Formação do Bexiga foi semelhante a outros bairros de SP

quinta-feira, 24 de março de 2011


 
 

Formação do Bexiga foi semelhante a outros bairros de SP
 
 
Vale do Saracura em foto que deve ter sido feita entre 1910 e 1920

Atualmente, uma das principais características do bairro do Bexiga, em São Paulo, são os cortiços. Segundo a historiadora Sheila Schneck, as construções erguidas principalmente após 1894 tiveram de respeitar o Código Sanitário da época. "Preocupada, entre outras questões, com a saúde pública, a administração da cidade estabeleceu, naquele documento, que as casas deveriam ser amplas, iluminadas e arejadas. Os terrenos tinham, em média, cinco metros de frente, por 30 metros ou mais de fundo", descreve. Tal característica, em parte, pode ter sido um dos fatores que favoreceu as atuais habitações coletivas no bairro. Sheila é autora de uma pesquisa apresentada na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) que analisa a formação do bairro.

No estudo de mestrado Formação do bairro do Bexiga em São Paulo: loteadores, proprietários, construtores, tipologias edilícias e usuários (1881-1913), a historiadora analisou, do ponto de vista urbanístico, como se deu a ocupação do bairro. "Até aproximadamente 1870, a urbanização da cidade esteve ligada aos acontecimentos da época. Foi quando a cidade começou seu crescimento, principalmente com a economia do café e a implantação da estrada de ferro", conta. "A cidade se transformava em polo político e econômico, e a urbanização, assim como as construções seguiam um ideário europeu modernizante." Com a entrada de imigrantes e o aumento da população, Sheila relata que houve a necessidade de expansão da cidade e a consequente criação de mais moradias.

Assim como os bairros do Bom Retiro e da Lapa, por exemplo, o Bexiga surgiu para abrigar os novos moradores paulistanos, imigrantes. A maioria deles, segundo a pesquisadora, buscando moradias mais baratas.

Chácara
O Bexiga surgiu a partir do loteamento de uma chácara que se chamava "chácara do Bexiga". "As terras estavam localizadas numa área próxima ao centro, entre o que é hoje a Consolação, Liberdade e avenida Paulista. O proprietário era Antonio José Leite Braga", descreve Sheila. Ela conta que por volta de 1884, a viúva do então dono da chácara veio a se casar com o engenheiro Fernando de Albuquerque, que se mostrou "um grande especulador imobiliário, responsável pelo loteamento das terras".

Saracura: local ainda mantinha aspectos rurais na década de 1920

Sheila ressalta que o acesso ao Bexiga na época era dificultado pela existência de alguns cursos d'água. O córrego da Saracura — que tinha seu curso no que é hoje a avenida 9 de julho — afluente do córrego do Anhangabaú. "Havia ainda um segundo córrego, o Itororó, aproximadamente no trajeto em que está hoje a avenida 23 de maio, além do Bexiga, localizado entre os dois primeiros. Esses pequenos cursos d´água, aliados ao relevo acidentado, dificultavam o acesso ao bairro o que tornava os terrenos baratos", diz Sheila.

Formação e construções
Sheila utilizou como fonte de sua pesquisa documentos do Arquivo Histórico Municipal e de jornais, datados de 1881 a 1914. Entre eles a Província de São Paulo, que mais tarde tornou-se O Estado de S.Paulo. Nesses levantamentos, ela constatou que os lotes foram vendidos a pequenos empreendedores. "Eram pequenos comerciantes, em sua maioria italianos, mas também brasileiros e portugueses que construíram no bairro, principalmente para locação". Foi quando começaram a surgir as quitandas e os armazéns de secos e molhados.

Projetos arquitetônicos das ruas Manoel Dutra e Santo Amaro

As características arquitetônicas do Bexiga, que é tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP), estão ligadas principalmente ao Código Sanitário, de 1894, instituído pela municipalidade. Este código determinou as características básicas das construções que até hoje podem ser vistas no Bexiga", diz Sheila. "Além do pé direito alto, as casas deviam ser amplas, iluminadas, arejadas. Em suas frentes, a maioria tinha duas janelas e uma entrada lateral. Eram compostas de sala, quarto(s), sala de jantar e cozinha", descreve. Os banheiros, de uma maneira geral eram fora das residências, nos fundos do terreno. Sheila teve a orientação da professora Beatriz Picolotto Siqueira Bueno, do Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto da FAU.

Imagens cedidas pela pesquisadora

Mais informações: (11) 3822-3773, com Sheila Schneck, ou pelo email shschneck@gmail.com

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I JORNADA DE HISTÓRIA MILITAR


   

PROGRAMAÇÃO I JORNADA DE HISTÓRIA MILITAR

DO CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS DE HISTÓRIA MILITAR DO EXÉRCITO

"Os 200 Anos da Criação do Ensino Militar suas repercussões na evolução Política, Social e Econômica do Brasil"


Data: 12 de abril de 2011 (Terça-feira) – Local: Museu Histórico Nacional

Inscrições: WWW.dphcex.ensino.eb.br e no local. Entra Franca com Diploma de Particpação

 

HORÁRIO

ATIVIDADES

PALESTRANTES / RESPONSÁVEIS

09:00 às 09:25

ABERTURA

Gen Bergo

Cel Rosty

09:30 às 10:15

- Casa do Trem: berço do Ensino Militar e da Engenharia Brasileira

Prof Heloi José Fernandes Moreira (UFRJ)

10:15 às 10:30

INTERVALO

Cel Rosty

10:30 às 11:15

- 200 Anos de Ensino: relacionamento entre civis e militares

Prof. José Amaral Argolo (ESG)

11:15 às 12:00

DEBATES


Cel Rosty

12:00 às 14:00

INTERVALO PARA O ALMOÇO

14:00 às 14:45

- Conjuntura Atual: consequências do Ensino Militar.

Prof. Francisco Carlos Teixeira da Silva (UFRJ)

14:45 às 15:00

INTERVALO

Cel Rosty

15:00 às 15:45

- 200 anos do Ensino Militar: AMAN

Cel Carlos Roberto Peres (AMAN)

15:45 às 16:00

INTERVALO

Cel Rosty

16:00 às 16:45

- Particularidades, atualidades e futuro do Ensino Militar do Exército

Gen Marco Aurélio Costa Vieira (DFA)

16:45 às 17:30

DEBATES

Cel Rosty


17:30 às 18:00

- ENCERRAMENTO

Inauguração de placa Alusiva aos 200 Anos do Ensino Militar


Anexo(s) de GRUPO DE ESTUDOS DA HISTORIA DO BRASIL

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Concurso Público UDESC: História do Brasil; Prática de Ensino em História; Teoria e Metodologia da História.


Divulgação de concurso público:
 

A Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) divulgou nesta quinta-feira (17) o edital de Concurso Público Nº01/2011 destinado ao provimento de cargo efetivo da categoria de Professor de Ensino Superior do quadro de pessoal permanente da universidade.
No total estão sendo oferecidas 108 vagas distribuídas em dez centros da Udesc. Para o Centro de Ciências Humanas e da Educação (Faed), em Florianópolis, são ofertadas cinco vagas para as seguintes áreas de conhecimento: Geografia Física/Climatologia Geográfica; Geologia; História do Brasil; Prática de Ensino em História; Teoria e Metodologia da História.
As inscrições estarão abertas de 17 de março até 16 de maio de 2011, e devem ser realizadas exclusivamente no centro que oferta a vaga para qual o candidato concorrerá. Na Faed as inscrições devem ser feitas das 14h às 18h, no Setor dos Departamentos, Sala 76 – 3º andar (Avenida Madre Benvenuta, 2007, Bairro Itacorubi, Florianópolis-SC).
 
 
 
Att.
Misael Costa Corrêa
Mestrando PPGH/UDESC

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