VII SEMANA DE ESTUDOS  MEDIEVAIS
Por uma longa duração: perspectivas dos estudos  medievais no Brasil
No próximo mês de novembro, entre os dias 03 e 06, o  Programa de Estudos
Medievais (PEM) da Universidade de Brasília (UnB)  organizará a sétima edição
da Semana de Estudos Medievais, que terá como tema  central a *longa duração*
.
O principal objetivo é promover o encontro  de estudiosos, pesquisadores e
pós-graduandos para debater a construção do  conceito *longa
duração*vinculado à Idade Média. Apesar da historiografia  apresentar
inúmeros
exemplos de interpretações que se valeram dessa  perspectiva temporal, o fato
é que normalmente se restringem a recortes  cronológicos que respeitam os
limites 'oficiais' do Medievo (séc. V-XV).  Entretanto, há bastante tempo
alguns historiadores propuseram uma nova  abordagem da alta Idade Média, que
prefere entender esse período dentro das  lógicas do Império Romano, ou seja,
uma *antiguidade tardia*. Seguindo essa  mesma tendência, compreendeu-se que
era profícuo esticar o olhar da plena e  da baixa Idade Média até o final do
Antigo Regime, batizado por Jacques Le  Goff de *longa Idade Média*.
Em ambos os casos, trata-se de um  deslocamento cronológico importante de
grande impacto sobre a divisão do  tempo histórico no Ocidente e que se
enfrenta à tradição historiográfica. Por  outro lado, uma transformação com
grandes implicações conceituais, aspecto  muito pouco discutido.
O debate é especialmente importante para o estudo  da América colonial, como
já o demonstraram François-Xavier Guerra, com  relação às colônias
hispânicas, e António Manuel Hespanha, no que diz  respeito ao Império
Português. Constata-se, porém, que essa é uma preocupação  que afeta mais a
modernistas do que a medievalistas. Só recentemente, Jérôme  Baschet trouxe o
debate para o medievalismo, ao propor e desenvolver o  conceito "civilização
feudal" que se estende até a América. É claro que,  antes, outros
historiadores, como Luís Weckmann, tinham compreendido a  importância de se
explicar a história colonial americana na perspectiva  medieval, embora
recorressem a chaves interpretativas diferentes.
No  que concerne ao medievalismo, há muitas reflexões a fazer, começando  pela
própria pertinência da mudança, passando pela duração dessa  nova
temporalidade,  pela discussão dos conteúdos que sustentam cada  conceito,
pela avaliação sobre que aspectos das sociedades antiga, medieval e  moderna
permitem compreender melhor as continuidades, pelo problema das  rupturas
que, muitas vezes, são apenas aparência (atualização do antigo) até  a
crítica cuidadosa do discurso historiográfico dos séculos XVIII e  XIX,
fundador de uma tradição persistente de compreensão do poder político e  das
manifestações artísticas.
Para maiores esclarecimentos acesse  nosso site:
http://www.semanadeestudosmedievais.rg3.net/
Marcelo Tadeu dos Santos
Mestrando em História pelo  PPGHIS/UnB
(61)91947806
(61)33393332
Brasília/DF
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VII SEMANA DE ESTUDOS MEDIEVAIS - PEM/UnB
terça-feira, 6 de outubro de 2009
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