Lançamento eletrônico: AS ÓRBITAS DO SÍTIO

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010


APRESENTAÇÃO

Três décadas depois de sua constituição, um balanço
inicial revela que o acervo de documentos relativos à
história do indigenismo brasileiro no século XX depositado
no Museu do Índio contribuiu para a elaboração de centenas
de artigos, dissertações e teses sobre a cultura indígena e
a política indigenista, envolvendo atividades do Serviço de
Proteção aos Índios (SPI), do Conselho Nacional de
Proteção aos Índios (CNPI), da Comissão Rondon e da
Fundação Brasil Central (FBC).

O antropólogo Antonio Carlos de Souza Lima foi um dos primeiros
cientistas sociais a fazer observações sobre a organização
desse acervo: constatou então a marginalização de boa
parte da documentação administrativa do SPI, o que produziu
lacunas até hoje existentes na história dessa instituição.
Isso, contudo, não impediu que Souza Lima elaborasse uma obra
seminal, em que analisa a intervenção do Estado brasileiro
em face dos povos indígenas desde os primórdios da
conquista do Brasil. A noção de "poder tutelar",
construída nessa pesquisa para a elaboração de sua tese de
doutorado, tem sido profícua, sendo empregada em inúmeros
trabalhos sobre as mais diversas realidades sociais.

Para desenvolver a pesquisa da tese, Souza Lima contou com a
colaboração em campo de jovens e talentosos historiadores e
cientistas sociais, que coletaram documentos, produzindo uma
das maiores sistematizações de informações já vistas em
trabalhos antropológicos. Coordenando essa equipe de
estagiários do Programa de Estudos de Terras Indígenas
(PETI), coube a Souza Lima lapidar o material de campo,
transformando-o numa tese inovadora sobre o indigenismo brasileiro,
que supera as obras propagandísticas então predominantes
nessa área.

Os dados que Souza Lima apresenta aqui constituem, originalmente, a
maior parte do segundo volume de sua tese e são uma amostra
do potencial do acervo depositado no Museu do Índio:
listagens inéditas de diretores, inspetores e outros
servidores indigenistas, organogramas históricos das
organizações, tabelas de orçamentos, mapas raros,
legislações regimentais e sínteses de informações
regionais sobre a ação do SPI. Trabalhando há trinta anos
com tal acervo, até hoje sou surpreendido por novas
revelações que o manuseio de mais de quinhentos mil
documentos proporciona. Há ainda muito material inédito a
explorar, como a imensa documentação relativa aos estados
do Mato Grosso e do Pará.

A divulgação das fontes primárias utilizadas por Souza
Lima valoriza um acervo cujo desvendamento pode colaborar para o
amadurecimento de propostas políticas relativas ao futuro dos
povos indígenas do Brasil. Cabe a novos pesquisadores
colocar mãos à obra, agradecendo a generosidade do
antropólogo que aqui divulga suas fontes de pesquisa.

Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 2009
Carlos Augusto da Rocha Freire
Doutor em Antropologia Social pelo Museu Nacional/UFRJ
Pesquisador do Museu do Índio.

Disponível para download gratuito em:
http://www.laced.etc.br/diverso/publicacoes.html [3]
Capa, projeto gráfico, escaneamento, montagem e tratamento
de originais:
Jorge Tadeu Martins da Costa

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As órbitas do sítio: subsídios ao estudo da política
indigenista no Brasil, 1910–1967.
Antonio Carlos de Souza Lima
Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria, LACED/Museu
Nacional/UFRJ, 2009.
256 P. 21 x 29,7 cm
ISBN: 978-85-7740-069-0
Inclui mapas, gráficos, tabelas e quadros.

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Este livro foi viabilizado por recursos do projeto DIVERSO -
Políticas para a Diversidade e os Novos Sujeitos de
Direitos: Estudos Antropológicos das Práticas, Gêneros
Textuais e Organizações de Governo, realizado com
financiamento da FINEP, através do Edital de Ciências
Sociais 2006 (Convênio FINEP/FUJB nº 01.06.0740.00, REF:
2173/06 ) e pelo projeto Cooperação técnica internacional,
Povos indígenase Políticas Governamentais, bolsa de
produtividade em pesquisa do CNPq para o período 2009–2012(Processo
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