, qualquer ação que remova
material, que perturbe o contexto original de deposição do material
arqueológico no solo e o desmatamento dessas áreas que expõe os sítios a
processos de erosão mais intensos trazem prejuízos, muitas vezes
irreparáveis à possibilidade de estudo e interpretação deles pela ciência".

Conhecimento perdido - Com a destruição dos geoglifos, a perda de
conhecimentos a respeito da floresta seria significativa. Um extenso leque
de saberes sobre o funcionamento e melhor aproveitamento dos recursos da
floresta pode se perder, sem a devida compreensão dos Longos processos de
ocupação e transformação do meio em sua relação com as sociedades.

"Muito do que se pretende fazer na Amazônia já foi feito algum dia pelas
sociedades que aqui viveram nos últimos milênios: manejo florestal como
instrumento de conservação ambiental não é nenhuma novidade (apesar das
aparências contrárias). Dito de outra forma, as sociedades indígenas têm
direito à sua própria história, que não começa há apenas quinhentos anos e
isso tem sido sistematicamente negado por nossa sociedade. Com essas
pesquisas poderemos, enfim, aprender a viver melhor junto à floresta (o que
não é possível sem ela como acreditam alguns desenvolvimentistas)" fala
Marcos Neves.

O que fazer? - Uma das alternativas para evitar essa destruição dos sítios
seria o incentivo ao turismo arqueológico não predatório. Entretanto, mais
do que isso, se faz necessário um trabalho junto às comunidades locais que
enfatize a importância dos geoglifos como fonte de autoconhecimento delas,
de resgate de suas raízes, ao invés de enxergar apenas as possibilidades de
negócio envolvidas.

Neves alerta que para se abrir um desses sítios à visitação pública de forma
segura e sem depredá-lo é preciso primeiro um alto investimento em pesquisa
e implantação de infra-estrutura para a visitação (sinalização, passarelas,
cercas, etc.), "além de ser um trabalho de médio e longo prazo (com
objetivos de curto prazo a emenda pode sair pior que o soneto)".

Existe ainda o programa de Educação Patrimonial, que está em sua fase inicial de implantação por meio de ações isoladas e considera a necessidade de atingir as comunidades do entorno desses sítios, visando a sensibilizá-la para a importância histórica dos vestígios. O governo do Estado sinalizou alguns sítios ao longo da BR-317 com informações de contextualização e da legislação vigente. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Acre (IPHAN-Acre) produziu uma pequena cartilha situando corretamente as informações disponíveis acerca desses sítios. Mas tudo em caráter experimental. "Será necessária uma ampla articulação institucional (para evitar sobreposições e lacunas), bem como uma ação de longo prazo para que esse processo de Educação Patrimonial dê frutos consistentes", diz Neves. (Fonte: Filippo Cecilio/ Amazônia.org)
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Sítios arqueológicos da Amazônia correm risco de desaparecer


Achei muito interessante a fala de nosso colega e a reproduzo aqui.

Sítios arqueológicos da Amazônia correm risco de desaparecer
Um vasto conhecimento sobre os primeiros habitantes da região amazônica pode
se perder para sempre por conta da ação humana desordenada na região.
Sítios arqueológicos lá existentes correm o risco de serem destruídos por
causa de atividades agrícolas, especialmente aquelas que levam à mecanização
do solo, desmatamento, desenvolvimento de pecuária - que implica no pisoteio
do sítio arqueológico pelo gado e normalmente também expõe os sítios ao uso
do fogo na limpeza de pastagens- implantação de grandes obras de
infra-estrutura etc.

Para Marcos Vinicius Neves, historiador e arqueólogo, atualmente exercendo a
função de diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura Garibaldi
Brasil, existe uma ameaça ainda mais perigosa do que essas de caráter físico
que são as oriundas daquilo que chama de má interpretação dos sítios. "Uma
divulgação de caráter sensacionalista atrai um tipo de público que não está
interessado na conservação dos sítios, mas sim em sua exploração
indiscriminada e feita sem critérios científicos para tirar deles o máximo
de proveito e lucro. Com isso passam a ser atraídos para esses sítios
pessoas místicas e aventureiros de todas as naturezas, além do que a
sociedade local cria uma imagem distorcida de sua existência e importância,
prejudicando sensivelmente os processos de educação patrimonial", explica

Segundo especialistas, outro risco iminente aos sítios arqueológicos é a
construção/pavimentação da BR-317, que ligará o Acre ao Pacífico e passará
pela área de maior concentração de geoglifos do Estado, trazendo consigo
todos os problemas que as estradas causam na Amazônia: desmatamento,
ocupação desordenada, entre outros.

Histórico - Descobertos em 1977 pelo professor Ondemar Dias e uma equipe do
Instituto de Arqueologia Brasileira do Rio de Janeiro, os geoglifos acreanos
são valetas escavadas na terra que formam figuras geométricas, como círculos
e quadrados, de dimensões e diâmetros variados. Em algumas regiões essas
figuras são ligadas por estradas, caminhos que atingem até três quilômetros
de extensão. Alguns arqueólogos acham possível utilizar esse termo -
geoglifo - para designar esse tipo de sítio arqueológico, enquanto outros
acham inadequado. "Usando um ou outro nome, o mais importante é o sentido
com que usamos tais nomenclaturas", diz Neves.

Os sítios apresentam ocorrência ampla, numa área que se estende do norte da
Bolívia até o sul do Amazonas, passando pelos vales dos rios Acre, Purus e
Iquiri no Estado do Acre. No sentido leste-oeste eles vão de Sena Madureira
até Rondônia. Por conta dessa dimensão territorial, muitos estudos ainda
estão sendo feitos na área. Até agora já foram identificados ao menos cem
estruturas desse tipo.

Dentre as possíveis explicações até agora aventadas para a utilização feita
dos geoglifos pelos habitantes do passado, destacam-se três: a primeira diz
que as estruturas de terra foram feitas para defesa os povos que ali
habitavam; outra sustenta que os sítios tinham função econômica
(determinadas técnicas de plantio ou criação de animais); e a terceira alega
que tinham finalidade simbólica para os povos que as construíram. Segundo
Neves, seria prematuro afirmar categoricamente qualquer uma dessas
alternativas como verdadeira. O momento é para novos questionamentos, e nem
mesmo o uso combinado das possibilidades acima descritas está descartado.

Para o arqueólogo, "é importante entender que o sítio arqueológico por si só
ou o material que nele ocorre são inexpressivos até que se realizem
pesquisas que valorem essas ocorrências. Entretanto, cabe ressaltar que
todas as atividades desenvolvidas pelos homens, qualquer ação que remova
material, que perturbe o contexto original de deposição do material
arqueológico no solo e o desmatamento dessas áreas que expõe os sítios a
processos de erosão mais intensos trazem prejuízos, muitas vezes
irreparáveis à possibilidade de estudo e interpretação deles pela ciência".

Conhecimento perdido - Com a destruição dos geoglifos, a perda de
conhecimentos a respeito da floresta seria significativa. Um extenso leque
de saberes sobre o funcionamento e melhor aproveitamento dos recursos da
floresta pode se perder, sem a devida compreensão dos Longos processos de
ocupação e transformação do meio em sua relação com as sociedades.

"Muito do que se pretende fazer na Amazônia já foi feito algum dia pelas
sociedades que aqui viveram nos últimos milênios: manejo florestal como
instrumento de conservação ambiental não é nenhuma novidade (apesar das
aparências contrárias). Dito de outra forma, as sociedades indígenas têm
direito à sua própria história, que não começa há apenas quinhentos anos e
isso tem sido sistematicamente negado por nossa sociedade. Com essas
pesquisas poderemos, enfim, aprender a viver melhor junto à floresta (o que
não é possível sem ela como acreditam alguns desenvolvimentistas)" fala
Marcos Neves.

O que fazer? - Uma das alternativas para evitar essa destruição dos sítios
seria o incentivo ao turismo arqueológico não predatório. Entretanto, mais
do que isso, se faz necessário um trabalho junto às comunidades locais que
enfatize a importância dos geoglifos como fonte de autoconhecimento delas,
de resgate de suas raízes, ao invés de enxergar apenas as possibilidades de
negócio envolvidas.

Neves alerta que para se abrir um desses sítios à visitação pública de forma
segura e sem depredá-lo é preciso primeiro um alto investimento em pesquisa
e implantação de infra-estrutura para a visitação (sinalização, passarelas,
cercas, etc.), "além de ser um trabalho de médio e longo prazo (com
objetivos de curto prazo a emenda pode sair pior que o soneto)".

Existe ainda o programa de Educação Patrimonial, que está em sua fase inicial de implantação por meio de ações isoladas e considera a necessidade de atingir as comunidades do entorno desses sítios, visando a sensibilizá-la para a importância histórica dos vestígios. O governo do Estado sinalizou alguns sítios ao longo da BR-317 com informações de contextualização e da legislação vigente. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Acre (IPHAN-Acre) produziu uma pequena cartilha situando corretamente as informações disponíveis acerca desses sítios. Mas tudo em caráter experimental. "Será necessária uma ampla articulação institucional (para evitar sobreposições e lacunas), bem como uma ação de longo prazo para que esse processo de Educação Patrimonial dê frutos consistentes", diz Neves. (Fonte: Filippo Cecilio/ Amazônia.org)

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Capitalismo


Capitalismo, sistema econômico, político e social no qual os agentes econômicos (empresários), proprietários dos meios de produção permitem que esta produção seja comercializada num mercado, onde as transações são de natureza monetária.

Comumente definido como um sistema de organização de sociedade baseado na propriedade privada dos meios de produção e propriedade intelectual, e na liberdade de contrato sobre estes bens (livre-mercado). "Capitalismo" é o nome que se dá às atitudes econômicas decorrentes naturalmente numa sociedade que respeita a propriedade privada e a liberdade de contrato. As pessoas quando sujeitas a estas condições, com o intuito de satisfazer seus desejos e/ou necessidades, tendem espontaneamente a dirigir seus esforços no sentido de acumular capital, o qual é então usado como moeda de troca a fim de adquirir os serviços e produtos desejados. Como se percebe, o nome veio a calhar, pois informa diretamente uma das principais características imanentes, que é o acúmulo de capital (embora nenhum indivíduo seja obrigado legalmente a acumulá-lo). O capital, por sua vez, pode ser adquirido e/ou expandido basicamente pelo trabalho produtivo e o comércio, mas como o primeiro também pode se enquadrar na classificação de comércio, a rigor e em última instância, o acúmulo se dá pelo comércio voluntário. O Capitalismo, segundo seus defensores, é o meio mais eficiente e eficaz de prosperidade, desenvolvimento e eliminação de pobreza nas sociedades, devido ao seguinte argumento central: cada indivíduo, por depender basicamente do seu próprio esforço, por ter direito a acumular e desfrutar dos produtos gerados por este esforço, por ter de assumir e colocar em risco seu próprio patrimônio é altamente motivado a utilizar seus recursos (materiais e intelectuais) da melhor forma (mais eficiente) possível, e a melhor possível é a que gera maior riqueza para a sociedade, já que os indivíduos dependem de transações voluntárias.

Fonte: Wikipédia
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Mercantilismo


Quero que fique bem claro a diferença entre o Mercantilismo e o Capitalismo, por isso vou colocar aqui para vocês as "definições" dos dois segundo a Wikipédia.

Mercantilismo é o nome dado a um conjunto de práticas econômicas desenvolvido na Europa na Idade Moderna, entre o século XV e os finais do século XVIII. O mercantilismo originou um conjunto de medidas econômicas diversas de acordo com os estados. É possível distinguir três modelos principais: bulionismo ou metalismo, colbertismo ou balança comercial favorável e mercantilismo comercial e marítimo.

Segundo Hunt, o mercantilismo originou-se no período em que a Europa estava passando por uma aguda escassez de ouro e prata em barra, não tendo, portanto, dinheiro suficiente para atender ao volume crescente do comércio.[1]

O termo Mercantilismo, foi criado pelo economista Adam Smith em 1776, a partir da palavra latina mercari, que significa "gerir um comércio", de mercadorias ou produtos. De início foi usado só por críticos como o próprio Smith.

As políticas mercantilistas partilhavam da crença de que a riqueza de uma nação residia na acumulação de metais preciosos (ouro e prata), advogando que estes se atrairiam através do incremento das exportações e da restrição das importações (procura de uma balança comercial favorável). Essa crença é conhecida como bulionismo ou metalismo.

O estado desempenha um papel intervencionista na economia, implantando novas indústrias protegidas pelo aumento dos direitos alfandegários sobre as importações, (protecionismo), controlando os consumos internos de determinados produtos, melhorando as infra-estruturas e promovendo a colonização de novos territórios (monopólio), entendidos como forma de garantir o acesso a matérias-primas e o escoamento de produtos manufaturados. A forte regulamentação da economia pelo mercantilismo será contestada na segunda metade do século XVIII por François Quesnay e pelo movimento dos fisiocratas.
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Condorcet: Um Mestre Revolucionário


“Sob a mais livre das constituições, um povo ignorante é sempre escravo”, escreveu o inspirado francês Marie-Jean-Antoine-Nicolas Caritas Condorcet.

Literato, filósofo, economista, matemático e político, ele sucumbiu numa prisão parisiense no ano de 1794 nas mãos dos terríveis jacobinos liderados por Robespierre, depois de ter colaborado ativamente naquele movimento revolucionário que pretendia acabar com os desmandos de uma monarquia abusiva, mas acabou tornando-se o primeiro grande movimento terrorista de que se tem noticia.

“A arma da Revolução é o terror”, afirmava Robespierre transformado em personagem na “Morte de Danton” do escritor George Buchner. Possivelmente ele tenha sido o pai de todos os terroristas e a Revolução Francesa o berço dos indignados que imaginam que o terror e a violência possam resolver as desavenças que a inteligência e a sensibilidade humanas não souberam conciliar; e o inspirado Marquês de Condorcet uma das mais ilustres vitimas do terror naquele tempo.

Condorcet concebia a possibilidade do aperfeiçoamento humano e foi contagiado pelo otimismo e pela indignação de Voltaire contra os impostores e ditadores, e de quem foi editor. Em “Esboço de Um Quadro Histórico dos Progressos do Espírito Humano”, sua visão otimista fica muito evidente, contrapondo-se ao pessimismo de alguns pensadores da época.

Foi vítima do Terror por contrapor-se à hegemonia ditatorial dos jacobinos - impostores de estreitas luzes que até hoje têm assento em muitas instituições - que não admitiam oposição de nenhuma espécie e se refestelavam no poder indefinidamente. Considerava que o desenvolvimento humano não poderia coexistir com os preconceitos e as crenças, pois estaria alicerçado na liberdade de pensar; que o progresso coletivo dependia do progresso dos indivíduos, material e espiritualmente falando.

Condorcet idealizou a escola pública na França que foi modelo para todo o mundo; defendeu as liberdades da mulher, as aposentadorias e pensões, o combate às guerras, o controle inteligente da natalidade.

Com tantas idéias, tanta vontade de viver, tanto otimismo, morreu solitário nos porões do terror sufocado pelo ódio dos poderosos para os quais tudo se resume no poder, na riqueza e no jogo de seus mesquinhos interesses.

O que os impostores e os ditadores não compreendem é que os pensamentos criados pelos Condorcet sobreviverão e chegarão à mente de muitas pessoas no futuro, transportando os ideais de progresso e aperfeiçoamento humanos através do fomento ao estudo, à educação, e que nenhuma violência conseguirá calá-los.

Os homens e os povos do futuro poderão, então, liberar-se das amarras seculares que engendram os ódios, os rancores e as guerras.

A humanidade deve muito ao Marquês de Condorcet e haverá de honrar a sua memória comungando com os nobres ideais que inspiraram a sua vida.



Informaçoes sobre o autor

Nagib Anderáos Neto

www.nagibanderaos.com.br

Fonte: Artigos do Brasil
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Condorcet: Um Mestre Revolucionário


“Sob a mais livre das constituições, um povo ignorante é sempre escravo”, escreveu o inspirado francês Marie-Jean-Antoine-Nicolas Caritas Condorcet.

Literato, filósofo, economista, matemático e político, ele sucumbiu numa prisão parisiense no ano de 1794 nas mãos dos terríveis jacobinos liderados por Robespierre, depois de ter colaborado ativamente naquele movimento revolucionário que pretendia acabar com os desmandos de uma monarquia abusiva, mas acabou tornando-se o primeiro grande movimento terrorista de que se tem noticia.

“A arma da Revolução é o terror”, afirmava Robespierre transformado em personagem na “Morte de Danton” do escritor George Buchner. Possivelmente ele tenha sido o pai de todos os terroristas e a Revolução Francesa o berço dos indignados que imaginam que o terror e a violência possam resolver as desavenças que a inteligência e a sensibilidade humanas não souberam conciliar; e o inspirado Marquês de Condorcet uma das mais ilustres vitimas do terror naquele tempo.

Condorcet concebia a possibilidade do aperfeiçoamento humano e foi contagiado pelo otimismo e pela indignação de Voltaire contra os impostores e ditadores, e de quem foi editor. Em “Esboço de Um Quadro Histórico dos Progressos do Espírito Humano”, sua visão otimista fica muito evidente, contrapondo-se ao pessimismo de alguns pensadores da época.

Foi vítima do Terror por contrapor-se à hegemonia ditatorial dos jacobinos - impostores de estreitas luzes que até hoje têm assento em muitas instituições - que não admitiam oposição de nenhuma espécie e se refestelavam no poder indefinidamente. Considerava que o desenvolvimento humano não poderia coexistir com os preconceitos e as crenças, pois estaria alicerçado na liberdade de pensar; que o progresso coletivo dependia do progresso dos indivíduos, material e espiritualmente falando.

Condorcet idealizou a escola pública na França que foi modelo para todo o mundo; defendeu as liberdades da mulher, as aposentadorias e pensões, o combate às guerras, o controle inteligente da natalidade.

Com tantas idéias, tanta vontade de viver, tanto otimismo, morreu solitário nos porões do terror sufocado pelo ódio dos poderosos para os quais tudo se resume no poder, na riqueza e no jogo de seus mesquinhos interesses.

O que os impostores e os ditadores não compreendem é que os pensamentos criados pelos Condorcet sobreviverão e chegarão à mente de muitas pessoas no futuro, transportando os ideais de progresso e aperfeiçoamento humanos através do fomento ao estudo, à educação, e que nenhuma violência conseguirá calá-los.

Os homens e os povos do futuro poderão, então, liberar-se das amarras seculares que engendram os ódios, os rancores e as guerras.

A humanidade deve muito ao Marquês de Condorcet e haverá de honrar a sua memória comungando com os nobres ideais que inspiraram a sua vida.



Informaçoes sobre o autor

Nagib Anderáos Neto

www.nagibanderaos.com.br

Fonte: Artigos do Brasil

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CONDORCET


CONDORCET: a ideia de progresso e a existência de leis no âmago do processo histórico
Membro da Academia das Ciências, interveniente na Revolução Francesa, presidente da Assembleia Legislativa, para a qual foi eleito em 1791 e posteriormente membro de uma subcomissão de Salvação Pública, Condorcet (1743-1794) foi uma importante figura do seu tempo.
Após ter-se visto forçado a entrar na clandestinidade por discordar da Constituição de carácter jacobino aprovada pela Convenção, Condorcet inicia a sua obra Esboço para um Quadro Histórico do Progresso do Espírito Humano, onde faz referências claras relativamente à concepção que tem da evolução do processo histórico, assim como de leis a este inerente.
O excerto da obra referida que agora apresentamos pretende, pois, deixar salientada esta ideia, reforçando o que já dissemos em post anterior sobre a existência de leis em História, assim como a sua variedade, de acordo com os sistemas filosóficos ou teorias construídos:

"Se o homem pode predizer, com segurança quase completa, os fenómemos cujas leis conhece; se mesmo quando elas lhe são desconhecidas pode, segundo a experiência do passado, prever, com grande probabilidade, os acontecimentos do futuro; por que razão se havia de considerar como empresa quimérica a de traçar, com alguma verosimilhança, o quadro dos futuros destinos da espécie humana, segundo os resultados da sua história? O único fundamento da crença nas ciências naturais é a ideia de que as leis gerais, conhecidas ou ignoradas, que regem os fenómenos do universo, são necessárias e constantes; e por que razão este princípio havia de ser menos verdadeiro para o desenvolvimento das faculdades intelectuais e morais do homem do que para outras operações da natureza? Enfim, visto que as opiniões formadas de acordo com a experiência do passado, sobre os objectos da mesma ordem, são a única regra na conduta dos homens mais sábios, por que razão se havia de proibir o filósofo de apoiar as suas conjecturas sobre esta mesma base, desde que ele não lhe atribua uma certeza superior à que pode nascer do número, da constância e da exactidão das observações?"

Intrinsecamente ligada a esta ideia temos aquela que salienta que o processo histórico traduz o progresso da Humanidade, progresso este verificado ao nível das mais variadas vertentes e ao nível das diferentes dimensões do Homem. Imbuído de uma visão claramente europocentrista/ocidental, Condorcet apresenta da seguinte forma o seu pensamento a este respeito:

"As nossas esperanças quanto à condição futura da espécie humana podem reduzir-se a estes três pontos importantes: a destruição da desigualdade entre as nações, os progressos da igualdade num mesmo povo, e, finalmente, o aperfeiçoamento real do homem. Irão todas as nações aproximar-se um dia do estado de civilização a que chegaram os povos mais esclarecidos, mais livres, menos presos a preconceitos, tal como os franceses e os anglo-americanos? Irá desaparecer, pouco a pouco, a distância imensa que separa estes povos da servidão das nações submetidas aos reis, da barbárie das tribos africanas, da ignorância dos selvagens? Haverá sobre o globo regiões cuja natureza tenha condenado os habitantes a jamais gozarem de liberdade, a jamais exercerem a sua razão? (...)
Por último, deverá a espécie humana melhorar, quer por novas descobertas nas ciências e nas artes e, como consequência necessária, nos meios de bem-estar individual e de prosperidade comum; quer por progressos nos princípios de conduta e de moral prática; quer, enfim, pelo aperfeiçoamento real das faculdades intelectuais morais e físicas que pode ser igualmente o resultado, ou do aperfeiçoamento dos instrumentos que aumentam a intensidade e dirigem o emprego destas faculdades ou mesmo da organização natural do homem?
Respondendo (...) encontraremos, na experiência do passado, na observação dos progressos que as ciências e a civilização fizeram até aqui, na análise da marcha do espírito humano e do desenvolvimento das suas faculdades, os motivos mais fortes para acreditar que a natureza não pôs nenhum limite às nossas esperanças".

(Excertos retirados de: GARDINER, Patrick- Teorias da História. 4ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, p. 69-70. Sublinhado nosso).


Para os colegas que estão me pedindo para falar sobre Condorcet.

Fonte: História e Ciência
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IX ECEL


Caro(a) colega,

Gostaríamos de informar que a programação completa do IX ECEL assim como os resumos das apresentações já estão disponíveis em nossa página na Internet (www.letras.ufrj.br/ecel).
Esperamos poder contar com o seu auxílio da divulgação desta informação.

Cordialmente,
Comissão Organizadora do IX ECEL

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UFF-História: Edital para seleção de Mestrado e Doutorado 2009


Já está disponível o Edital para a seleção 2009

http://www.historia.uff.br/posgrad/selecao.php
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Blog interessante


Blog sobre Museus e Patrimônio

http://marcosdotempo.blogspot.com/
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UCP - Pós-Graduação: Africa Brasil: Laços & Diferenças


Universidade Católica de Petrópolis
Petrópolis-RJ

Pós-Graduação em Africa Brasil: Laços & Diferenças

Inscrições no site: http://www.atlanticaedu.com.br/#

Africa Brasil: Laços & Diferenças
Área: História, Literatura & Cultura Afro-BrasileiraCurso: Africa Brasil: Laços & Diferenças
Coordenador: Maria Teresa Salgado
clique aqui para ver o perfil do coordenador

Objetivos:Discutir aspectos da história e da cultura do continente africano, considerados fundamentais para uma compreensão da formação da cultura brasileira. Pesquisar a contribuição do negro na cultura brasileira à luz das trocas interculturais que estabeleceram com o continente africano ao longo do período colonial e também posteriormente. Investigar sobre a pluralidade histórica e cultural de variados povos africanos e as formas como contribuíram para a constituição da sociedade brasileira. Analisar produções literárias e artísticas em geral dos paises africanos de língua oficial portuguesa, bem como a produção artística e literária afro-brasileira, destacando o papel de afirmação e emancipação que se desenvolveu no seio dessas produções. Capacitar os alunos metodologicamente, ensinando-lhes técnicas de fichamento, resenhas, relatórios e monografias.Atender, do modo mais amplo e aberto possível, à demanda da Lei nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003, que determina " o estudo da história da Africa, dos africanos, da luta dos negros no Brasil, da cultura negra e do negro na formação da sociedade nacional" como conteúdos fundamentais nas disciplinas de educação artística, história e literatura. ministradas no curriculo oficial das redes pública e particular de ensino.

PROGRAMA

África em perspectiva no cinema
Introdução à História da África
Mitologias africanas
Arte Africana e Afro-Brasileira
Organização Social Africana
Metodologia da Pesquisa Científica
O Negro no Brasil: panorama histórico
Cultura/Literatura afro-brasileira
Religiões Africanas na diáspora
Cultura e Literatura angolana
Cultura e Literatura moçambicana
Cabo Verde: Cultura e Literatura
Panorama histórico: Angola, Moçambique, Cabo Verde.
Relações raciais e literatura infanto-juvenil
Estratégias para uma discussão da Lei 10.639

Corpo docente convidado

Ana Lúcia Mayor - UFRJ
Carmen Tindó R. Secco - UFRJ
Conceição Evaristo - Escritora
Edna Maria dos Santos - UERJ
Heloisa Toller - UERJ
Luena Nunes Pereira - UNICAMP

Luis Antonio Simas
Lia Faria - UERJ
Marilene Rosa Nogueira da Silva -UERJ
Maria Nazareth Fonseca - PUC Minas
José Flávio Pessoa de Barros - UERJ
José Maria Nunes Pereira - Universidade Candido Mendes
Laura Padilha - UFF
Simone Caputo Gomes - USP
Sílvio Renato Jorge - UFF

Público alvo:
Professores de literatura, História, Comunicação, Educação Artística e profissionais de área afins, bem como todos que possuem interesse pelos temas a serem abordados.
Duração:
15 meses
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Evento UFRJ - Tutankhamon


A Prof. Marisa Castello Branco falará sobre Tutankhamon, dia 23 de
setembro, em homenagem ao Egito promovida pelo Fórum de
Ciência e Cultura da UFRJ, como parte do projeto Oriente Ocidente.



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Biblioteca Digital REDARTE


Em nome da REDARTE, gostaria de contar com sua colaboração para
divulgação do lançamento da Biblioteca Digital REDARTE.
Ressalto que a biblioteca do Museu Histórico Nacional faz parte deste
projeto.


Clique no link abaixo o convite virtual:
http://www.blackbox2go.com/Clientes/DocPro/EvREDARTE/ConviteEvento.html

Grata,

Atenciosamente,
Mary Komatsu Shinkado
Biblioteca/Mediateca "Araújo Porto Alegre"
Museu Nacional de Belas Artes
Av. Rio Branco, 199/ 2 andar
20040-008 - Rio de Janeiro - RJ
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